PICICA: "Cleber Lambert, em março de 2013, publicou um texto na UniNômade que agora ganha uma atualidade adventícia (http://uninomade.net/tenda/marina-silva-razoes-filosoficas-2/). Recomendo muito a leitura daquele texto (clicar no link), e comento a seguir:
Com a morte de Campos, a angústia se abateu sobre as campanhas no
momento em que as certezas se dissolvem. Consigo imaginar o Aécio
morrendo de medo de cair pra terceiro lugar, a Dilma petrificada com os
acontecimentos saindo de seu firme
controle, e muita gente órfã do argumento do fantasma da direita. Já
começaram as reações pulsionais de autodefesa: cancelar o incerto no
certo, e encerrar qualquer possível mudança. Enquanto pressionam o PSB
para, pela segunda vez, inviabilizar Marina, correm para atacar a
"fundamentalista evangélica", a representante da "antipolítica" dos
pessimistas, a "ecologista imperialista" contra os interesses do Brasil
Maior. E vem mais campanha negativa por aí...
O propósito é, por um lado, convencer os outros de que nada tenha
mudado e, por outro, convencer a si próprios que o esquema de leitura da
conjuntura permanece rigorosamente igual. Nada de novo a ver, adiante!
Cleber explica como isto é, exatamente, o oposto de pensar. Pensar não é repetir as formas prontas do Idêntico, como tem sido feito quase obsessivamente nestas eleições. Pensar acontece quando há uma incerteza constitutiva, quando "não sabemos os caminhos", como diz o filósofo. Justamente por isso, os caminhos tem que ser abertos, é preciso *decidir* abri-los e ocupá-los. Mais do que fabulação de filosofeiros, isto depende de uma decisão política: a capacidade de inserir-se criativamente num arranjo de forças, mudando os problemas. É o problema, eu diria, da "ruptura leninista".
Marina vai dar essa guinada, em direção à dinâmica constituinte de junho-outubro de 2013? Ativar a Marina na Marina, e aglutinar forças hoje difusas, apesar do PSB e todas as pressões? Isso é wishful thinking? Pode ser, mas é menos wishful thinking do que reduzir tudo ao que era antes do falecimento de Campos.
Há desordem sob o céu. A decisão vai acontecer? Não sabemos. (Bruno Cava Rodrigues)"
Cleber explica como isto é, exatamente, o oposto de pensar. Pensar não é repetir as formas prontas do Idêntico, como tem sido feito quase obsessivamente nestas eleições. Pensar acontece quando há uma incerteza constitutiva, quando "não sabemos os caminhos", como diz o filósofo. Justamente por isso, os caminhos tem que ser abertos, é preciso *decidir* abri-los e ocupá-los. Mais do que fabulação de filosofeiros, isto depende de uma decisão política: a capacidade de inserir-se criativamente num arranjo de forças, mudando os problemas. É o problema, eu diria, da "ruptura leninista".
Marina vai dar essa guinada, em direção à dinâmica constituinte de junho-outubro de 2013? Ativar a Marina na Marina, e aglutinar forças hoje difusas, apesar do PSB e todas as pressões? Isso é wishful thinking? Pode ser, mas é menos wishful thinking do que reduzir tudo ao que era antes do falecimento de Campos.
Há desordem sob o céu. A decisão vai acontecer? Não sabemos. (Bruno Cava Rodrigues)"
Marina Silva: razões filosóficas
15/08/2014
Por Cleber Lambert
Por Cleber Lambert, filósofo, professor da Unilab (BA)
Publicado originalmente pela UniNômade em 13/3/2014
Comentário do autor, em 15/8/2014: “E a questão
da decisão e do novo recolocada… Sentimento de estranheza ao reler esse
meu artigo de março de 2013, pré-Jornadas de Junho e agora que mais uma
vez Marina é dramaticamente confrontada ao limite da política, ao seu
impensável, quer dizer, à decisão. Retrospectivamente, à luz das
Jornadas, é possível apreender melhor o que eu buscava afirmar sobre a
decisão como construção material ou instauração e não como fabulação sem
decisão ou mera especulação (conforme última parte do artigo e nota 4)
que mobilizam duas razões filosóficas e duas concepções da política
irreconciliáveis.”
