setembro 16, 2008

Caboco Tranca-Rua ataca

Foto: Rogelio Casado - Luta pela Democratização da Universidade do Amazonas - Manaus-AM, Anos 1980

Nota do blog: O Caboco Tranca-Rua, que diz abertamente que tem a justiça amazonense nas mãos, e que pela televisão chama juiz de cachaceiro, solta os cachorros para cima do meu dileto e considerado amigo José Ribamar Bessa Freire - o querido Babá (ao centro de bigode, óculos e camisa listrada) e da nossa valente bióloga Elisa Wandelli. Aos dois, minha irrestrita solidariedade. Leia com esses olhinhos que a terra há de comer o estilo verborrágico anarco-punk-tropical da indigitada criatura. Saudades do Stanislaw Ponte Preta. O Febeapá (Festival de Besteiras que Assolam o País) tá comendo solto por aqui.

TAQUI PRA TI

O CABOCO TRANCA-RUA ATACA

José Ribamar Bessa Freire

14/09/2008 - Diário do Amazonas

A coluna onde comento o último debate entre os candidatos a prefeito será publicada amanhã, segunda-feira. Hoje, democraticamente, cedo o espaço ao Caboco Tranca-Rua, Djalma Castelo Branco, que enviou um texto ao Diário do Amazonas, solicitando o direito de resposta. Minhas convicções democráticas me levaram a sugerir ao Cirilo Anunciação que o publique nesse espaço. Como estou com a maior moral aqui nesse Diário, minha sugestão foi acatada. Aproveito também, sem que me fosse feita qualquer solicitação nesse sentido, para publicar a carta do Tranca-Rua aqui no meu site. O texto é uma fotografia dele, tão fiel, tão escarrada e cuspida, que os leitores que não tem acesso ao jornal merecem lê-lo. No entanto, os leitores aguardem: no próximo domingo, ! darei uma resposta. O Tranca-Rua ameaçou me processar. Vai ter que abrir duzentos processos contra esse escriba. Pode vir quente que eu estou fervendo – como diria a Jovem Guarda. Até amanhã e até domingo. José R. Bessa Freire


CARTA DO CABOCO TRANCA-RUA

Na coluna "Taqui Pra Ti" da edição de 31 de agosto, domingo, deste jornal, o senhor que atende pelo nome de José Ribamar Bessa Freire, o "Babá", exercita o antijornalismo, atropela normas de conduta que qualquer profissional da área comprometido com a ética e com a informação correta adota para realizar um trabalho isento, ao acolher como verdadeiras denúncias contra a minha pessoa. Não satisfeito, calunia-me, tenta me difamar, chamando-me de "forasteiro", desprezando toda a minha história de vida como cidadão cumpridor de seus deveres e empresário comprometido com o comércio e com a economia de nossa cidade. Esse senhor, que se diz professor de Jornalismo, ignora regras básicas da profissão, transmitidas a qualquer calouro em seus primeiros dias em sala de! aula, segundo as quais não se deve ouvir somente uma versão. O direito de defesa, o direito ao contraditório, é sagrado e, como tal, deve ser seguido. Aos que tiveram esse senhor como professor na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), é bom seguir a velha máxima do "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", porque o que ele ensina como intelectual encadernado, que reproduz o que decora, não exercita na profissão, mandando a ética, a verdade, a isenção, o compromisso com o leitor às favas. Como jornalista, "Babá" tem se caracterizado como um caluniador contumaz, daqueles que compram briga aqui e acolá pelo puro prazer de saciar seus instintos bestiais.

