PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
PICICA: O ditador Mubarak derrubou o último provedor de internet do Egito. O Egito está isolado do mundo. Apoie o povo do Egito. Assine o manifesto de solidariedade da AVAAZ.
Os protestos no Egito podem por fim a três décadas de um governo repressivo, trazendo finalmente a liberdade e democracia ao Egito.
O regime de Mubarak está tentando esmagar os protestos cortando duas fontes cruciais de mobilização: a informação e a solidariedade. Mas apesar da Internet estar bloqueada, as rádios egípcias e os canais de televisão via satélite ainda conseguem receber transmissões de fora do país - por isso, a Avaaz vai trabalhar com os meios de comunicação cujas mensagens chegam a todo o Egito, para circular o número de assinaturas deste manifesto de solidariedade, juntamente com mensagens de apoio do mundo inteiro, para o povo do Egito.
Cada hora conta. O que acontecerá a seguir depende de todos nós. Vamos apoiar o povo egípcio nas ruas e lançar um chamado ensurdecedor contra a corrupção avassaladora e a repressão política, e a favor da reforma democrática. Assine este manifesto de solidariedade - e divulgue esta campanha!
PICICA: O chá de ayahuasca usado nos rituais religiosos são acompanhados por experientes mestres nos templos da UDV e do Santo Daime. Fora dos rituais não há recomendação do uso.
Vídeo apresentado durante exposição dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, dias 23 e 24 de novembro de 2010, em Brasília, pelo INCT-TM.
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Pesquisa aponta o potencial antidepressivo do chá de Ayahuasca
Chá é feito com duas espécies vegetais, o cipó Banisteriopsis Caapi (Jagube) e folhas da árvore Psychotria Viridis (Chacrona).
31/01/2011 - Vídeo apresentado durante exposição dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), dias 23 e 24 de novembro de 2010, em Brasília, pelo INCT-TM, mostra entrevista com o Dr. Jaime Hallak, Coordenador do Centro USP Ribeirão Preto, integrante do INCT - Translacional em Medicina, que relata pesquisa com o chá de Ayahuasca e aponta o potencial antidepressivo dos seus princípios ativos.
PICICA: "Afora o contexto espanhol em particular, a xenofobia e o preconceito são comuns e crescentes em toda a Europa ocidental."
Imagem: AP Photo / Bernart Armangue
Fascismo: pesquisadora de Brasília é deportada arbitrariamente
A Espanha é um país lindo, com uma cultura riquíssima e uma história muito interessante. Não à toa é destino turístico dos mais procurados. Espero em breve poder conhecer pessoalmente.
Infelizmente, é também uma sociedade muito autoritária, reflexo de um Estado com fortes marcas do autoritarismo legado pelo ditador Franco, que ainda tem muitíssimos admiradores e seguidores vivos e muito ativos no país de García Lorca.
Afora o contexto espanhol em particular, a xenofobia e o preconceito são comuns e crescentes em toda a Europa ocidental. A Espanha, além de última campeã mundial de futebol, ostenta o título de país mais arbitrário e injusto no tratamento às pessoas que chegam ou precisam passar por lá.
Abaixo segue o relato da pesquisadora Denise Severo, professora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UnB.
Após ler o relato e se indignar, envie seu protesto para a Embaixada da Espanha em Brasília:
Infelizmente, casos como esse ocorrem diariamente. O constrangimento às autoridades daquele país é o mínimo que podemos causar.
Daqui a três anos o Brasil receberá muitos espanhóis que irão acomapanhar a “Fúria” na Copa do Mundo. Como fazemos com todos os povos que nos visitam, iremos tratá-los muito bem, com hospitalidade e cordialidade. Mas é bom que o mundo saiba como a Espanha trata os visitantes de outros países que chegam para conhecer a terra de Miguel de Cervantes.
Leia e divulgue adiante.
Brasília(DF), 30/01/2011
Querid@s amig@s e companheir@s
Acho que muitos de vocês sabiam que eu estava saindo de férias junto com minha amiga Gracinha para a Espanha. Pois bem, planejamos tudo, compramos passagem, reservamos hotel e tudo mais. Porém, fomos em vôos separados. Depois de 15 horas de viagem EU fui INJUSTAMENTE DEPORTADA pela imigração da Espanha! Fiquei 15 horas PRESA numa sala da polícia federal sendo tratada como criminosa! Sem direito à telefonema, sem nenhuma informação sobre os motivos pelo qual estava detida e somente depois de 7 horas tive contato com um advogado e uma tradutora. Fui revistada fisicamente e revistaram e retiveram minha bolsa e minha bagagem de mão, tudo isso antes de ter um advogado. Eles arbitrariamente decidiram que eu não entraria naquele país e fizeram de tudo para arranjar algo para me deportar. Eu tinha todos os documentos que comprovavam que eu tinha dinheiro de sobra para a quantidade de dias que iria ficar, tinha carta do Ministério da Cultura que comprovava que eu trabalho para um projeto do governo brasileiro, seguro viagem pago, reserva de hotel no nome da Gracinha (iríamos dividir um quarto, por isso constava só o nome dela), passagem de volta e até a escritura da minha casa própria em Florianópolis! Primeiramente eles alegaram que meu cartão Travelmoney do Banco do Brasil não tinha valor nenhum pra eles porque não constava meu nome (o Banco do Brasil não imprime nome neste cartão, é política do banco). Só que eu tinha todos os extratos assinados pelo Banco do Brasil que comprovavam a compra de euros!!!! Mesmo assim eles disseram que não valia e me prenderam na sala. A assistente social da Polícia Federal só fazia era VENDER cartão telefônico para aqueles que quisessem ligar dos telefones públicos que havia nesta sala fechada. Então comprei ironicamente cartões da própria Polícia e liguei imediatamente pra Embaixada brasileira e pro Consulado do Brasil na Espanha. Eles foram ótimos! Mas disseram que infelizmente pouco poderiam fazer porque a Polícia é arbritária mesmo e até eles ficam de mãos atadas. Tudo que podiam fazer eles fizeram, que foi enviar um fax reiterando que eu tinha dinheiro, dizendo que meu cartão era válido e cobrando informações. Pois bem, depois de mais não sei quantas horas presa, eles admitiram que meu cartão era válido. Como não tinham mais argumento, cavocaram algum. Como a reserva do quarto duplo foi feita no nome da Gracinha, porque no site do hotel na internet pedia somente um nome, eles alegaram que eu não tinha reserva de hotel!!! A Polícia Federal mentiu na minha cara que haviam telefonado para o hotel e que o hotel havia dito que não havia nenhuma reserva no nome de Graça!!! Neste momento o advogado da própria Polícia que estava ali para me defender argumentou com a Polícia que havia reserva e telefonou do seu celular no viva voz novamente para o Hotel que confirmou que Graça já estava inclusive hospedada!!! Sabem o que a Polícia disse diante deste telefonema em viva voz????? Disse que não valia nada para eles aquele telefonema, que eles já haviam telefonado e decidido pela minha deportação!!!! Ou seja, eles realmente queriam arbitrariamente me deportar e ponto final!!! Disseram que eu seria deportada no vôo da meia noite e vinte e me prenderam novamente na sala. E para completar o absurdo fui levada para o avião escoltada como criminosa em carro blindado de polícia até dentro do avião. Meu passaporte foi entregue à tripulação e havia uma funcionária do aeroporto no Brasil me esperando com ele na mão para me escoltar até a imigração brasileira!!!! Somente depois de passar na imigração brasileira tive meu passaporte