–
Uma das tarefas de uma filosofia que se confunde com o que se chama de “nova” ou “outra metafísica”1 seria a de nos auxiliar a pensar o mundo não a partir de formas prontas, já dadas, cuja única função seria a de reconhecê-lo, ou seja, através de uma imagem representativa. Segundo essa imagem, as formas de perceber e pensar o mundo são parte da ordem social instituída e se interessam por tudo que é da ordem do estável, do dado, do idêntico. A “outra metafísica” deveria, ao contrário, interessar-se por algo que escapa a essas formas habituais, ou seja, aos sinais que sugerem o movimento de uma novidade que se faz, que não cessa de se fazer no tempo, no limiar mesmo de uma contínua abertura ao futuro. A formação, em torno de Marina Silva, do movimento “Rede Sustentabilidade” oferece-se como uma ocasião privilegiada para essa visada filosófica, mas também como exemplo do quanto podemos encontrar no mundo apenas aquilo que nele buscamos: esquemas habituais e enrijecidos que nos tornam cegos ao “fato da imprevisível novidade no mundo” (H. Bergson).
Com efeito, entre seguidores e detratores de Marina
Silva há aqueles que parecem partilhar essa mesma percepção
representativa. Entre os adeptos, afirma-se que a emergência da Rede
consistiria na sua potência em transcender o debate bipartidário que
domina a situação política nacional, criando um novo espaço de diálogo,
convergência e consenso para a construção, que seria o que importa no
mundo contemporâneo, onde o esgotamento e a destruição parecem imperar.
Não deixam claro, porém, quais problemas nos conduziram à oposição sem
diferença em que vivemos, nem qual a diferença concreta do novo problema
que mobilizaria a necessidade da construção, de um novo esforço. Já
entre os críticos, multiplicam-se as acusações: seria apenas mais um
partido a tornar mais espesso o caldo partidário indiferenciado
existente, Marina Silva não passaria, no melhor dos casos, de uma nova
líder carismática, no pior, de uma fundamentalista cristã catalisando o
sentimento confuso de desencantados insensíveis aos verdadeiros e mais
urgentes problemas do país (desigualdade, por exemplo), reunindo
apoiadores financeiros dos setores mais conservadores da sociedade, etc.
Embora possamos encontrar, de um lado e de outro,
matéria para discussões cuja utilidade é incontornável, a “nova
metafísica” deveria se interessar por uma diferençaque implica uma suspensão dos próprios termos em que se constituiria essa discussão entre adeptos e críticos, mesmo que seja para a eles voltar em seguida, com outra imagem, dessa vez mediadora e não mais representativa2
– ou seja, não mais colada a eles numa perfeita aderência à ordem
social, mas capaz de deslocá-los e de reavivá-los com uma nova
tonalidade, capaz de formar assim uma nova perspectiva, uma linha de
fuga em relação à ordem instituída. Abandonar essa imagem representativa
far-se-ia necessário, pois, do lado dos críticos, ela aniquila a
diferença de Marina Silva nela projetando esquemas já prontos e que
fartam a realidade política há tempos; igualmente do lado de
determinados adeptos, ela neutraliza a diferença ao supor que a saída da
dicotomia estéril na qual nos encontramos seria capaz de nos conduzir a
um espaço transcendente e neutro.
