Nota do blog: No dia 23.05, enquanto rolava a Parada do Orgulho Louco na orla de Salvador, na periferia da cidade Lili, minha irmã, participava de uma panfletagem na luta contra a mortalidade materna. Segundo a OMS, o Brasil está entre os países com maior taxa de mortalidade materna. Lili concedeu várias entrevistas para a mídia local. Na reportagem abaixo, Lili faz graves advertências.
27.05.09 - BRASIL
Organizações lutam por redução da mortalidade materna no país
Adital -
No Brasil, a taxa de mortalidade materna ainda é considerada uma das mais altas do mundo devido a complicações na gestação, no parto ou no período pós-parto. Segundo dados da Unicef, o país tem taxa de 76 mortes por 100 mil nascidos vivos. Para chamar a atenção da sociedade sobre essa situação, organizações sociais realizam, amanhã (28), no Dia Mundial da Saúde da Mulher e de Combate à Mortalidade Materna, diversas ações para cobrar melhores condições de atendimento e de atenção à saúde da mulher grávida.
Na Bahia, em Salvador, as atividades já iniciaram ontem (27) e devem prosseguir até a próxima sexta-feira (29). Dentre as ações, estão: sessões especiais, audiências públicas, debates e panfletagens sobre o assunto.
Para Lilian Marinho, integrante do Instituto Mulher pela Atenção Integral à Saúde e Direitos Humanos (Imais), regional Bahia da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, o importante não é trabalhar em cima na quantidade de mortes, mas sim de prestar atenção nos fatores que as causam. "Essas mortes são inaceitáveis", desabafa.
Prova disso é que grande parte dos riscos da morte de gestantes podem ser constatados antes mesmo da própria gravidez, como síndromes hipertensivas, hemorrágicas e infecciosas. Isso porque a maioria das mortes ocorre entre gestantes de baixo nível social, que não foram assistidas por um programa de planejamento familiar ou pré-natal e, portanto, sem nenhuma assistência médica. "De cada 100 mortes [maternas], 98 são evitáveis", conclui.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as maiores taxas de mortalidade materna estão em países em desenvolvimento. De acordo com Lilian, o Brasil, além de encontrar-se nessa situação, apresenta desigualdades em termos regionais.
"O número de mortes nas regiões Norte e Nordeste é superior ao das demais regiões", comenta. Para ela, isso é devido à dificuldade de hospitais e maternidades, mas também à falta de acesso a programas educativos e de planejamento familiar.
Por isso, a intenção das atividades é intensificar a luta das organizações por melhores atendimentos ao pré-natal nas unidades da rede pública, melhoria e humanização da atenção ao parto, garantia de leitos nas maternidades, funcionamento dos Comitês Estaduais e Municipais de Morte Materna, garantia de acesso ao planejamento familiar, dentre outras questões.
Fonte: Adital
28 de maio - Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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