devolvido! Mas não acabou….pois CARIMBARAM meu passaporte com um signo que provavelmente deve ser o de deportada, sendo que eu nem entrei no país!!! E para finalizar, é claro, que eles extraviaram a minha bagagem! Pois a Polícia não despachou minha mala!!! Eles são arbitrários e preconceituosos mesmo! Não tem outra explicação e o próprio consulado disse isso pra mim! Havia cerca de 10 pessoas presas nesta situação e todas elas eram latinas e/ou negros da África!!! Ou seja, é XENOFOBIA PURA!!!! Mas XENOFOBIA CONTRA LATINOS E NEGROS!!!! PURO PRECONCEITO!!! Bem gente, é uma novela né….mas a novela só tá começando….porque eles escolheram a pessoa errada para isso!!! Vou recorrer ao Itamaraty, vou fazer uma queixa oficial na Embaixada da Espanha no Brasil, vou à Secretaria de Política para Mulheres e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, vou a todos os órgãos que puder para lutar contra esta arbitrariedade!!! Preciso de contatos da mídia para divulgar essa situação absurda!!! Quero pedir a todos vocês que divulguem em todas as suas redes sociais e que façamos uma campanha CONTRA O TRATAMENTO QUE A ESPANHA DÁ AOS ESTRAGEIROS LATINOS E NEGROS!!! Obrigada pelo apoio de tod@s Grande Abraço Denise Severo Coordenadora Pedagógica do Projeto Vidas Paralelas Pesquisadora Associada do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UnB
PICICA: "Es asombroso el interés que despierta todavía el tema judío en la industria del cine norteamericana (...)qué poco interés ha manifestado la industria USA para con el problema palestino(...)".
Es asombroso el interés que despierta todavía el tema judío en la industria del cine norteamericana –ya hay de nuevo otra peli en cartel, cuando no se apagaron aun los aplausos por El niño del pijama a rayas-, el inagotable filón de la II Guerra Mundial, que ya hemos visto desde todos los ángulos posibles, con el “siempre encomiable” papel que jugaron ingleses y norteamericanos en dicho conflicto (va camino de empatar con el número de weterns). Por el contrario, qué poco interés ha manifestado la industria USA para con el problema palestino, sino fue para tacharlos de terroristas en Éxodo, que tal parece que los invadidos, cercados y buenos de la peli fuesen Sal Mineo, Paul Neuman y las bellas e inocentes judías de shorts y frescas carnes. Y esto es extensivo al conflicto saharaui, que ya dura 35 años y todavía no ha asomado el careto ni uno sólo de los que nos entretienen con sus más o menos decorosos films. Lo cual deja bastante claro en manos de quién está el capital inversor.No merece la pena buscar en Internet el dato del año en que fue estrenada la peli Por quién doblan las campanas, del “maestro” Sam Wood. Digamos sólo que, al menos los españoles, tuvimos que esperar unos pocos años para “disfrutar” de las “proezas” de aquel internacional, interpretado por el anticomunista y colaborador en aquella famosa “caza de brujas” de marras en Hollywood que fue Gary Cooper, con Robert Taylor y muchos otros, y que mandó al paro y a prisión a numerosos actores, guionistas y directores. Y total para ver a un “perfecto gentleman” bien aseado y bien vestido, rindiéndose en los brazos de la no menos bella Ingrid Bergman, y ambos rodeados de una “manada de “malolientes”, casi “bandoleros”, “dispuestos a vender a su santa madre por un paquete de Bisonte”, “tan poquito de fiar” como la tierra que pisan; que, aquí, el único de fiar es el “bravo” y “serio” americano: los demás nunca conocieron la higiene, las numerosas escuelas que abrió la República ni la poca o mucha cultura que llevaron hasta el pueblo más remoto las Misiones Pedagógicas. No deja de asombrarnos que esta película, tan reaccionaria, que tan pocos favores le debe a aquel Hemingway antifascista, no fuese estrenada en España en 1943, como en el resto del mundo, en tiempos del patascortas, pues poco o nada alimentó nuestra vocación republicana de entonces. Sin embargo -aun no había fallecido el mencionado y las botellas de champaña estaban por comprar-, y, al menos algunos afortunados, sí tuvimos la fortuna de ver El atentado, -un excelente film sobre el asesinato del activista marroquí Ben Barca- (Parece ser que en ese momento su Excremencia estaba “rebotado” con Mohamed V y tuvo un “arrebato liberal”). Creo que de esta época data también el estreno -en Madrid al menos- de La confesión: la brutal persecución, caza y depuración de “elementos enemigos” de la Patria Socialista, en la que un combatiente de las Brigadas Internacionales -Arthur London- es torturado por los esbirros de Stalin para que confiese sus “crímenes”. La cual bien poco contribuyó a hacernos menos comunistas. Conservo un cariñoso recuerdo de las salas California, el Pequeño Cinestudio, el Cine Bulevar, de Madrid, porque recuerdo estrenos grandiosos, como Tierra sin pan, Un perro andaluz, Nazarín, de Buñuél; La sangre del cóndor, Sierra de Teruel, Morir en Madrid, El acorazado Potemkin…algo posteriores, y que raramente son programadas en la tele. Con respecto a la tan celebrada La vaquilla del Berlanga de Bienvenido, Mister Marshall, ¿qué otra cosa se puede decir sino que es un producto lamentable?; una forma muy poco elegante de trivializar nuestra guerra civil, que hubiera estado bien para la familia de los Ozores, los Lazaga, los Sáenz de Heredia que tuvimos que sufrir hasta las postrimerías del franquismo con películas como La fiel infantería, con un “irrepetible” Arturo Fernández en el papel de un oficial fascista. Cuánto mejor hubiera hecho, el director de Plácido, si hubiese guardado parte de aquellas energías para regalarnos, antes de dejarnos, una nueva entrega de su Escopeta nacional, esta última dedicada a la actual aristocracia socialista. Insistiendo en el tema GCE y cine USA, parece que todo es una cuestión de números: quizás no murieron suficientes brigadistas de la Lincoln en el Jarama y allí donde combatieron por la República. Quizás, como dijo aquel “colosal” actor y presidente de EE.UU, Mr. Reagan, simplemente, “se equivocaron de bando”. Lo que sí es cierto es que, restando los documentales de la época, Las nieves de Kilimanjaro –a la cual tan poquito tiene que agradecer la causa de los rojillos- Casablanca, Tierra y libertad- nada generosa esta última con el Gobierno de Negrín-, alguna mención de pasada por parte de algunos realizadores latinoamericanos y un par de cosas más que no logro recordar, nuestra guerra civil no ha merecido un gran interés por parte de los directores extranjeros. Aquí, vale destacar los encomiables trabajos de Basilio Martín Patino; Las largas vacaciones del 36, Las bicicletas son para el verano, (con ciertas reservas) ¡Ay, Carmela!, La prima Angélica, Libertarias, La Plaza del diamante, Las 13 Rosas, El laberinto del fauno (aunque “excesiva”, a mi entender, la brutalidad de Sergi López,) Réquiem por un campesino español, Soldados de Salamina, Dragón Rapid, La buena nueva, Mambrú se fue a la guerra (imprescindible), Pim, pam, pum, Fuego, ¡Jo, papa!, Soldados, (basado en un relato de nuestro formidable Max Aub), El espinazo del diablo, El viaje de Carol, El espíritu de la colmena, Los días del pasado, La caza. Y aquí abro un generoso paréntesis para los que quieran incorporar su película favorita sobre la GCE. (No se aceptan pelis fachas) (…………………………………………………………………………………… Sin ánimo de menospreciar nada de lo ya citado, seguimos esperando “la gran película” sobre la “última guerra romántica”. Esperemos que no tenga que venir a hacerla Clint Eastwood...