A respeito da polêmica envolvendo a disputa de um área na avenida Torquato Tapajós, que me pertence legalmente - assunto da coluna citada - quero deixar claro que, se tem alguém que pode ser chamado de vítima nesse processo, sou eu. Brigo pelos meus direitos, como todo cidadão de bem que não aceita se sentir usurpado. Chamar de forasteiro um caboclo nascido em Paiuni, no nosso Amazonas, que se destaca empresarialmente como um dos maiores importadores do Estado, é querer tripudiar sobre cidadãos de bem. Somente um canalha pode agir assim. Jamais um profissional que prima pelo bom exercício da profissão poderia fazer alegações desprovidas de qualquer lastro de verdade. A ausência de acuidade e zelo à procedência da informação não favorece ao subscritor da ma! téria que me assacou injustas ofensas. Não vou admitir na minha terra que criminosos sejam acobertados pelo poder público municipal, como se fossem santinhos. Eu quero que esse poder público saia da passividade e tome a atitude correta e enérgica, como o fizeram os Juízes Estaduais Dra. Simone e o Dr. Jomar Saunier. A primeira concedeu a liminar de atentado. O segundo confirmou a medida de retirada dos postes instalados sem autorização da Justiça, em terreno de minha propriedade. É lamentável que a promiscuidade do poder público ainda ressuscite um ato de desapropriação caduco e fajuto, uma vez que jamais ajuizaram qualquer ação de desapropriação direta, no prazo legal, como aludido no Decreto-Lei 3.365, de 21 de junho de 1941. Dizem ser dono da área sem jamais me indenizarem. Esse festejado Decreto 1.680/93 nem sequer mencion! a meu nome, o que reforça o propósito dessa ile! gal e in competente desapropriação. A mentira tem pernas curtas. Conheço meus direitos e, quem me conhece, sabe que não admito injustiça com ninguém, principalmente com aquilo que é meu, conseguido com o suor do meu trabalho e não da forma estelionatária e grileira. Meu nome está registrado como proprietário da rua até hoje. Os documentos ficam aqui na redação para quem quiser ver. Esse decreto é uma palhaçada. Vivemos numa "terra de muro baixo", como diz o, digamos assim, jornalista Ribamar Bessa, porque aqui há quem admita acobertar criminosos que tramitam livremente como se fossem benfeitores da sociedade manauara. Essa empresa Energia Participação, que está registrada num condomínio de luxo, não gera riquezas; é obra de fachada. Basta sair da inércia e cumprir a lei. Como pode haver utilidade p&! uacute;blica quando se trata de uma rua sem saída e sem nenhuma família morando nas proximidades? Essa rua serve unicamente como via de acesso a minha propriedade. A palavra serventia está na lei e, com certeza, me ampara. Quem quiser criar seu bode, que paste no meu pasto somente com minha autorização, e não saia por aí grilando coisa que não lhe pertence. Eu sou amazonense e não admito que chamem minha terra de muro baixo, principalmente o canalha dessa coluna que mora fora de Manaus, em Icaraí, Niterói, no Rio, e está tomando o espaço de bons profissionais que cumprem a sua obrigação de informar a verdade, e aqui estão batalhando. É, pessoal, o "boca suja", o digamos assim, José Ribamar Bessa, não mora em Manaus. É mais um forasteiro que vive da mentira e pratica a imprensa marrom, uma figura perniciosa que quer ! se aproveitar do sensacionalismo e esquece de verificar suas ! fontes. O direito de informação não é absoluto. É vedada a divulgação de notícias falaciosas, que exponham indevidamente a intimidade ou acarretem danos à honra e à imagem dos indivíduos. Você vai ter que provar o que falou. Eu sou enérgico como qualquer pessoa que se sinta agredida no seu direito. A saber, o que está acontecendo nessa "terra de muro baixo" é que o senhor dá guarida a mais uma pessoa que se aproveita do espaço de jornal para assacar mentiras. Eu acredito na Justiça, por isso que recorro sempre a ela na defesa de meus direitos. Vou te processar. Quero que proves, seu canalha covarde, tudo que dissestes a meu respeito. Seu escroque, tu vais ter que vir aqui em Manaus para dar explicações à Justiça. Forasteira é essa Elisa que invadiu minha propriedade, causando-me grande prejuí! zo econômico, sob a falsa alegação de que eu estava produzindo dano ecológico e degradação ambiental ao ambiente. Foi processada e condenada em todas as instâncias. Tudo foi provado. Eu tenho certeza, e a sociedade manaura também, que dom Luiz não saiu degradando o terreno da Arquidiocese antes de me vender. Conheço a Constituição do meu País de cabo a rabo. Estou brigando para fazer valer direitos líquidos e certos. Só para se ter uma idéia, nessa declaração de intenção de desapropriação consta que está submetido a pagamento de indenização, porém nunca me foi pago um tostão. Quanto ao senhor Roberto de Almeida Barreto, que se diz proprietário do meu terreno, a Justiça saberá agir para fazer valer os direitos de quem realmente os tem. Eu, amazonense da gema, n! ão vou admitir que venham tomar no "tapetão! " o que me pertence há mais de 20 anos. A rua foi criada com o meu suor. Eu a asfaltei e sempre a protegi. Exerci o meu direito de proprietário. Demoli o que havia sido feito porque estava acobertado por ordem judicial. Essas famílias que eles dizem existir naquele local jamais existiram. Ali, o município nunca colocou sequer uma lambida de asfalto, muito menos um poste de acariquara para passar a luz, porque nada ali lhe pertence. Se aceitarmos que crimes como esse sejam cometidos contra o cidadão, daqui a pouco nós vamos admitir que a garagem da sua casa seja desapropriada para serventia dos vizinhos que não construíram as suas garagens, em prol da comunidade. Lugar de quadrilha é na cadeia. Estou indignado, e tenho o direito de estar indignado. A lei me faculta defender a posse, e não há crime em agir de forma enérgica por cumprimento de decisão judicial. A Prefeitura de Ma! naus não tem nada a ver com isso. Mas seus agentes públicos respondem pelo crime que causarem. Sou dono da rua que ninguém nunca veio ladrilhar, só ladrar.