Ora, a diferença que moveria Marina Silva não poderia
ser medida por essas imagens representativas. Não se trataria de uma
diferença meramente exterior, dessas que permitem comparações e
distinções a partir de categorias já prontas. A diferença que
interessaria a essa outra metafísica é mais sutil, mais secreta, o que
explicaria que Marina tenha podido escapar de certas cristalizações,
capturas e neutralizações nesses últimos anos de sua vida política (por
exemplo, quando já não conseguiu levar a frente suas políticas no
Ministério do Meio Ambiente, ou quando não obteve sucesso em sua
proposta de transformar o Partido Verde…). O que embalaria Marina Silva é
propriamente uma diferença interna, ou seja, um elã ou força fabuladora
capaz de bagunçar os lugares, introduzir um princípio de divergência lá
onde as partilhas dos lugares, sujeitos e funções estariam feitas
segundo uma ordem dada. Contudo, a essa altura, é evidente que a outra
metafísica não apenas nos permite apreender a diferença, como também,
mais profundamente, concebe nessa impulsão uma via política possível,
adequada ao nosso tempo.
Dessa maneira, é com a expressão deleuziana “fazer
pensar” que o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro referiu-se aquilo
que, em Marina, poderia dizer respeito a essa nova maneira de fazer
política, ou seja, a esse impulso fabulador que força o pensamento a
especular outros mundos possíveis diante do pathos do desastre e
da catástrofe a saturar o horizonte do mundo contemporâneo. A força
“hacker” de sua “r(R)ede” residiria em sua capacidade em multiplicar as
diferenças internas, em disjuntá-las, pois somente esses deslocamentos e
reviravoltas poderiam nos fazer pensar “outramente”, variar nossa
imaginação, contagiar-nos desse impulso, o qual, por sua vez, seria o
único capaz de lançar possibilidades de uma nova sensibilidade vital.
Não é senão seguindo tal precipitação que a construção, agora bem
determinada em sua imanência, ganharia seu sentido pleno: o de um
processo vitalcom o qual seria preciso se conectar e não de um modelo já
dado que poderíamos seguir confortavelmente e bem vigiados.
Seguindo esse começo do pensar no pensamento, a nossa
vida deixaria de ser inteiramente “nossa”, ela se confundiria, através
da imagem mediadora, com o próprio movimento da diferença. Seríamos,
então, capazes de ver, talvez, em toda sua evidência, uma vida
mais ampla, mais urgente, mais próxima de um misterioso elã criador de
novidade no mundo, finalmente compreendido como um “multiverso”: de
perspectivas, de naturezas, de relações. Vislumbraríamos um Direito ainda difuso e a biopolítica ganharia em amplitude. Os filósofos G. Deleuze e F. Guattari (O que é a filosofia?)
diziam que o pensamento sente-se mais próximo de um animal que agoniza
do que de um homem vivo, ainda que democrata. Viveríamos um momento onde
os animais, as demais formas de vida e mesmo algo como uma vida
inorgânica dos elementos sentiriam cada vez mais próxima deles uma
sensibilidade cuja introdução na situação política nacional Marina Silva
teria tido a coragem de efetuar, não sem nos demandar um esforço para
deslocar, a condição de quebrarmos os esquemas já prontos, essa situação
rumo a novas margens, emergentes nos dois sentidos da palavra, como ela
pôde apontar recentemente.
Ao recusar ver essa novidade em seu esplendor, o
arranjo de forças, lugares e perspectivas no qual ela emerge, com o qual
se confunde ou do qual já participa efetivamente, um grande
prejuízo poderia ser esperado, pois o que tem a força da absoluta
novidade avança apesar dos obstáculos que podem, mais cedo ou mais
tarde, desacelerar, interromper ou desviar sua marcha. Diante disso, se
não formos capazes de apreender seu impulso, menos ainda o seremos de
inventar, por nós mesmos, as alianças e modos de resistências que
certamente a nova situação poderá demandar, se é que já não nos demanda.