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
A los 35 años, Friedrich Nietzsche apenas podía escribir. De frágil salud, le dolía horrores fijar la vista en el papel. En 1882, recibió en su casa una Malling-Hansen, una precursora de las máquinas de escribir con forma de bola. Gracias al artilugio, el filósofo alemán volvió a plasmar sus ideas. De esa máquina saldrían sus mejores obras, como Así habló Zaratustra, Más allá del bien y del mal o Ecce homo. Pero su literatura había cambiado. Como el propio autor reconoció a un amigo, su estilo se había hecho más telegráfico y, como si el hierro de las teclas se hubiera colado en la mente del escritor, más contundente y duro. La tecnología estaba modulando su mensaje, al estilo del aforismo de Marshall McLuhan de que el medio es el mensaje. Un siglo después, internet parece estar haciendo lo mismo, esta vez a millones de personas. Pero el resultado no está siendo tan fructífero. Según el estadounidense Nicholas Carr, el sinfín de estímulos que llegan al cerebro desde la red nos está haciendo unos superficiales.
Carr ha publicado esta semana la obra Superficiales. ¿Qué está haciendo Internet con nuestras mentes? (Taurus Pensamiento). Editada en inglés el verano pasado, está generando una gran polémica tanto en EEUU como en Europa. El autor sostiene en la obra que la red, tan llena de ventajas, está alterando nuestras habilidades cognitivas. Haciendo un repaso por la historia de la tecnología, desde la invención del reloj hasta el libro, pasando por la bola de escribir de Nietzsche, muestra que cada una de ellas ha dejado su huella en la mente. Apoya el repaso con los más recientes experimentos en el campo de la neurología. Su conclusión es clara: internet, la última gran tecnología, está debilitando algunas de las funciones cerebrales más elevadas, como el pensamiento profundo, la capacidad de abstracción o la memoria.
El riesgo al delegar la memoria es «empezar a perder la humanidad»
El autor parte de una idea que ya planteó en un célebre artículo en la revista The Atlantic en 2008. Con el provocador título ¿Nos está haciendo estúpidos Google?, relataba su incapacidad personal para concentrarse. El libro, de hecho, es una extensión de aquella idea. "Solía ser muy fácil que me sumergiera en un libro o un artículo largo. Mi mente quedaba atrapada en los recursos de la narrativa o los giros del argumento, y estaría horas surcando vastas extensiones de prosa. Eso ocurre pocas veces hoy. Ahora mi concentración empieza a disiparse después de una página o dos. Pierdo el sosiego y el hilo, empiezo a pensar qué otra cosa hacer", escribe en el primer capítulo de la obra. Él culpa a internet de su despiste. Ya no se concentra. Cuando está delante del ordenador leyendo un artículo, cada poco tiene que dejarlo para revisar el correo o para enviar un mensaje. Peor aún, cuando vuelve al texto, lo ojea por encima y se pierde en una marea de enlaces. Y no es el único al que le pasa.
Modelo más abierto
Un experimento realizado por el diseñador web Jakob Nielsen muestra que se surfea por el contenido de un sitio antes que leerlo en profundidad. Colocó a 232 voluntarios una minicámara para registrar sus movimientos oculares y los puso ante un texto online. Casi ninguno leyó línea tras línea. En realidad, leían el primer párrafo, después escaneaban la parte derecha de la página, se detenían en las líneas centrales y volvían a surfear por la página. Es todo lo contrario a lo que se hace con un libro.
"Es el eterno miedo a lo nuevo", replica un investigador
Carr sostiene que la red incentiva un tipo de lectura superficial. La consecuencia es que entrena la inteligencia visual-espacial pero, a cambio, debilita el procesamiento profundo. Hay, sostiene, una relación directa entre el número de enlaces y la comprensión por culpa de la sobrecarga cognitiva.
Sin embargo, el consultor y especialista en nuevos medios Juan Varela asegura que "ninguna tecnología nos hace más estúpidos, pero los problemas abundan al utilizarlas ahora y antes. Las tecnologías digitales ponen a disposición de los ciudadanos un modelo más abierto, participativo, social y eficiente de gestión de la información, pero a menudo faltan criterios claros para aprovecharlo. Ahí está el principal problema. La clave no es la tecnología, sino tener la destreza y la voluntad adecuadas para aprovecharla". Sería entonces cuestión de una falta de entrenamiento.
