novembro 01, 2011

"Por que o SACI mascote da Copa no Brasil em 2014?"

PICICA: "Por que o SACI mascote da Copa no Brasil em 2014? Segundo o saciólogo, jornalista e escritor Mouzar Benedito: “Ele é a síntese da formação do povo brasileiro: É o mito brasileiro mais popular, o único conhecido no Brasil inteiro (Boitatá, Curupira e mesmo a Iara requerem explicações quando a gente fala deles, em alguns lugares. O Saci não). É o típico brasileiro: mesmo pelado e deficiente físico, é brincalhão e gozador. O Saci surgiu como mito Guarani. Era um curumim protetor da floresta. Só com a chegada do europeu é que ele passou a ser demonizado, para facilitar a implantação do cristianismo."


O AUTOR NA PRAÇA & SOSACI – Sociedade dos observadores de Saci

Comemoram o Dia do Saci com tarde de autógrafos do livro “Saci, eu vi, sim”

O Dia do Saci e seus amigos é 31 de outubro, já instituído na cidade e no estado de São Paulo. Para continuar as comemorações que começaram no sábado passado, vamos realizar uma tarde de autógrafos e leituras. Nossos convidados são o jornalista e escritor Mouzar Benedito e o presidente da SOSACI Robson Moreira, autografando “Saci, eu vi, sim”. Organizado por Mouzar, o livro traz sete contos sobre este mito brasileiro, escritos por sete autores diferentes, entre eles, Robson Moreira. Aproveitamos o momento para retomar a campanha que indica o Saci como mascote da Copa do Mundo no Brasil em 2014 (Veja ao final deste release sete motivos porque o Saci). A proposta é encaminhar mensagens de apoio diretamente à CBFwww.cbf.com.br, o endereço da Assessoria de Imprensa (Fale conosco) é comunicacao@cbffutebol.com.br, Sr. Rodrigo Paiva. No final do evento, às 19h, no Espaço Plínio Marcos, haverá a exibição do documentário “Somos todos Sacys”, dirigido por Rudá K. Andrade e Sylvio do Amaral Rocha. Contaremos com a participação de integrantes da SOSACI. Informações sobre o livro e imagem da capa abaixo. Saiba mais sobre o Dia do Saci e seus amigos:www.sosaci.org/Saci_leis.htm.

O Autor na Praça & SOSACI comemoram o Dia do Saci e seus amigos.
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto – Pinheiros
Dia 05 de novembro, sábado, a partir das 14h. (evento em espaço aberto ao público).
Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 9586 5577.
RealizaçãoEdson Lima, SOSACI e AAPBC.
Apoio: AEUSP, Restaurante Consulado Mineiro e O Cantinho Português.

Sobre o livro “Saci, eu vi, sim” (Editora Mundo Mirim, R$ 29,90) - Reúne sete histórias, cada uma de um saciólogo. E sete ilustradores diferentes, que fizeram um belíssimo livro. Na vida do Saci, o número sete aparece sempre, em quase tudo. Os sacis nascem em grupos de sete, saindo de um taquaruçu (um bambu de gomos grandões) em noites de tempestade. Sete em cada taquaruçu, mas às vezes vários bambus desses se abrem de uma vez, e em cada um deles há sete sacizinhos dentro, como você pode ver na história Saci na fazenda, contada por Márcia Camargos. Ele se adapta facilmente a muitas situações, e assumem certas formas muito estranhas, como conta Robson Moreira com seu Saci miçanga. E às vezes nem é um negrinho. Por exemplo: no bairro da Liberdade, em São Paulo, onde moram muitos japoneses, ele tem até sotaque japonês. Quem conhecem japoneses pode comprovar, na língua deles não existe a letra L, eles pronunciam R, conforme nos conta Dilair Aguiar. Na história contada por Flávio Paiva, ele – defensor do meio ambiente – aparece em brincadeiras infantis, cantando e rimando. Luís Manetti tentou pegar um Saci quando era criança e Paulo Pepe viu de perto as aprontações dele na roça. Rudá K. Andrade teve contato com um Saci aprontador no norte de Minas, o Sacy Fubá (com y mesmo). Por falar em fubá, quem não tem curiosidade sobre o que o Saci come? Pois no final tem o cardápio do Saci, segundo o pessoal da Sociedade dos Observadores de Saci (Sosaci), que por sinal receberá os direitos autorais do livro. Para completar o time de saciólogos no livro, não podiam faltar os sete ilustradores: Alberto R. Palmieri, Baptistão, Fraga, Lézio Júnior, Paffaro, Rômulo Coutinho e Tiago Hoisel.

Por que o SACI mascote da Copa no Brasil em 2014? Segundo o saciólogo, jornalista e escritor Mouzar Benedito: “Ele é a síntese da formação do povo brasileiro: É o mito brasileiro mais popular, o único conhecido no Brasil inteiro (Boitatá, Curupira e mesmo a Iara requerem explicações quando a gente fala deles, em alguns lugares. O Saci não). É o típico brasileiro: mesmo pelado e deficiente físico, é brincalhão e gozador. O Saci surgiu como mito Guarani. Era um curumim protetor da floresta. Só com a chegada do europeu é que ele passou a ser demonizado, para facilitar a implantação do cristianismo. Apresentamos sete motivos por que achamos que ele merece ser mascote:

  1. - “Adotado” pelas negras, especialmente cozinheiras, grandes contadoras de causos, ele virou negro e perdeu uma perna – uma das explicações para isso é que ele foi escravizado e mantido preso na senzala por grilhões, por uma perna. Uma noite ele resolveu fugir: cortou a perna presa por grilhões e se mandou. Preferiu ser livre com uma perna só do que escravo com duas. Então tem esse lado libertário.

  1. - Dos brancos, ganhou o gorrinho mágico, vermelho, presente em vários mitos europeus. O gorrinho era usado também pelos republicanos, durante a Revolução Francesa.

  1. - Então, o Saci reúne num só personagem os três grandes povos formadores do brasileiro: indígena, africano e europeu. Só não tem o asiático, que chegou aqui no início do século XX, quando a figura do Saci já estava “pronta”. Mesmo assim, há quem diga que já viu Saci com olhos puxadinhos em áreas povoadas por japoneses...

  1. - O Saci tem a cor de uma grande parcela da população brasileira (inclusive da maioria dos jogadores de futebol) que é vítima de preconceito, é perneta, não tem roupa e mesmo assim é um gozador, brincalhão – quer mais brasileiro do que isso?

  1. - Nesses tempos em que se fala tanto em ecologia, é bom lembrar que o Saci é um defensor do meio ambiente, como todos os mitos de origem indígena (o Curupira também defende a floresta, o Boitatá defende os campos, a Iara defende a água e os animais das águas, e o Caipora defende os animais da floresta).

  1. - Fala-se também em acabar os preconceitos raciais e os contra os deficientes físicos – tá aí o Saci mais uma vez.

  1. Já pensou a imagem do Saci em camisetas e outros materiais no mundo inteiro? Ele provocaria muito interesse dos outros povos para a cultura popular brasileira.

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