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2 comentários:

Dr. Alberto Jorge Silva - Xɛ́byosɔnɔ̀n Ọba Méjì disse...

Caro amigo e irmão Rogélio Casado!
Como é bonito o exercício democrático e vc é mestre nisso quando abre espaços para nativos e não nativos, gregos e troianos, Caprichoso e Garantido.
Essa guerra de textos entre o professor Ribamar e o empresário Djalma Castelo Branco ainda vai longe, apenas espero que não termine em sopapos, algo muito comum na terra de homens de sangue quente.
No entanto, quer em uma manifestação quer noutra, vejo a ocorrência de um mesmo erro.
Na condição de sacerdote de Religião de Matriz Africana e Ameríndia, não posso deixar de registrar meu ponto de vista, respeitando o livre direito do uso de bens imateriais da cultura afro-religiosa.
No universo afro existem os Voduns, Orixás e Nkices - que equivalem a divindades sincretizadas ou justapostas nos santos católicos; há encantados e caboclos - entidades espirituais, que não são divindades mas seres com poderes abaixo do divino e acima do humano; há Legbaras e Exús - os Legbaras estão no mesmo patamar que os Voduns, Orixás e Nkices e os Exús que estão no patamar dos encantados e caboclos.
A entidade Tranca Rua não é encantado, não é caboclo e sim Exú.
Não é uma entidade puramente afro, tanto que não possui nome africano, é uma entidade da Quimbanda que, com o passar do tempo e com a dinâmica do processo religioso hoje é amplamente difundido na Umbanda e até mesmo nos terreiros de Nação Afro - onde no passado o espaço não era aberto as entidades da Umbanda.
Daí a utilização da designação Caboclo para a entidade Tranca Rua é indevida tanto em um quanto em outro texto.
É uma pena que os nomes de entidades dos nossos panteões sejam lembradas nessas situações de uso desmedido da força ou em coisas que remetam ao mal.
"Seu" Tranca Rua não é uma entidade essencialmente do mal, sendo Exú faz o que lhe pedem, faz o que lhe pagam para fazer.
Quem faz o mal na realidade é quem pede, quem paga.
Essa mesma entidade que pode fazer o mal tem feito muita coisa coisa boa, já curou doentes, já promoveu união de casais em crise, já socorreu endividados e assim por diante.
Em nossas mais diversas formas de manifestação de religiosidade afro-ameríndia não existe a preocupação de se fazer levantamento estatístico do que nossas entidades fazem, tanto para o bem quanto para o mal.
Dizer que "Seu" Tranca Rua faz coisas más não é uma inverdade, nem é meu intento maquiar esse aspecto, entretanto me causa um certo mal estar esse destaque costumeiro para as coisas más em detrimento das coisas boas feitas por nossas entidades.
Por que quando um ato generoso e bondoso é de imediato comparado as atitudes beatíficas dos santos e anjos católicos e nunca atribuídos a Cabocla Mariana, a Pomba Gira, a "Seu" Tranca Rua, Caboclo Roxo?
No entanto tudo o que não presta ou é do mal, de imediato é atribuído ao universo afro?
Sei da luta do Professor Babá pelos direitos humanos, pela pluralidade, pelo respeito as diferenças, mas no texto por ele publicado veja mais uma vez a prevalência do ranço cultural/religioso de atribuir a violência, o mal enquanto tal as nossas entidades espirituais.
Que o nome de "seu" Tranca Rua continue sendo utilizado, mas na sua forma original de Exú e não de Caboclo ou Encantado.
Que não apenas lhe atribuam o que é mal, mas lembrem de cita-lo quando o texto fizer referência a coisas boas.
E mais uma vez, caro irmão, parabéns pelo livre exercício da democracia.

