outubro 01, 2009

Retrocesso na Saúde Mental em Pernambuco

Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial - RENILA
Foto:
Rogelio Casado
Recife - Pernambuco - Brasil
2008

Pernambuco É SÓ RETROCESSO NA SAÚDE MENTAL!

Pernambuco // SAÚDE MENTAL

Otávio de Freitas desativa a emergência psiquiátrica

Publicado em 01.10.2009, às 12h16
Do Jornal do Commercio

Um ano depois de desativar a maior emergência psiquiátrica de Pernambuco por causa de um incêndio de pequenas proporções, o governo do Estado confirmou, nessa quarta-feira (30), que não mais retomará o serviço no Hospital Otávio de Freitas, Sancho, Zona Oeste do Recife.

O atendimento, informou a Secretaria Estadual de Saúde, continuará sendo feito no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambuco, na Tamarineira, Zona Norte, para onde foi transferido temporariamente depois do acidente, iniciado quando um paciente ateou fogo a um lençol. À época, o governo garantiu que, em um mês, concluiria os reparos e normalizaria a emergência na unidade de saúde.

A decisão de repassar de vez o serviço para o Ulysses, no entanto, contraria a Reforma Psiquiátrica, que preconiza o atendimento de emergência nessa área em hospitais gerais. “Quem perde é o paciente. No Ulysses Pernambucano não há sequer exames laboratoriais de urgência, só eletivos. Também não dispomos de raio-X. Ou seja, aqui não tem infraestrutura de emergência-geral”, resume a psiquiatra Ana Paula Luna.

A promotora de Justiça da área de saúde Ivana Botelho pediu explicações ao governo do Estado sobre a decisão. “Encaminhei um ofício em abril e me responderam que estavam negociando a implantação de um serviço de emergência com a prefeitura do Recife”, conta. “Mas estamos falando de uma emergência estadual. O serviço municipal se destina apenas a quem mora no Recife. Além disso, qualquer medida deve ser submetida ao Conselho Estadual de Saúde”, reclama.

A Secretaria Estadual de Saúde alega que o Hospital da Tamarineira responderá pela demanda estadual e que a criação do atendimento psiquiátrico emergencial no Recife atende à municipalização do Serviço Único de Saúde. “Antes o Ulysses Pernambucano recebia 25 pacientes em 24 horas. Agora o atendimento subiu para 46 por plantão”, defende a secretária Executiva de Atenção à Saúde, Ana Maria Albuquerque. Segundo ela, a estrutura da unidade é melhor que a do Otávio de Freitas.

Embora o governo do Estado tenha apresentado ao Ministério Público a criação de uma emergência psiquiátrica municipal como solução para o fechamento do serviço do Otávio de Freitas, ainda não há negociação com a prefeitura. “Fomos nós que fizemos a proposta à Secretaria Estadual de Saúde. Encaminhamos um ofício em julho e pedimos informações sobre o que o governo ofereceria de recursos humanos, financeiros e insumos. Até agora não recebemos resposta”, informa a diretora de Atenção à Saúde do Recife, Bernadete Perez.
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