julho 22, 2011

Os movimento sociais e a democracia radical: o caso de Santiago-Chile e de Manaus-Brasil

PICICA: Em Santiago-Chile, a "classe artística" se mobiliza para apoiar a luta dos estudantes contra a privatização do ensino. No Amazonas-Brasil, a defesa do tombamento do Encontro das Águas, mais uma vez ameaçado (Beleza do "Encontro das Águas" pode estar ameaçada por obra do porto), não encontra acolhimento na "classe". Registre-se as exceções de praxe: Celdo Braga, Nicholas Jr., Pereira, Candinho e Inês. Resultado: impunidade para quem tem obrigações constitucionais para com o meio ambiente (E quem pune os governantes?). Nesse quadro, falta um posicionamento mais firme dos movimentos culturais independentes. Mas não é só a desunião da "classe" que chama atenção. Alguns movimentos não procuram dialogar entre si. A ausência do movimento "SOS Encontro das Águas" na Marcha da Liberdade é um desses sintomas que merece análise. Custa crer que a ausência desse importante movimento socioambiental possa ser atribuída ao temor de serem identificados como simpatizantes da descriminalização da maconha, uma bandeira assumida ostensivamente pelos militantes libertários. Trata-se, sim, de uma cultura que conheceu seu auge na história recente do país, quando os movimentos sociais se fragmentaram a ponto de perder de vista no cenário político os segmentos interessados em comprometer nossa capacidade de questionamento e de ação organizada. É de se perguntar a quem interessa a desqualificação dos conflitos, e  por consequência a política do dissenso? Definitivamente, essa negação da espontaneidade nacional não interessa a movimento social comprometido com a radicalização da democracia, já que a chamada representativa está fazendo água por todos os lados. Por uma democracia radical já.

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