Com efeito, muitas são as situações concretas em que consentimos em
partilhar “uma parte do caminho, como a agulha da via férrea quando
adota durante alguns instantes a direção do trilho do qual ela quer
destacar-se”, para fazer uso novamente desse “metafísico outro”, que
seria H. Bergson. Essa imagem aplica-se à relação de Marina Silva com a
realidade política na qual ela deseja se re-inserir, apontando para
outra direção, onde o velho e o novo parecem se confundir.
No entanto, não posso deixar de usar a mesma imagem
para a minha própria relação com a concepção metafísica que tornou
possível a abordagem acima e que é partilhada por alguns posicionamentos
teóricos fortes na atualidade a maneira de um mesmo plano ou imagem do
pensamento. Não sem razão, a tomada de posição de Eduardo Viveiros de
Castro, na eleição presidencial de 2010, teria configurado não somente
um apoio formal, de mais um intelectual, à candidatura Marina, mas sua
própria apresentação como chantre de uma Weltanschauung e de uma razão filosófica envolvidas em sua prática política3.
Quer dizer, falo de minha relação com as insuficiências ou problemas
colocados por essa concepção da diferença que encontra em nós um
adversário cortês, porém resoluto, no sentido “misosófico”, segundo o
qual a relação com o inimigo, no pensamento, implica uma profunda
admiração (a inimizade como “determinação transcendental”)4.
É verdade que a nova ou outra metafísica permite erigir a diferença em
princípio absoluto, mas por isso mesmo ela a confunde com a nova direção
apontada e refaz a ilusão de uma redenção, afinal o que seria esse
espaço de perspectivas reversíveis, de diferenças federalizadas, de
relações simétricas senão o mundo diplomático das belas almas? Ora, não é
suficiente quebrar a representação se nos ativermos a uma potência
fabuladora que implica a diferença como seu princípio metafísico, como
novo nome do absoluto – é sair da transcendência vertical moderna, e se
deixar embalar por uma sedutora transcendência horizontal contemporânea,
de imanência, rizomática, como já problematizei em outro momento.
Para além ou aquém dessa concepção especulativa, é preciso ser atento a uma filosofia prática, segundo a qual não é senão numa situação material,
ou seja, numa multiplicidade qualquer, que se instauram processos de
singularização que, a cada vez, determinam a direção que a agulha deverá
tomar, bem como as condições segundo as quais uma organização social
pode ser atualizada, o que jamais a mera especulação, realista, perspectivista ou simetrizante,
poderia efetuar, visto que permanecem enredadas na relação principial
que liga o pensamento a um Absoluto (que seja de transcendência ou de
imanência, o Grande Fora, o Virtual ou a Diplomacia, pouco importa). Não
há emoção criadora nem novidade senão como efeitos de decisões,
de verdadeiros processos de singularização, capazes de realizar uma
convergência de lutas múltiplas, ou seja, de linhas de fuga,
perspectivas e relações que, entregues a elas mesmas, poderiam se diluir
ou restaurar velhas estruturas em novas formações de poder.
Somente quando a fabulação coincide com um ato de
decisão é que política se torna instauração e, ao mesmo tempo, a
metafísica se torna experimentação. Mais do que a reivindicação
dogmática de uma ou outra direção como sendo aquela realmente capaz de
oferecer o novo, deveríamos celebrar o fato de “não sabermos o caminho”,
condição para a prática de sua contínua invenção. Resta saber se Marina
Silva fará outra coisa que não somente fabulação, se ela será capaz de decisão. De toda maneira, as razões filosóficas num caso e noutro não podem ser as mesmas.