cabocla disse...

Marilza de Melo Foucher, brasileira e francesa, doutora em economia pela Sorbonne, consultora internacional, vivendo na França há quase 30 anos, nascida em Boca do Acre, cabocla com muito orgulho, escreve ao distinto proprietario do jornal Diario Amazonas para enviar total solidariedade ao digno jornalista José Ribamar Bessa. Vosso jornalista foi tratado de modo ignóbil pelo conhecido “caboco tranca-rua” que impunemente se diz proprietário de uma rua na cidade de Manaus e o pior: diz-se com todos os poderes e que a justiça estar do seu lado! Manaus não é terra de muro baixo e nem o Pauinin a terra do caboco-tranca rua tão pouco. Espero que as categorias que representam a Justiça no Estado do Amazonas atuando em Manaus não sejam ridicularizadas pelo Brasil afora nem plano internacional.

O “caboco” tranca-rua desconhece que o CABOCLO Bessa nascido com orgulho no beco da Bosta lá em Aparecida tem prestigio e respeito internacional! Este sim é um CIDADAO com letras maiúscula digno de ser amazonense. Este é um verdadeiro cidadão que sabe cumprir com seus direitos e deveres face à Republica Brasileira o que diferencia do caboco-tranca rua.

Além de grande jornalista, Monsieur Bessá como é conhecido em Paris é especializado em sociologia e historia na França, doutor e grande conhecedor da antropologia lingüística. Ele sabe respeitar o sentido das palavras e também sabe sacudi-las para brincar com suas sutilezas, assim como sabe ser satírico. Daqui da França eu me delicio com suas crônicas e sátiras! Com Bessa as palavras não sofrem censuras ou autocensuras. Com Bessa a liberdade de expressão ganha notoriedade. Alias parece que a Amazônia é fértil na reprodução de espécie rara...Quem sabe que outros Bessas, surgirão para ocupar todas as redações dos jornais fazendo emergir um novo jornalismo imparcial, criativo, que mesmo satírico desperta a curiosidade do leitor(a) para que fatos aberrantes como este, despertem sobretudo na moçada a vontade de exercer sua cidadania para que não apareçam outros “cabocos-tranca rua” se dizendo proprietário de Rua.



Atenciosamente com fraternura cabocla

Marilza de Melo Foucher

Consultora Internacional
http//ociocriativommf.blogspot.com