Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos.
Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto.
Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo.
Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.
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In the south region of Mato Grosso do Sul, in the border of Brazil and Paraguay, the most populous indigenous nation of the country silently struggle for its territory, trying to contain the advance of its powerful enemies.
Expelled from their lands because of the continuous process of colonization, more than 40,000 Guarani Kaiowá live nowadays in less than 1% of their original territory. Over their lands there are now thousands of hectares of sugarcane planted by multinational enterprises that, in agreement with the government, show ethanol to the world as an environment friendly and “clean” fuel.
Without the lands and the forests, the Guarani Kaiowá have been coexisting for years with a malnutrition epidemic that reach their children. With no alternative of subsistence, adults and kids are exploited in the cane fields in exhausting working days. In the production line of the “clean” fuel, the Federal Public Prosecutor constantly sues the owners of the plants because of the child labor and the slave labor found there.
Amid the delirium of the green gold fever (the way people call sugarcane), indigenous leadership that face the imposed power many times find as their fate the death ordered by the big farmers.
Ficha técnica:
Título Original: À Sombra de um Delírio Verde Documentário (The Dark Side of Green)
Gênero: Documentários
Produção: Argentina, Bélgica, Brasil
Tempo de Duração: 29 min
Ano de Lançamento: 2011
Direção, produção e roteiro: An Baccaert, Cristiano Navarro e Nicolas Muñoz
Narração em Português: Fabiana Cozza
Música composta por Thomas Leonhardt
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La sombra del delirio por el oro verde
Servindi
Sobre sus tierras actualmente se extienden millares de hectáreas de caña de azúcar y soya de las transnacionales que son destinadas a la producción de etanol.
A pesar de que los guaraníes kaiowás viven hoy en menos del 1 por ciento de su territorio original, las ansias de expansión capitalista continúan, amparados en una norma que promueve la ampliación de la frontera agrícola.
En los últimos ocho años, matones a sueldo han asesinado a 250 indígenas de este pueblo, ubicado en la región fronteriza con Paraguay.
La denuncia de etnocidio efectuada por una comisión del Parlamento brasileño ha intentado poner en evidencia una práctica invariable que se mantiene varias décadas y que apunta al Estado y a los hacendados.
“El poder discrecional de los hacendados resuelve a su manera el problema de la tierra, con asesinatos y masacre de los indígenas”. “Los pistoleros (hombres armados a sueldo) promueven un etnocidio kaiowá”, concluye el informe de los diputados.
La lideresa guaraní kaiowá Rosana Kaingang manifestó que denunciarán al Brasil ante la Corte Interamericana de Derechos Humanos. “Estamos cansados de terminar asesinados”, sostuvo.
“En la sombra de un delirio verde”, documental de media hora elaborado este año, expone la triste realidad de este pueblo indígena que sobrevive en la pobreza extrema. El 90 por ciento de las familias depende de las raciones alimentarias del gobierno.
Los trabajos que consiguen dentro de las plantaciones rayan en la esclavitud y es característico el trabajo infantil.
En medio del delirio del oro verde, como se le llama a la caña de azúcar, los líderes indígenas que enfrentan el poder son asesinados por encargo de los hacendados.
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Fuente: Rebelión
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