Quem é Arthur Virgílio?
Posted: 02 Apr 2008 06:00 PM CDT
Clique na imagem para ampliar. É o resultado do TSE para as eleições para governador do Amazonas em 2006. Mostra a "força" eleitoral de Arthur Virgílio, o mais queridinho da mídia. Virgílio teve exatamente 74,9 mil votos, ficando num longínquo terceiro lugar, com 5,5% dos votos válidos. Para se ter uma idéia, o primeiro colocado, Carlos Eduardo de Souza Braga, do PMDB, teve 687.912 votos e o segundo, Amazonino Mendes, 543.412 votos.
No mesmo ano, Lula teve, somente no Amazonas, 1,15 milhão de votos no segundo turno, 87% dos votos válidos, enquanto o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, teve 176 mil votos, ou 13% do total. Com isso, pode-se concluir que Virgílio é uma figura que corre grande risco de morte eleitoral nas próximas eleições. Esse é o cara que quer derrubar o presidente de 58,29 milhões de votos, cujo governo é aprovado, segundo o Ibope, por 73% dos brasileiros.
Para melhorar a comparação, registre-se ainda que, em 2006, o Amazonas elegeu para senador Alfredo Pereira do Nascimento, do PL, em coligação com PT e PC doB. Da base governista, portanto. Em toda região Norte, a esquerda está dominando de uma forma avassaladora. O PT ganhou o governo do Pará, segundo maior estado da região. Este ano, 2008, o PSDB de Virgílio não tem nem candidato próprio para Manaus. Amazonino Mendes, do PTB, está disparado na frente das pesquisas, seguido de Vanessa Graziotin, do PC do B, e pelo vice-governador Omar Aziz, do PMDB, ambos de partidos que compõem a base aliada de Lula. Virgílio está cada vez mais acuado eleitoralmente.
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PS: Catei mais informações sobre o perfil eleitoral de Arthur Virgílio. Ele foi o senador mais votado em 2002 com 608 mil votos, 29% dos votos válidos. Mas seu eleitorado concentrou-se nos chamados grotões amazônicos, onde os habitantes vivem na obscuridade. Em Manaus, Virgílio teve 322.303 votos, 24% dos votos válidos do município, atrás de Jefferson Peres, do PDT. Importante: em Manaus, Lula teve uma votação esmagadora em 2006. Ganhou com 721 mil votos, ou 87% dos votos válidos.
Pode-se concluir, portanto, que o auge político-eleitoral de Virgílio se deu nos anos 90, sob o manto ilusório de FHC e quando o PSDB ainda possuía uma aura social-democrata e de centro-esquerda que atraía a classe média. Essa ilusão acabou quando o PSDB não apenas se aliou ao PFL como deu início a políticas fortemente recessivas e anti-trabalhistas, com obsessão particularmente acentuada para privatizar as melhores estatais brasileiras. A vitória de Lula em 2002 nocauteou completamente o futuro político de Arthur Virgílio, o que explica a sua oposição birrenta, irracional, raivosa. A prova foi no fiasco humilhante que sofreu em 2006. O outrora político promissor do Amazonas foi escurraçado pelas urnas, com 5% dos votos válidos, um número absolutamente ridículo para alguém que já foi prefeito, deputado federal, senador, que frequenta, junto com seus familiares, quase diariamente as colunas sociais dos principais jornais e revistas do estado. Enfim, o fiasco de Virgílio é especial, porque não se trata de um candidato desconhecido para o povo amazonense, especialmente o cidadão manauara. Em Manaus, cidade onde já foi prefeito, Virgílio teve somente 56.387 votos em 2006, num universo de 996 mil eleitores. O primeiro e o segundo colocados obtiveram 372 e 347 mil votos em Manaus, em 2006. O que aconteceu com Virgílio?
Não esqueçamos que o senador havia se tornado ainda mais conhecido nacional e localmente, em 2005 e 2006, em virtude de sua aparição constante em tv, jornal e revista. Sempre com a aura de paladino dos bons costumes na política. Qual a explicação, portanto, para um fiasco tão absoluto nas eleições para governador em 2006, no auge de sua "glória ética"?
Terá sido pouco investimento em campanha? Bem, os dados não mostram isso. Segundo o TSE, Arthur Virgílio gastou R$ 1,83 milhão em sua campanha para governador, mais que os R$ 1,49 milhões usados por Amazonino Mendes, que obteve 40% dos votos válidos (contra 5% de Virgílio). Tudo bem, o governador eleito, Carlos Eduardo, do PMDB, gastou R$ 8,94 milhões, arrecadados legalmente. Entretanto, até isso depõe contra Virgílio. Mostra que os empresários de seu estado não acreditam tanto nele a ponto de investirem em sua campanha.O que houve, Virgílio? O que aconteceu com você?
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