junho 19, 2010

Pedofilia: O insuportável peso do Real

Pedofilia
Foto postada em jornalismofm.com.br

Pedofilia

Breno Melaragno - Professor PUC/RJ e Advogado Criminalista * Carlos Fortes - Promotor de Justiça - MG * Leda Nagle * Carlos Eduardo Leal – Psicanalista e escritor * Vladimir Brichta -Ator exclusivo Rede Globo * Talvane de Moraes - Psiquiatra Forense

No dia 16 de abril último, fui convidado a debater sobre a pedofilia no Programa Sem Censura da Leda Nagle, na TVE- Brasil. O tema era sobre o pedreiro Ademar de Jesus que havia matado e tido relações sexuais com 6 jovens em Luisiânia, Go. Mas, obviamente, muitas outras questões foram abordadas.
O sujeito perverso é aquele que diz que "não consegue se conter" e Edimar dizia, "não consigo parar de matar". A perversão se coloca acima da lei. Ele faz suas próprias leis. Não podemos dizer que vivemos cada vez mais numa sociedade perversa, mas numa sociedade ainda fortemente marcada pela neurose com graves traços de perversão. Ou seja, há umfranqueamento muito maior para a perversão, para o ato perverso em nosso meio social. A impunidade é o franchising da perversão. O mal, o mal-estar na civilização é o apagamento do desejo do sujeito frente à avalanche de demandas que o discurso capitalista oferece. Esta fetichização das mercadorias, levam os sujeitos a um "dever de felicidade", como se fosse uma obrigação em ser feliz e uma depressão quando não se é.

Outro fato marcante que também tem acontecido é uma fratura do simbólico. Fratura das relações e dos laços simbólicos. Fratura das leis que regem as relações. Pais e filhos, professores e alunos, mestres e discípulos, patrões e empregados. As relações hierárquicas estão se esfacelando, virando pó (sic). Há micro revoluções não armadas, ou melhor, armadas em salvo-condutos, habeas-corpus, ou pior, a revolução dos celulares com câmeras de vídeo, tornou a todos espiões num reality show jamais visto até então. Todos estão vigiados e vigiam-se mutuamente num grande BBB.

A desestabilização do Imaginário (das garantias imaginárias - certezas construídas ao longo da vida), produz uma quebra, uma ruptura do simbólico (as palavras), fazendo emergir o insuportável peso do Real.

Leia mais em Psicanálise: crítica e ética

Nota do blog: A dica de leitura é da psicanalista Aline Drummond

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