outubro 06, 2009

A (in)sustentável defesa de um terminal portuário

Terminal Portuário das Lajes
(um desastre anunciado)

Nota do blog: A empresa responsável pela construção do terminal portuário das Lajes continua gastando uma grana preta para iludir os incautos. Aos domingos os jornais de Manaus, lá está, em meia página, a (in)sustentável leveza das tintas a bem seduzir o leitor com argumentos que não se sustentam diante de uma banca de cientistas sérios. Mais de 60 perguntas deixaram de ser respondidas pela empresa construtora sobre os impactos ambientais provocados na região - perguntas formuladas pelo IPAAM. No entanto, marotamente a empresa afirma que "o detalhamento desses programas, bem como das ações mencionadas acima, podem ser consultados no EIA/RIMA protocolado no IPAAM e apresentado na audiência pública realizada em 22/08/2009, na Quadra Poliesportiva da Colônia Antônio Aleixo". O que deixou-se de informar? Que a audiência fôra suspensa pelo Ministério Público Estadual, e ainda assim realizada à revelia, num ambiente esvaziado. Numa nova audência da comunidade de São Francisco, na Terra Nova, região do Careiro da Várzea, a empresa viu-se obrigada a acatar uma liminar do Ministério Público Estadual que suspendia a atividade programada. Por que? Justamente pelo volume de questões não respondidas. Tão grave quanto desrespeitar decisões do MP é a má fé com que está sendo conduzido um assunto de interesse da sociedade amazonense. Definitivamente, não aceitamos farsas. Novas audiências estão programadas. O movimento SOS Encontro das Águas está de olho. Em tempo, aos companheir@s que me lêem: sabe tod@s que empresários interessados no empreendimento andaram pressionando o SEBRAE e a Universidade do Estado do Amazonas. Quanto a mim, tenho posição inarredável. Sou a favor da construção de um porto, longe das Lajes. Curiosamente, no festival de encenações promovidas pela empresa construtora e órgãos responsáveis pelo licenciamento a UEA é convidada a participar do debate. Porém, ao menor posicionamento contrário, nossa fala ganha outra conotação política. E diante das pressões, somos conduzidos à contingência de nos pronunciarmos como cidadãos. Daí, meu car@s, recuar um passo para dar dois outros adiante é parte do jogo político. Não precisamos de nenhum artifício para honrar os compromissos com nossa gente. Quando Marilene Corrêa, reitora da Universidade do Estado do Amazonas, diante do padre Orlando Barbosa, por ocasião de uma visita da senadora Marina da Silva a Manaus, disse que o Pro-Reitor de Extensão da UEA não falava por si só, é que ela sabia que alunos e professores contrários ao projeto do terminal portuário estavam representados em minha fala. No entanto, uma posição definitiva só pode ser tomada pelo Conselho Universitário da UEA. Até agora o movimento SOS Encontro das Águas não endereçou nenhum pedido à reitora. Vale lembrar que o mesmo movimento se fez ausente numa reunião agendada no Conselho Estadual de Meio Ambiente. Como acredito que o movimento pretende estabelecer canais de interlocução visando atender interesses coletivos, desprezar esses espaços não é uma boa tática política. Fraternalmente, Rogelio Casado.

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