Carr apoya su tesis en la neuroplasticidad. La moderna neurología considera probado que el cerebro se ve modificado por el proceso de adquisición de una nueva destreza y por su propio ejercicio. Además, sigue generando nuevas neuronas y conexiones entre ellas, sinapsis, a lo largo de toda la vida. Según la neuróloga Maryanne Wolf, fueron los sumerios, inventores de la escritura, los primeros en establecer intensas interconexiones entre las áreas del cerebro relacionadas con la visión, la conceptualización, el análisis espacial y la toma de decisiones. Su obra la completarían los griegos al perfeccionar el alfabeto creado por los fenicios. Esto supuso el paso de la tradición oral a la escrita.
La tecnología que ha modelado al ser humano es el libro, según el autor
Para el autor, la gran tecnología que ha modelado al ser humano moderno ha sido el libro. A comienzos del primer milenio, aparecieron en Europa las primeras gramáticas. La abigarrada escritura continua dejaba paso a frases y palabras separadas y acentuadas. Por primera vez, se hacía para los ojos y no para los oídos. Aunque supuso el fin de los escribas y lectores oficiales, este cambio hizo posible la escritura en privado, liberando la inventiva, el pensamiento alternativo y hasta el herético. Pero también permitió la lectura en profundidad, la desconexión del mundo que nos rodea. La invención de Gutenberg generalizó el cambio. Ahora, 550 años después, "la imprenta y sus productos están siendo desplazados del centro de nuestra vida cultural hasta los márgenes", escribe Carr, por los medios electrónicos.
El neurofisiólogo del Neurocom de la Universidad de A Coruña y experto en neurociencia computacional Xurxo Mariño reconoce que la tecnología y la cultura modelan el cerebro. El problema es saber cuánto, cómo y si tendrá continuidad. "Es poco probable que internet produzca una modificación evolutiva", explica.
A corto plazo se deberían dar dos factores conjuntamente. Por un lado, un uso cultural que modifique el sistema nervioso. Es lo que podría estar ocurriendo con internet. "Lenguas diferentes, por ejemplo, crean mentes distintas". Pero falta descubrir la existencia de genes con una susceptibilidad previa que puedan aprovechar esta nueva tecnología y que se prolonguen en sucesivas generaciones.
Un experto en la red señala que la clave es tener destreza con la tecnología
Cambios culturales
Entre las capacidades que deterioran internet estaría la memoria. Delegamos cada vez más en calculadoras, móviles y otras máquinas datos e informaciones que recordar. Muchos han recurrido a la metáfora de ver la mente como un ordenador y a internet como una gran memoria colectiva. El problema aquí, según Carr, es que la memoria biológica no es como la artificial. Cada vez que se recupera un recuerdo, este se recrea en una especie de fitness cerebral. Sin el ejercicio, las sinapsis neuronales se encogerían. El riesgo que corremos al delegar lo más humano, como el pensamiento y el intelecto en los ordenadores, dice Carr, "es el de poder empezar a perder nuestra humanidad".
"Son argumentos tan viejos como el tebeo", alega el profesor de filosofía de la ciencia en la Universidad Autónoma de Barcelona, David Casacuberta. Este investigador del impacto social y cognitivo de la tecnología recupera un pasaje del Fedro de Platón para desmontar los miedos de Carr. Precisamente, el mismo pasaje que recoge el autor en su libro. En él, el rey Thamus reprocha al dios Thot que haya concedido la escritura a los humanos. "Implantará el olvido en sus almas", dice Thamus. Pero la escritura nos dio nuevas habilidades. "Es el eterno miedo a lo nuevo", añade Casacuberta.
El profesor coincide con Carr en que internet está desplazando a otros medios culturales, como el libro. Pero niega que tenga que ser perjudicial. "Nuestro cerebro no funciona secuencialmente, página a página, sino enlazando conceptos, como los hiperenlaces en internet".
"Habrá una rebelión contra la red"
Nicholas Carr. Autor de ‘Superficiales’
La tecnología del libro provocó cambios positivos en el cerebro. ¿Por qué no internet?
Los provoca. Hay evidencia de que a medida que se pasa más tiempo en línea se fortalecen habilidades visuales. Pero, al mismo tiempo, parece debilitar la capacidad para la contemplación y la atención, que son importantes para el pensamiento conceptual, crítico y creativo.
El malabarista mejora con el entrenamiento. ¿No podría ocurrir lo mismo con la multitarea?
La habilidad en la multitarea afecta a varios procesos cognitivos más profundos. En el libro cito al neurocientífico Jordan Grafman: “Cuanta más multitarea, seremos menos deliberativos, menos capaces de pensar y razonar”.
¿Qué ocurrirá cuando los niños de hoy sean adultos?
Los efectos sobre jóvenes y viejos son los mismos. Creo que la distinción entre nativos e inmigrantes digitales es una ilusión.
PICICA: "Morales no participó en las movilizaciones, pero en una entrevista señaló que “está comprobado” que el consumo de coca en estado natural ayuda a combatir enfermedades como la diabetes, mientras que, en cambio, “la Coca Cola hace mucho daño al ser humano”."
Centenas de indígenas y campesinos partidarios del presidente boliviano, Evo Morales, mascaron hoy coca en varias ciudades y a las puertas de la embajada de Estados Unidos en La Paz, para exigir que la ONU y ese país no veten ese hábito milenario.
Las movilizaciones se realizaron a pocos días de que venza, el próximo domingo, el plazo fijado por las Naciones Unidas para que los países se pronuncien sobre una petición de Morales de que se despenalice el mascado de coca.
Morales no participó en las movilizaciones, pero en una entrevista señaló que “está comprobado” que el consumo de coca en estado natural ayuda a combatir enfermedades como la diabetes, mientras que, en cambio, “la Coca Cola hace mucho daño al ser humano”.
“Vamos a seguir revalorizando e industrializando (la coca) para el bien de la humanidad”, agregó.
El mascado de la hoja, conocido en Bolivia como “acullico” o “pijcheo”, fue vetado en 1961 por el artículo 49 de la Convención sobre Estupefacientes de la ONU, porque la coca contiene alcaloides y es la base para elaborar cocaína.
Legisladores oficialistas encabezaron la protesta ante la embajada norteamericana, que estuvo varias horas bloqueada, pero no hubo incidentes debido a la custodia de decenas de policías.
El de Washington es uno de los gobiernos que presentó ya ante la ONU su objeción a la enmienda propuesta por Morales para eliminar la penalización del “acullico”.
El senador oficialista Julio Salazar, dirigente de los productores de hoja de coca, al igual que Morales, denunció que Washington quiere “imponer” su visión a los pueblos al oponerse a la enmienda boliviana.
A su juicio, la ONU causó en 1961 “un daño histórico” a quienes tienen un consumo ritual, cultural y tradicional de la coca en Bolivia y otras naciones andinas.
La jornada nacional de mascado de coca fue precedida por una gira del ministro boliviano de Exteriores, David Choquehuanca, que viajó la semana pasada a España, Bélgica, Francia, Reino Unido y Suecia para pedir su apoyo a la despenalización.
