Centro de Teatro do Oprimido na Semana da Luta Antimanicomial 2009
A partir dos anos 1970, mesmo período em que nascia o Teatro do Oprimido, trabalhadores de saúde mental denunciaram as condições subumanas a que estavam submetidos os portadores de transtornos mentais. Desde então, o poder público iniciou a construção de uma política pública de humanização desospitalização e desinstitucionalização, com garantia dos direitos dessa população. A escolha do dia 18 de maio para marcar as comemorações da Luta Antimanicomial se deve à realização de um congresso nacional de trabalhadores de saúde mental, em dezembro de 1987, no município de Bauru, em São Paulo, quando um grupo de profissionais de saúde lançou um movimento nacional com o lema "Por uma sociedade sem manicômios". O movimento luta pelo cumprimento da Lei 10.216 de 2001, que normatiza a Reforma Psiquiátrica. Em síntese, a reforma representa a implantação de uma rede de serviços substitutivos aos manicômios.
Desde 1987, no dia 18 de maio, os profissionais de saúde mental, usuários, familiares e militantes da área de saúde mental, vão às ruas, praças, universidades, instituições de saúde etc, para debater com a sociedade o mito de que o louco é incapaz e perigoso, e ainda mostrar que é possível tratar os pacientes de maneira diferente com humanização, qualidade, respeitando-os como sujeitos da cidadania.
O Programa Teatro do Oprimido na Saúde Mental, realizado pelo Centro de Teatro do Oprimido - CTO, com patrocínio do Ministério da Saúde através da Coordenação Nacional de Saúde Mental, e cujo coordenador nacional é o sociólogo Geo Britto, participa da Semana da Luta Antimanicomial 2009 com uma série de eventos nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Os destaques da programação são:
No Rio de Janeiro, dia 18 – Centro de Teatro do Oprimido. Av. Mem de Sá 31, Lapa
16:00h – Abertura – Vídeo sobre o programa Teatro do Oprimido na Saúde Mental e apresentação musical em homenagem a Augusto Boal.
16:30h – Apresentação artística dos pacientes internos do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, RJ – O Grupo de Teatro do Oprimido Liberarte apresenta o espetáculo “Anseios de Liberdade”
18:00h – Apresentação artística dos pacientes do Hospital Estadual Psiquiátrico de Jurujuba, Niterói/RJ – O Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna apresenta o espetáculo “Doidinho para trabalhar”
18:30h – Mesa com o tema “O Teatro do Oprimido em Diferentes Cenários da Loucura”
Em Guarulhos, dia 18 – Teatro Padre Bento. Rua Francisco Foot 3, Jd Tranquilidade
13:30h – Lançamento do Núcleo de Saúde e Cultura Augusto Boal
14:00h – Apresentação artística do Grupo de Teatro do Oprimido Tecendo Cena, com usuários do Caps Tear
15:30h – Apresentação artística do Grupo de Teatro do Oprimido com usuários do Caps Arco Íris
Em Santos, dia 21 – Faculdade de Psicologia da USP. Av. Prof. Mello Moraes, Auditório Bloco G, Cidade Universitária
17:00h – Apresentação artística com crianças e adolescentes do Núcleo Henry da Praia Grande
18:00h – Exposição do programa Teatro do Oprimido na Saúde Mental
Na Faculdade de Psicologia da USP, dia 22 – UNIFESP - Campus Baixada Santista. Av. Saldanha da Gama 89, Ponta da Praia
13:00h – Apresentação artística com crianças e adolescentes do Núcleo Henry da Praia Grande
14:00h – Debate sobre Teatro do Oprimido na Saúde Mental com Geo Britto, Kelly DíBertolli, Yara Toscano e Maria Rita Kehl
O PROGRAMA TEATRO DO OPRIMIDO NA SAÚDE MENTAL
Muitas coisas não conseguem ser expressas somente com a palavra, numa conversa ou terapia, é preciso usar o corpo, a imagem e o som. E é isso que o Teatro do Oprimido oferece. A teatralização de um problema, pelas técnicas do Teatro do Oprimido, cria um distanciamento que permite aos participantes observarem o que de fato está acontecendo. Vestindo um figurino, utilizando-se de uma cenografia, música e dramaturgia, o usuário e o profissional da saúde mental, agora atores, protagonistas de suas histórias, podem transmitir o que a simples conversa não é capaz de comunicar. Assim, a possibilidade de transitar entre vários personagens no palco, ora sendo usuário, ora sendo médico, ora sendo filho, filha, pai ou mãe, permite que eles se vejam de outra maneira e sejam vistos de outra forma também, minimizando o estigma da doença mental e trazendo a questão dos direitos humanos para a sociedade.
Coordenador nacional do Programa Teatro do Oprimido na Saúde Mental, o sociólogo Geo Britto, afirma que, “é importante considerar a questão do Teatro do Oprimido como possibilidade de uma metodologia artística que proporciona o diálogo, um exemplo é que atualmente os Centro de Atenção Psicossociais - CAPS vêm utilizando o Teatro do Oprimido nas suas assembléias (reuniões entre os usuários, seus familiares e profissionais dos CAPS) onde muitas vezes não se conseguia falar coisas que foram ditas e trabalhadas através da imagem, do teatro. E isso é uma importante forma de resultado a se considerar.”
O teatro muda tudo, porque os usuários voltam a se sentir como parte da sociedade. Desde que o teatro entrou na vida destas pessoas com transtornos psiquiátricos, os períodos de internação e de depressão diminuíram, a adesão ao tratamento aumentou, o consumo de drogas (medicação) baixou e a vontade de viver ressurgiu.
Assessoria de Comunicação
Ney Motta - Assessor de Comunicação
CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO
Av. Mem de Sá 31, Lapa/RJ - CEP 20230-150
tels. (21) 2539-2873 e 8718-1965
e-mail/skype:neymotta@terra.com.brwww.ctorio.org.br
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