PICICA: "[...] já me sinto reduzido ao estado de puro arquivo
de Pierre-André Boutang, de folha de papel, e isso me anima muito, me
consola muito, e quase no estado de puro espírito, eu falo, falo
...após minha morte... e, como se sabe, um puro espírito, basta ter
feito a experiência da mesa girante [do espiritismo], para saber que um
puro espírito não dá respostas muito profundas, nem muito
inteligentes, é um pouco vago, então está tudo certo, tudo certo para
mim, vamos começar: A, B, C, D... o que você quiser."
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O Abecedário de Gilles Deleuze |
Arquivado em: Esquizoanálise |
Escrito por Bernardo Rieux |
Sáb, 06 de Agosto de 2005 15:27 |
Algum internauta paciente e muito bem intencionado tomou a
iniciativa de fazer a tradução das mais de 7 horas de entrevista feitas a
Deleuze por Claire Parnet, compiladas em vídeo. Abaixo, segue o
resultado. [pesquisa de livros de Gilles Deleuze]
A cláusula
Claire Parnet [1994]: Gilles Deleuze sempre se negou a
aparecer na TV. Mas atualmente ele acha sua doença tão parecida com a
petite mort, da canção de A. Souchon, que mudou de opinião. Mantive,
porém, sua declaração ["a cláusula"], feita em 1988, no início da
filmagem:
Gilles Deleuze [1988]: Você escolheu um abecedário,
me preveniu sobre os temas, não conheço bem as questões, mas pude
refletir um pouco sobre os temas... Responder a uma questão, sem ter
refletido, é para mim algo inconcebível. O que nos salva é a cláusula. A
cláusula é que isso só será utilizado, se for utilizável, só será
utilizado após minha morte.
Então, já me sinto reduzido ao estado de puro arquivo
de Pierre-André Boutang, de folha de papel, e isso me anima muito, me
consola muito, e quase no estado de puro espírito, eu falo, falo
...após minha morte... e, como se sabe, um puro espírito, basta ter
feito a experiência da mesa girante [do espiritismo], para saber que um
puro espírito não dá respostas muito profundas, nem muito
inteligentes, é um pouco vago, então está tudo certo, tudo certo para
mim, vamos começar: A, B, C, D... o que você quiser.
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