Bolivia logró este año que Colombia, Macedonia y Egipto retiraran sus objeciones a la enmienda de Morales, que ha fracasado en anteriores intentos internacionales de despenalizar la coca.
Además del “acullico” ante la embajada estadounidense, los partidarios de Morales presentaron varios refrescos gaseosos, pomadas, dentífricos, pasteles y caramelos elaborados con la hoja que califican de “sagrada”.
Pero Washington ratificó hoy su veto en un comunicado difundido por su embajada en La Paz, en el que explica que el rechazo a la enmienda “se basa en la importancia de mantener la integridad de la Convención de 1961, que constituye una herramienta importante para la lucha mundial contra narcotráfico”.
La embajada dijo, no obstante, que Estados Unidos “respeta la cultura de los pueblos indígenas” y reconoce que el mascado “es una costumbre tradicional”.
Antes de empezar las movilizaciones, Choquehuanca afirmó hoy que el Departamento Antidroga de Estados Unidos (DEA) no volverá a operar nunca más en Bolivia, para aclarar declaraciones suyas de la víspera en las que se interpretó lo contrario.
“Así de claro concreto y conciso: La DEA no vuelve más a Bolivia”, enfatizó en una rueda de prensa, tras reunirse con Morales y el Consejo de Ministros.
Un diario paceño interpretó hoy anteriores declaraciones del canciller a la cadena norteamericana CNN como una apertura de la posibilidad de que el organismo antidroga estadounidense, expulsado de Bolivia en noviembre de 2008, retorne al país, en el marco de un acuerdo de “respeto mutuo”.
Morales expulsó a la DEA tras acusarla de cooperar en un supuesto complot de opositores para derrocarlo, dos meses después de haber echado también al embajador estadounidense Philip Goldberg, con el mismo argumento.
PICICA: Amazonenses, conheceis José Martí, herói da revolução cubana? Não? Mas, certamente, conheceis o amazonense Tomás Meireles, herói da resistência brasileira à ditadura militar? Também, não? Então, ‘tamo pebado, maninho! Sabidamente, nas ditaduras é a fome, que distancia pobres dos ricos, que provoca revoluções, mas nas democracias diz-se que a revolução se faz pelo conhecimento. É de se perguntar porque estes “heróis” foram preteridos em favor dos “heróis” narcísicos do Pedro “BBB” Bial? A construção de novas percepções sociais da realidade política deve mais a gente como Martí e Meireles do que à vã engrenagem que destrói reputações intelectuais e despreza os reclamos de audiências mais exigentes.
Sexta-feira dia 28/01/11, comemorou-se 158 anos de nascimento do herói da Revolução Cubana e um dos maiores intelectuais de todos os tempos de nossa América, José Martí.
E foi com esse intuito que o Blog Solidários, gerido pela Associação cultural José Martí de Santa Catarina e demais solidários, selecionou e publicou alguns artigos sobre o pensamento martíniano.
Para ler os artigos clique aqui, ou abaixo nos links de cada postagem respectivamente.
PICICA: "Por que o estado egípcio perdeu a sua legitimidade? Max Weber distinguia entre poder e autoridade. O poder sai do cano de uma arma, e o estado egípcio tem muitas delas. Porém Weber define autoridade como a probabilidade de o comando ser obedecido. Líderes que têm autoridade não precisam atirar nas pessoas. O regime de Mubarak teve de atirar sobre pelo menos 100 pessoas nos últimos dias, e feriu outras mais. Literalmente, centenas de milhares de pessoas ignoraram o comando de Mubarak para respeitar o toque de recolher. Ele perdeu a sua autoridade." Leia, também, "Egito: uma revolução de verdade".
Por Juan Cole, do Informed Comment | Tradução: Bruno Cava
Na manhã de domingo, havia algum sinal das Forças Armadas do Egito assumindo responsabilidades de segurança. Soldados começaram a prender saquadores suspeitos, enquadrando 450 deles. O desaparecimento da polícia das ruas levou à ameaça de saque generalizado, o que virou preocupação dos militares. Outros métodos de controle foram usados. O governo fechou definitivamente os escritórios da Al-Jazeera em Cairo e cancelou a licença dos jornalistas de reportar as histórias, de acordo com tuítes (Al-Jazeera não estava conseguindo transmitir direto do Cairo inclusive antes desta manobra). O canal, baseado no Qatar, é visto pelo presidente Hosni Mubarak como uma tentativa de solapá-lo.
Por que o estado egípcio perdeu a sua legitimidade? Max Weber distinguia entre poder e autoridade. O poder sai do cano de uma arma, e o estado egípcio tem muitas delas. Porém Weber define autoridade como a probabilidade de o comando ser obedecido. Líderes que têm autoridade não precisam atirar nas pessoas. O regime de Mubarak teve de atirar sobre pelo menos 100 pessoas nos últimos dias, e feriu outras mais. Literalmente, centenas de milhares de pessoas ignoraram o comando de Mubarak para respeitar o toque de recolher. Ele perdeu a sua autoridade.
A autoridade enraíza-se na legitimidade. Líderes são reconhecimentos porque as pessoas consentem que existe uma base legítima de sua autoridade e poder. Em países democráticos, essa legitimidade vem da urna eleitoral. No Egito, derivou entre 1952 e 1970 no papel de liderança das forças militares do Egito em livrá-loda hegemonia ocidental.
Essa luta incluía disputar com o Reino Unido o controle sobre o Canal de Suez (originalmente construído pelo governo egípcio e aberto em 1869, mas comprado a preço de banana em 1875 com manobras prévias do sistema financeiro para endividar o país e levá-lo à bancarrota, forçando a operação de venda). Também envolveu aparar tentativas agressivas de Israel em ocupar a Península do Sinai e afirmar influência sobre o Canal de Suez. O líder nacionalista árabe revolucionário Gamal Abdel Nasser conduziu uma reforma agrária extensiva, rompendo com o imenso sistema de hacienda típico da América Central e criando uma classemédia rural. Leonard Binder argumentou que no final dos 1960 essa classemédia rural foi a espinha do regime de Nasser. O líder nacionalista também implementou, pela via do estado, uma industrialização, que produziu uma classemédia urbana, beneficiada das obras de construção civil comissionadas pelo governo.
Desde 1970, Anwar El Sadat levou o Egito numa nova direção, abrindo a economia e abertamente ficando lado a lado com a nova classe de empresários multimilionários. Esta, por sua vez, era ávida por investimentos europeus e americanos. Cansada das guerras infrutíferas entre árabes e israelenses, o povo egípcio era extensivamente simpático ao acordo de paz de 1978, que Sadat firmou com Israel e encerrou o ciclo de guerras. Isto pavimentou o caminho para o desenvolvimento da indústria turística do Egito e para o investimento ocidental, assim como para o início da ajuda financeira dos Estados Unidos e Europa. Egito movia-se à direita.