————————————–
NOTAS:
1 O uso, neste artigo, desses termos remete, num primeiro momento, a Pierre Montebello que, ao formulá-los, em seu livro Autre métaphysique,
Desclée de Brouwer, 2002, preocupou-se em depreender das filosofias de
Ravaisson, Tarde, Nietzsche e Bergson uma outra via para aceder ao
Absoluto, uma via propriamente não-grega, ou seja, não pressupondo um
dualismo entre espírito e matéria, mas capaz de reencontrar o Absoluto
na vida, na matéria, na consciência. Nesse sentido, a outra metafísica
seria uma ontologia da natureza que desembocaria, entre outros, numa
filosofia como a de Gilles Deleuze. No entanto, de maneira mais geral,
com esses termos, entendo um conjunto heterogêneo de iniciativas e
posicionamento teóricos que pressupõem uma nova aliança em torno da
especulação, ou seja, em torno desse compromisso que ligaria a experiência do pensamento ao esforço de contato com o Absoluto,
o qual, entretanto, deve ser entendido não mais como princípio
transcendente, seja qual for sua determinação (subjetiva ou objetiva),
mas como princípio imanente cuja presença pode ser reencontrada em cada
ser singular. Em outras palavras, a outra metafísica, assim como a
clássica, consiste numa filosofia principial.
2
Encontramos a noção de « imagem mediadora » no filósofo H. Bergson,
para quem ela significa o termo intermediário entre a “simplicidade da
intuição filosófica concreta” e a “complexidade das abstrações que a
traduzem”. A imagem mediadora exprime o esforço de um pensamento que vai
da complexidade de uma doutrina filosófica até a intuição simples que
ela envolve: ela não traduziria essa intuição simbolicamente, mas
permitiria ver diretamente o que a intuição dá a ver.
3
É o depreendemos da “reflexão” de Viveiros de Castro a respeito do
“significado da candidatura de Marina Silva”, disponível em vídeo no
youtube.
4 No artigo « Qu’est-ce qui parle à travers nous ? », na revista Rue Descartes n°
76, de Peter Pal Pélbart, vemos como o materialismo superior e o
imanentismo ameríndio formam duas linhas divergentes e aberrantes de um
mesmo impulso, aquele do pensamento do Fora, como também pode ser
chamada a “outra metafísica”. Ainda que ele chame a atenção, lançando
mão da reflexão de Zourabichvili acerca da relação entre Deleuze e
Negri, para o fato de que é uma “alegria” estar diante de “dois
pensamentos” ao invés de um só, em relação a esse impulso, ao menos, cuja “penetração” foi profunda no Brasil, não estaríamos diante de duas expressões da outra ontologia,
uma constitutiva, a outra canibal, uma materialista, a outra animista?
Poderíamos escavar mais a questão com a seguinte interrogação: qual
dessas linhas chega a fazer o impulso passar, sem se deixar envolver
pelas ilusões que parecem envolvê-lo, ou sem deixar se enrijecer em
slogans de imanência? Ou seja, qual delas determinaria as condições sob
as quais as linhas de fuga suscitariam forças revolucionárias (máquinas
de guerra) ou permaneceriam anedóticas (tentativas individuais, pequenas
comunidades), até se diluírem numa espécie de “abandonismo às
fatalidades”? Desse ponto de vista, que é aquele da necessidade de uma
“centralidade organizacional”, como dizia Guattari, capaz de “acelerar a
cristalização de um modo de organização social menos absurdo que o
atual”, a antropofagia não tem outra saída a não ser se tornar
materialista, ao mesmo tempo em que o materialismo se torna racionalista
– mas o racionalismo de um “cogito canibal” – e pluralista, fazendo com
que o impulso passe na medida mesmo em que desfaça sua forma principial
ou ontológica (a forma última do colonialismo) para se tornar o plano
ou situação material pré-individual (“uma vida…”) onde cristalizações
transversais possam, de fato, instaurar tramas multitudinárias e
multinaturais. Sobre essa questão da cristalização, da centralidade
organizacional das forças revolucionárias e dos perigos da linha de
abolição, remeto ao artigo de Roger Lambert, “Hip Hop, processos de singularização e as máquinas de guerra”, disponível igualmente no site da Uninômade.
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Foto: Bruno Alencastro
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Foto: Bruno Alencastro
Divulgue na rede
Fonte: Universidade Nômade Brasil
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