Foto: Rogelio Casado - Bar do Armando - Manaus-Am, 22.05.2009
No sentido horário: Papoulinha, militante social; Márcio Souza e Selda Valle. Noite de sexta-feira no Bar do Armando (Armando, de nacionalidade portuguesa, goza do carinho da cidade de Manaus, que lhe deu o título de cidadão manaura. É no seu bar que se reúne a banda da BICA - Banda Independente da Confraria do Armando -, a amais irreverente das bandas de carnavais).
Nota do blog: Boa pergunta. Dois deles encontrei na sexta-feira passada. Márcio Souza e a professora doutora Selda Valle, da Universidade Federal do Amazonas, deram uma esticada no Bar do Armando para molhar a goela depois de uma tarde em que os termômetros da capital do mormaço - Manaus - marcaram 42 graus. Ambos estão a produzir plenamente. Márcio como sabem os leitores deste blog é meu candidato a receber o título de Doutor Honoris Causa. Resta saber qual universidade se habilitará.No sentido horário: Papoulinha, militante social; Márcio Souza e Selda Valle. Noite de sexta-feira no Bar do Armando (Armando, de nacionalidade portuguesa, goza do carinho da cidade de Manaus, que lhe deu o título de cidadão manaura. É no seu bar que se reúne a banda da BICA - Banda Independente da Confraria do Armando -, a amais irreverente das bandas de carnavais).
REVISTA FÓRUM
Edição 74 • Maio de 2009
Onde estão os intelectuais brasileiros?
Por Juliana Sayuri Ogassawara [Quinta-Feira, 14 de Maio de 2009 às 14:51hs]
No Brasil do século XIX não havia espaços próprios para a intelectualidade. Já durante o Império, uma alternativa dos pensadores de então era a carreira na diplomacia, posto público que garantia ganho financeiro, permitindo atividade intelectual paralela. Só no século XX se dá a consolidação de instituições “propriamente intelec¬tuais”, como as universidades, abrindo “car¬reiras” autônomas e, a partir disso, ocorre a profissionalização da atividade. Por fim, no século XXI, a diversidade de funções desempenhadas pelos intelectuais abre espaço para novas e diferentes compreensões, o que pode confundir a sociedade no que diz respeito aos papéis representados por eles hoje.
Para a doutora em Sociologia na USP Angela Alonso, há “profissionais do conhecimento”, vinculados à universidade “da porta para dentro”; e há “intelectuais públicos”, empenhados na enunciação e posicionamento político. Muitos entendem que a universidade passou por um processo de burocratização, tornando-se um lócus de habilitações, mais instrumental do que especulativo. É o que pondera o jornalista Bernardo Kucinski, para quem a fase da grande sociologia se foi. “Não é mais a ciência dos gênios, é a ciência das carreiras”, argumenta. O status da carreira passa a se nortear por requisitos da universidade, como a “produtividade” mediante publicações, títulos, orientações. “Se quer ter uma trajetória bem-sucedida na academia, há pouco espaço para organizar manifestações a favor dos países do Terceiro Mundo”, provoca Fábio Pereira, jornalista e doutor em Comunicação pela UnB.
“No Brasil, infelizmente, há intelectuais que simplesmente fazem seu trabalho acadêmico. Eles estão pensando, produzindo novas ideias, livros, teses, mas não se envolvem em questões amplas, não estão preo¬cupados com engajamento. Contudo, um outro setor – além da atividade estrita, acadêmica – assume a disposição de responder às inquietações muitas vezes causadas pela sua própria realidade, pelo tempo presente, com atitudes políticas mais explícitas”, sustenta a historiadora Sílvia Miskulin.
A pluralidade de papéis ecoa na linha política. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, construiu uma carreira intelectual, mas passou aos cânones da carreira política. De acordo com o historiador Francisco Alambert Junior, os intelectuais desta geração se dividem: os que se despolitizam, impregnados pela ideia-mestra de que “não há mais utopias”, dedicando-se unicamente à academia – onde, “a rigor, não há diferença entre um filósofo e um engenheiro, trata-se de técnica” –, e os que assumem novos ideais. Há também intelectuais de esquerda que içaram iniciativas. “A ficha número 1 de fundação do PT é do Mário Pedrosa, a número 2 é do Antonio Candido, a 3 é do Sérgio Buarque de Hollanda”, exemplifica Alambert. A historiadora Maria Helena Capelato corrobora essas considerações e faz uma distinção entre os pensadores comprometidos com a vida política. “Há intelectuais ligados ao PSDB e ao PT; há aqueles engajados, mas sem vinculação partidária, e há os que apenas produzem conhecimento mantendo a velha postura, típica do século XIX do ‘sábio’ pensando e falando para si mesmo”, pondera.
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