Mas enquanto as políticas socialistas de Nasser levaram à duplicação da renda média real no Egito entre 1960 a 1970, de 1970 a 2000 não houve desenvolviment real no país. Parte do problema é demografia. Se a população cresce 3% ao ano e a economia cresce 3% ao ano, a renda per capita fica estagnada. Desde 1850, Egito e a maior parte dos países do Oriente Médio tiveram um (misterioso) boom populacional. A sempre-crescente população também aumentou a sua concentração nas cidades, onde se oferecem salários mais altos do que no campo, mesmo na economia informal (ex: vender fósforos). Cerca da metade dos egípcios vivem agora nas cidades, e mesmo diversas vilas se tornaram subúrbios das metrópoles vastas.
Assim, a classemédia rura, embora ainda importante, não é mais um apoio de peso ao regime. Um governo de sucesso precisaria ter os números crescentes da população urbana a seu lado. Mas aí, as políticas neoliberais, impostas a Mubarak pelos Estados Unidos desde 1981, não ajudaram. As cidades egípcias sofrem de um alto desemprego e relativamente alta inflação. O setor urbano foi apossado por uns poucos multimilionários, mas muitos trabalhadores ficaram pra trás. O número enorme de graduados do ensino médio e superior produzidos pelo sistema raramente acham emprego à altura de sua formação, ou então não conseguem qualquer tipo de emprego. O Egito urbano tem ricos e pobres mas uma pequena classemédia. O estado cuidadosamente tenta controlar os sindicatos, que podem poucas vezes agir independentemente.
O estado paulatinamente se tornou um estado de poucos. a velha base nas classemédias rurais rapidamente declinou na medida em que os jovens mudaram-se para as cidades. Pouco era feito em benefício das classes trabalhadoras e classemédias urbanas. Um estado com uma classe ostentatória de empresários emergiu, profundamente dependente dos contratos públicos e da boa vontade do estado, que se reúne em hotéis turísticos suntuosos. Mas as massas de graduados no ensino médio e superior se limitavam a dirigir táxis ou vender tapetes e não se beneficiavam as taxas de crescimento oficiais da década passada.
O regime militar no Egito inicialmente tinha legitimidade popular em parte por seu papel em conter França, Reino Unido e Israel em 1956 e 1957 (com a ajuda de Ike Eisenhower). Depois dos acordos de Camp David, ao revés, Egito se retirou das grandes lutas do Oriente Médio, e realizou o que se conhece por “paz separada”. A cooperação do Egito com o bloqueio de Gaza por Israel e sua geralmente quieta aliança com os Estados Unidos e Israel irritou politicamente a maioria dos jovens, ainda mais por sentirem as frustrações com a economia. Nos bastidores, é bem sabido que Cairo ajudou os Estados Unidos no Iraque e com suspeitos da al-Qaeda torturados. Pouca coisa é tão desgostosa aos egípcios do que a Guerra do Iraque e a tortura. O estado egípcio foi expropriado da ampla base social dos 1950 a 1960 pela concentração numa pequena elite. Ele passou de símbolo da luta por dignidade e independência de décadas de jugo britânico, a cachorrinho do Ocidente.
O fracasso do regime em ligar-se às classemédias urbanas e trabalhadoras crescentes, e sua inabilidade de prover de empregos às massas de graduados, preparou o terreno para os eventos da semana passada. Diplomadas, os trabalhadores de colarinho branco precisam da lei como moldura para suas atividades econômicas, e o comando arbitrário de Mubarak é visto como um empecilho aqui. Enquanto a economia crescia 5 ou 6% na última década, o ímpeto do governo relacionado a esse desenvolvimento ficou relativamente escondido – ao contrário de seu papel ostensivo na reforma agrária dos 1950 e 1960. além disso, a renda advinda do comércio crescente concentrou-se numa pequena classe de investidores. Por exemplo, desde 1991 o governo privatizou de 150 a 314 fábricas, mas o benefício das vendas foi para uma fatia delgada de pessoas.
A recessão econômica mundial de 2008-09 teve um efeito horrível e direto nos egípcios marginalizados. Muitos pobres passaram fome. E então a queda dos preços do petróleo e dividendos fez com que muitos trabalhadores no exterior perdessem seus salários. Eles não podiam remeter sua renda aos familiares como faziam, ou voltavam para casa humilhados.
O estado nasserista, com todos seus defeitos, ganhou legitimidade porque era visto como um estado de massa dos egípcios, quer internamente, quer na política externa. O presente regime é visto abertamente no Egito como um estado para os outros – para os EUA, Israel, a França e o Reino Unido, e como um estado para poucos, os emergentes do neoliberalismo.
O islamismo não tem nenhum papel na análise porque não é uma variável independente. Movimentos muçulmanos servem de protesto pela falta de responsabilidade do estado, ao não prover serviços. Mas eles são um sintoma, não a causa. Tudo isso explica por que a nomeação por Mubarak de militares a vice-presidente e primeiro-ministro não pode temponar a crise. Eles, como homens do sistema, não tem mais legitimidade do que o presidente, e talvez até menos.
About the Author
Bruno Cava é escritor, engenheiro e bacharel em direito. Mestrando em filosofia política do direito, autor de "A Vida dos Direitos" (2008), escreve em vários sites e publica o blogue Quadrado dos loucos.
PICICA: Na fotografia abaixo, estou cercado por defensores da construção do terminal portuário na região das Lajes, projetado para ser erguido em frente do majestoso Encontro das Águas, no dia em que o Ministério Público, de "saco cheio" com as manobras e o abuso econômico por parte de empresa construtora, resolveu suspender um dos debates públicos, anunciado para acontecer na comunidade de S. Francisco, à margem direita do rio Amazonas, local onde foi feita a referida fotografia. A suspensão decorreu após meses de enxurrada de uma custosa propaganda nos meios de comunicação, que tratava os amazonenses como se fossem um "bando de lesos". Aqui estão dois dos defensores do fatídico empreendimento, ocasião em que representava a Universidade do Estado do Amazonas. Machado veste camisa azul-piscina e MR Lopes, camisa branca. É deste último o artigo venenoso publicado no jornal Amazonas em Tempo, e que aqui reproduzo com comentários não menos ferinos deste PICICA. Afinal, quem com ferro fere...
