julho 16, 2011

Belo Monte: o maniqueísmo ideológico da Abin e de PHA

PICICA: Em total desrespeito aos cientistas que atuam na Amazônia, aos saberes tradicionais e setores da opinião pública que não compram gato por lebre, da Abin a PHA (a imagem abaixo é uma cortesia do PICICA, e foi surrupiada da REDE), dos blogueiros progressistas a outros nem tão progressistas assim, e mais um bando de gente que nada conhece dessa importante região do planeta, todos insistem em defender plataformas proprias de mentalidades sub-desenvolvidas, legitimando discursos geopolíticos nascidos alhures, e confundindo governabilidade com mentalidade governamental. Curioso é que depois de contribuirem para alterar a "geometria do poder" na campanha eleitoral para a presidência da república usando novas tecnologias informacionais, lamentavelmente passaram a des-historizar as lutas travadas na Amazônia, igonorando seus conflitos e dramas reais. Essa turma ao operar a separação entre observador e observado, terminam por operar uma cisão entre sujeito e objeto, gerando uma naturalização do discurso geopolítico, ocultando nosso papel como sujeito político, econômico e histórico, tomando como referência a falácia do discurso desenvolvimentista. Pronto! Está justificada a violência do Estado. Camponeses e indígenas acabam sendo encobertos por um manto etnocentrico e devorados por uma epistemologia antropofágica que lhes destroi a identidade e subtrai a diferença, a título de inclui-los na sociedade de consumo. Ao justificar ações governamentais desastradas escamoteiam, para além da tradicional ambição territorial, as novas estratégias que objetivam a acumulação capitalista progressiva e sem fim. Dane-se se elas estão completamente desvinculadas dos desígnios da necessidade de sobreviver. Considero o mais grave na conduta política dessa troupe a omissão sobre quem controla a fabricação das novas regras da política energética para Amazônia, onde além de Belo Monte outras 60 hidrelétricas estão em processo de planejamento. Ora, meus caros, se não convém uma sociedade alienada às suas instituições, igualmente é inaceitável a  autonomização dessas instituições. Se elas nos constituem socialmente, somos, também, livres para constituí-las. Pra finalizar, lembrem-se que há uma multidão protestando contra a política energética para a Amazônia. Salvo se para voces, multidão ainda é sinônimo de irracionalidade, lembro que pimenta só arde no cú dos outros.     

Xingu Vivo diz que relatório da Abin é ''patético''


O Movimento Xingu Vivo para Sempre reagiu com seriedade, mas em tom irônico, ao Relatório de Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e aos comentários do jornalista Paulo Henrique Amorim, publicados na semana passada no seu blog “Conversa Afiada”, arrolando organismos internacionais que se opõem à construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, na altura de Altamira, no Pará.

A informação é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 14-07-2011;

Campanhas contra a construção de Belo Monte têm disseminado, no Brasil e no exterior, “posicionamento ideológico maniqueísta, norteado por suas sedes internacionais, que vislumbram o projeto de Belo Monte como símbolo internacional de um conflito recorrente entre os governos e seus interesses no desenvolvimento social e econômico de um lado e as sociedades tradicionais e indígenas e seus interesses na defesa dos direitos humanos e do meio ambiente de outro”, constata o relatório da Abin.

O relatório sigiloso da Abin é “patético” porque as verdades que ele arrola “são mais do que públicas”. Estão no sítio web do Movimento que são seus parceiros e apoiadores. “Não precisava o governo gastar dinheiro dos contribuintes com essa ‘investigação’”, diz nota do Xingu Vivo. “Constrangedoras, porém, são as mentiras pelas quais o contribuinte também paga”, agrega.

O Movimento desafia a Abin a comprovar que recebe apoio de governos. O Relatório de Inteligência 0251/82260/ABIN/GSIPR/9 MAIO 2011 arrola um por um organismos que apóiam com algum tipo de recurso o Movimento Xingu Vivo para Sempre.

Mas, contrapõe a nota do movimento, os arapongas da Abin, que se limitaram a fazer pesquisas no Google, esqueceram de listar entre os apoiadores o Painel de Especialistas, a Associação Brasileira de Antropologia, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, departamentos da Universidade de São Paulo, da Universidade Estadual de Campinas, da Universidade de Brasília.

O jornalista Paulo Henrique Amorim frisa que Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, “que não vai alagar uma única moradia, um puxadinho, uma lavoura de indígena brasileiro”. O Movimento Xingu Vivo convidou Paulo Henrique a visitar Altamira para subsidiar suas opiniões.

Paulo Henrique comentou, no Conversa Afiada, que a oposição a Belo Monte favorece interesses não-brasileiros. Xingu Vivo pergunta o que tem de brasileiro a Alcoa,Cargill, Bunge, ADM, Monsanto, “beneficiários da usina e das mudanças das leis ambientais?”


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Fonte: IHU

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