Nota do blog: A fotografia acima foi feita 3 meses depois da greve de fome que fiz em-defesa-da-reforma-psiquiátrica no estado do Amazonas, entre os dias 11 a 16 de novembro de 1987. Durante 6 dias Manaus acompanhou essa história pela imprensa local. Era minha primeira tentativa de dialogar, em nível nacional, com os companheiros da luta por uma sociedade sem manicômios, lema que fôra criado em dezembro de 1987 no II Congresso dos Trabalhadores de Saúde Mental. Ali se decidiu que o movimento não poderia ser fechado em torno de categorias profissionais, sob pena de excluir importante atores da cena política-social. Enquanto o movimento social se disseminou por todo o país, no Amazonas o corporativismo médico conseguiu estagnar a Reforma Psiquiátrica iniciada em 1980, amparado no populismo político liderado pelo então governador Amazonino Mendes, atual candidato à Prefeitura de Manaus (vixe! vixe!). O mundo girou, o movimento se dividiu, justamente no momento em que reestabelecemos o diálogo, e rapidamente tivemos de aprender a andar em boa companhia. Sem a ajuda de esferas decisivas do poder público em nível nacional, contamos com o apoio do governador do estado Eduardo Braga, o que retirou o Amazonas de uma estatística vexatória (30% dos municípios brasileiros acima de 300 mil habitantes não tinham CAPS tipo III; hoje temos um, funcionando em baixa potência, mas é o nosso CAPS III), sem contar com a implantação da Residência Médica em Psiquiatria, a Lei Estadual de Saúde Mental e o diálogo com o movimento social representado pela Associação Chico Inácio - filiado à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial. Duro, mesmo, é conviver com companheiros(as) que esquecem suas responsabilidade sociais depois que assumem cargos em todos os níveis da esfera pública. O fenômeno está longe de ser meramente paroquial. Tais atitudes têm dimensões municipais, estaduais e federais. E, certamente, está a merecer um filme ou um romance. Bem que a UFRJ, em nome do saudoso João Ferreira, poderia patrocinar ao menos um curta-metragem.
Convite lancamento de livro sobre Manoel de Oliveira/Agustina Bessa, debate e exibição de filmes no Fórum/UFRJ
Prezad@s Colegas,
O Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ e a Ed. da UFMG têm a satisfação de convidá-l@s para o lançamento do livro-entrevista "Um concerto em tom de conversa" com a presença do organizador, Prof. Aniello Angelo Avella, no dia 24 de setembro (quarta-feira), às 19 h., no Salão Moniz Dourado do FCC. Será exibido o documentário "Conversazione a Porto. Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luis", seguido de apresentação do organizador do livro e debate com a Profa. Teresa Cristina Cerdeira (UFRJ).
Aniello Angelo Avella é Professor titular de Literaturas Portuguesa e Brasileira na Università degli Studi di Roma Tor Vergata, onde dirige a "Cátedra Agustina Bessa-Luís", patrocinada pelo Instituto Camões. Autor de Parola Immagine Utopia. Scritti in onore di Manoel de Oliveira (2002), Dal Pan di Zucchero al Colosseo. Intellettuali brasiliani a spasso per le vie di Roma e dintorni (2006) e Agustina Bessa-Luís: pensadora entre as coisas pensadas (2008).
Teresa Cristina Cerdeira é Professora de Literatura Portuguesa da UFRJ, pesquisadora do CNPq, autora de José Saramago: entre a história e a ficção, uma saga de portugueses (1989), O Avesso do bordado (2000) e organizadora de A Experiência das fronteiras (2002).
Para os interessados lembramos que no dia 22 de setembro (segunda-feira), às 19 h, será exibido o filme Vale Abraão de Manoel de Oliveira.
Maiores informações sobre as atividades e o livro vejam abaixo.
Para o endereço completo e localização consultar http://www.forum.ufrj.br/ .
Contamos com sua presença e divulgação para intereressad@s,
Beatriz Resende,
Coordenadora FCC/UFRJ
Denilson Lopes,
Superintendente de Difusão Cultural FCC/UFRJ
Programa
- 22/9 – 19 hrs - 0 Vale Abraão de Manoel de Oliveira (Portugal, 1993, 187 min.), baseado em romance de Agustina Bessa-Luís, falado em português com legendas em inglês.
Vale Abraão é a história de Ema, uma mulher de uma beleza ameaçadora. Para Carlos, o marido com quem casou sem amor, "um rosto como o seu pode justificar a vida de um homem". Ema conhece três amantes, mas esses amores sucessivos não conseguem suster um sentimento crescente de desilusão. O filme é baseado em romance de Agustina Bessa que por sua vez relê Madame Bovary de Flaubert.
- 24/9 – 19 hrs -Exibição de documentário "Conversazione a Porto. Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luis" (2006, 75 min.) de Daniele Segre (com supervisão artistica de Aniello Angelo Avella), falado em português (legendas em inglês) e lançamento de livro-entrevista "Um concerto em tom de conversa" (Ed. UFMG) com a presença do organizador do livro, Prof. Aniello Angelo Avella (Universidade de Roma) e Profa. Teresa Cristina Cerdeira (UFRJ).
Informação sobre o livro
Um concerto em tom de conversa
Agustina Bessa-Luís; Manoel de Oliveira
Aniello Angelo Avella (Organização e Introdução)
Área: Literatura - Cinema
2007. 113 p. ISBN: 978-85-7041-607-0
Preço: R$ 31,00
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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