Foto: Marisa Lima
Artigo Em Tempo 23 01 2011
Brincadeira tem hora
Alfredo MR Lopes (*)
alfredo.lopes@uol.com.br
Para remover dúvidas, explicitar propósitos e descrever compromissos e responsabilidades, o governador Omar Aziz instruiu a área jurídica do Estado para anular na justiça o processo administrativo de tombamento do Encontro das Águas. Na prática isso traduz um chega prá lá no ambientalismo mal intencionado que está brincando com coisa séria, a serviço sabe-se lá de quem. (Esse tipo de desqualificação do contraditório não é recomendável num debate público, MR Lopes. Todo governo é sensível às pressões empresariais. Veja o governo federal pressionado por interesses do setor na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, que vem recebendo críticas do movimento socioambiental brasileiro. Não surpreende a decisão do governo amazonense. Uma hora dessa ela viria. Com a rede de apoio que obtivemos, estamos certos de que a construção de um terminal portuário não se dará diante da majestosa natureza que enche nossos olhos de beleza e nosso estômago do jaraqui-nosso-de-cada-dia. Justiça será feita. De uma coisa fique certo: não temos compromissos com empresários com interesses pequenos, nem com seus grandes interesses. Nossos compromissos de classe são de outra natureza, e é com a população com quem estamos metidos até o pescoço) O procurador-geral, Frânio Lima, responsável pela desmontagem do aparato circense, um técnico de primeira grandeza, foi enfático: “O Estado não é contra o tombamento”. Aliás, ninguém de bom senso, no exercício de discernimento, o é. (No entanto, almas generosas como a sua, e outros “técnicos de quinta gradeza", não foram capazes sequer – diante das ameaças reais apontadas por respeitados cientistas, que você insiste em depreciar – de propor o tombamento do nosso maior patrimônio natural, paisagístico y otras cositas más) O que está em jogo e precisa ser desconstruído e desmascarado, é o processo nebuloso, propositalmente atabalhoado, que distorceu medidas, corrompeu estudos, escamoteou intenções e, principalmente, desrespeitou o interesse maior da coletividade (Certamente, MR Lopes, você deve estar se referindo à coletividade de empresários do capitalismo predatório, ao qual não faltam agentes subservientes para defendê-los)
A decisão do tombamento, assumida pelos conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, se deu em cima de um parecer impreciso e encomendado, que desconsiderou estudos e ponderações da superintendência local daquele órgão. (O argumento caiu por terra, MR Lopes, depois das declarações comprometedoras e incompatíveis com a ética requerida pelo cargo em nível local. Atabalhoadamente, o projeto de construção de um porto terminal diante do majestoso Encontro das Águas foi objeto de uma defesa que não lhe competia – se buscar a fonte dessa defesa inconsistente, você a encontrará no parlamento amazonense – tanto assim que, depois desse episódio grosseiro, advertido pelo Iphan nacional o local “meteu o rabo entre as pernas”, perdoe-me o uso do português claro) Desde 2009, a direção do IPHAN regional apresenta três cenários de tombamento, expressos em poligonais que restringem ou acolhem atividades econômicas na área próxima ao fenômeno, propiciando medidas de compensação para os empreendimentos existentes ou em implantação. (Fenômeno que você, MR Lopes, tem um falso respeito ao reproduzir a “conversa pra boi dormir” das medidas compensatórias. Queremos ver as compensações destinadas à área onde os jaraquis fazem desova, à montante da construção pretendida do terminal portuário. Já não basta a empresa SOVEL despejar resíduos químicos comprometendo a fauna ictiológica do lago do Aleixo, à jusante do referido empreendimento? Mil vezes multada, tais multas irrisórias não impedem que ela continue a cometer crime contra o meio ambiente, diante de um sistema falido de fiscalização, sobre o qual sua pena não se detém) Afinal, ali está situado e se movimenta o cerne da atividade econômica da qual depende mais de 90% da receita pública estadual, e geração de emprego. Dali o Amazonas recolhe 54% dos recursos da ZFM para a União, mais de R$ 7 bilhões/ano. (Modelo que, além de deixar os municípios amazonenses fora de perspectivas reais de crescimento, pode se esgotar de acordo com os ventos que sopram da globalização da economia, e que nos deixa vulnerável à falta de discussão de outros modelos para a região, e que ainda não vimos qualquer comentário seu a propósito) Pois bem. Sem a presença dos interessados, ou seja, toda a tribo, e indiferente aos alertas e implicações de seus gestos, escolhas e acordos os tais conselheiros adotaram a poligonal mais restritiva. Uma carta marcada de acordo com a encomenda obscura. Associar tombamento a engessamento é, no mínimo, sintoma de insanidade e/ou má-fé (O argumento da insanidade não nos constrange, MR Lopes. É preciso ser louco para lidar com os que integram a segunda expressão, perfil que lhe cai muito bem. Em caso contrário, o que lhe faz crer que sua “boa-fé” lhe isenta de responsabilidades com o desastre anunciado?)
Algumas perguntas precisariam ser respondidas pelos autores da bravata pseudo-paisagística e ambiental. (Caros leitores, por esta pérola própria da mais abjeta indigência intelectual perdoem MR Lopes. É espantoso. Ele não sabe o que diz. O tema é corriqueiro entre a juventude estudiosa de Manaus) Por que os conselheiros alteraram a poligonal original, encaminhada pelo IPHAN regional, originada de estudos técnicos rigorosos e ponderações em torno dos interesses do Estado? Por que o Estado, a Suframa, as entidades de classe de empreendedores e trabalhadores não foram consultados? Com que autoridade, tão nobres senhores, numa sala confortável do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, absolutamente ausentes dos percalços, demandas e necessidades cotidianas do Estado, se erigem juízes absolutistas de uma decisão tão delicada e abrangente na rotina social e econômica dos que aqui vivem? (Porque existem outras alternativas que sua cegueira ideológica não permite ver. Tais alternativas desprezadas pela visão imediatista de alguns agentes públicos, sabidamente ignorantes da matéria socioambiental. Não é o parecer dos conselheiros que está em questão, mas o alcance das suas medidas, que a todo custo gente como você quer reduzir) E mais inquietante: decidem o prazo de 15 dias para manifestação de eventuais interessados em propor qualquer tipo de questionamento. Tenha santa paciência! Tombamento, aqui entendido como manejo equilibrado e responsável, sustentável e proativo, do espaço urbano e do patrimônio natural, é coisa muita séria, desejo de todos, pauta e desafio de ações consistentes e pra valer. Brincadeira, mesmo de mau gosto, tem hora e não é agora. Enfim, o Estado se posicionou e tem credencial popular para sacudir, de vez, esse jogo de insensatez. (Consideramos que invocar um tombamento “equilibrado e responsável”, no vácuo criado pelo movimento social, a quem cabe o mérito da iniciativa, é de um oportunismo deslavado. Certamente, não é uma brincadeira nem um ato de insanidade, mas esta é uma bandeira que não lhe pertence. Portanto, só lhe resta o discurso perverso da desqualificação do conhecimento que a sociedade científica produz entre nós, amazonenses. O seu discurso MR Lopes é impermeável à racionalidade, tal qual o discurso do empresariado ligado ao capital predatório. O movimento socioambiental SOS Encontro das Águas é nossa melhor resposta para quem, como você, usa de argumentos anêmicos e simplórios. Nem os ingleses acreditam mais nessa visão míope das questões ambientais, MR Lopes)
PICICA: Inspirado em Chabuca Granda, que "canta a cidade de Lima em algumas valsa memoráveis", o meu considerado José Ribamar Bessa Freire volta sua pena para os que cantam nossa terra natal: Manaus. Permeada por lamentos de impotência, frustração e dor, a cidade vem sofrendo agravos desde a instalação da Zona Franca. Esta, se pôs fim ao marasmo econômico da região, trouxe uma enxurrada de arrivistas que ajudaram a desfigurar a cidade, apoiados em administrações com uma visão canhestra de desenvolvimento e práticas políticas alicerçadas em heranças do populismo rastaquera que ainda assola a região. São exemplos desse período a emblemática administração do Cel. Jorge Teixeira, que desfigurou o entorno da Catedral de N.S. da Conceição, no outrora aprazível Largo da Matriz, e a não menos emblemática administracão do atual prefeito Amazonino Mendes, que a partir do Relógio Municipal, espécie de epicentro da cidade, deixou estender pelas ruas do centro histórico de Manaus uma rede de camelôs, que agora, em novo mandato, tenta combater com um improvável "choque de ordem". Aqui, quando não é oito é oitenta. Que o diga o ex-prefeito Art(h)ur Neto, cuja administração impôs um castigo aos camelôs, que ainda hoje repercute na cidade. O único sinal de resistência à destruição de nossos patrimônios tem no movimento SOS Encontro das Águas - em defesa do tombamento daquele patrimônio natural - a resposta popular mais marcante dos últimos anos. Lamentavelmente, essa iniciativa está circunscrita àquele território. Não conseguimos fazer um SOS Manaus. Afinal não há um lugar da cidade protegido da fúria desenvolvimentista desprovida de inteligência. Ainda assim quero aproveitar para cumprimentar duas personagens a quem o movimento socioambiental em Manaus deve muito na luta contra a barbárie supostamente modernizadora dos administradores atuais: o antropologo Ademir Ramos e a biologa Elisa Wandelli. Ele, um exemplo de superação, ao deixar as más companhias políticas que usuram e abusaram sua atividade criadora, para voltar às suas origens no movimento social; ela, um modelo a ser seguido de amor à vida. Aproveito para dedicar o vídeo abaixo para a professora Consuelo, esposa do meu considerado Ribamar Bessa, para matar as saudades de sua Lima querida, agora maltratada pela civilização do automóvel. E antes que eu esqueça, meu querido Ribamar, tia Pátria baixou num terreiro pra dizer, em sua generosidade, que associar fofoca às bancas de tacacás é um pecado venial, e que, quanto a ela, sempre se considerou uma terapeuta popular. Pelo que conheço de tia Pátria, ela andou abrandando sua visão. Que o diga Beth Azize, que ao lhe render uma homenagem semelhante, teve como resposta : "Égua da homenagem!" Grande tia Pátria.
ESSA MANAUS QUE SE FOI
José Ribamar Bessa Freire
30/01/2011 - Diário do Amazonas
A peruana Chabuca Granda, conhecida por muitos brasileiros depois que duas de suas músicas - Fina Estampa e La flor de La canela – foram gravadas por Caetano Veloso, canta a cidade de Lima em algumas valsas memoráveis. Numa delas, ‘Lima de verdade’, demonstra amor pela cidade onde viveu, mas confessa que a fonte de sua inspiração não é a Lima moderna, “de carne e osso” – digamos assim - mas a velha cidade que está dizendo adeus: La Lima antigua que se va.
As alamedas, ruas, becos e praças, as pontes sobre o rio, os jardins, os balcões coloniais, as sombras que ocultam miradas, os passos de dança da marinera, o charme de suas mulheres, as cores, os cheiros e o som da cidade – nada escapa aos olhos observadores de Chabuca. Em outra valsa diz que “essa Lima que se distancia e se perde na lembrança é uma bela senhora, cheia de mistério e de tempo”. Entrega, então, a Lima de mis amores a um cavalheiro que vem de longe.
Lembrei-me da cantora peruana, visivelmente enamorada de sua cidade, ao ler o livro organizado por Joaquim Marinho – Manaus meu sonho – publicado pela Valer. Ele também está enamorado. Vem paquerando Manaus desde sempre, chegou a ter um caso com a cidade – que a Silene me perdoe a inconfidência – quando dirigiu o Departamento de Turismo do Amazonas. Foi aí que convidou Ziraldo, Henfil, Fernando Sabino e outros cavalheiros vindos de longe, a quem pediu que ajudassem a cuidar da Manaus de mis amores.
Manaus meu sonho
O livro, editado com cuidado, reproduz fotos de Manaus antiga. Marinho se recusa a dar adeus àquela cidade que só existe na nossa lembrança. É como se ele teimasse em nos dizer que ela continua existindo porque está dentro de nós, em nosso pensamento. Penso, logo ela existe. Ele se queixa que tentaram destruir tudo: o porto flutuante, o entorno da Manáos Harbour, “até as mais novas ameaças de fazer um porto em frente ao Encontro das Águas”:
“Merecemos continuar a ser a cidade sorriso, e mesmo com tantos milhões de carros, ar-condicionados e toneladas de asfalto para atender os quase dois milhões de habitantes, nos dias de hoje, temos de preservar a floresta, os rios, os animas e a nossa gente (...)”.
Esse é o foco central do livro, que traz textos de quinze autores. Renan Freitas Pinto recupera o etnólogo alemão Theodor Koch-Grunberg, que passou por Manaus em 1903 e retornou em 1911, testemunhando as mudanças sofridas em oito anos.
“No dia 27 de maio de 1911 cheguei a Manaus. O porto está irreconhecível. A Companhia Manáos Harbour o modernizara inteiramente. Por todas as partes erguem-se grandes armazéns. Os transatlânticos atracam imediatamente em suas plataformas flutuantes, pelas quais se desembarca facilmente. Pelas toscas ruas correm e saltam os automóveis. A cidade perdeu por certo muito de seu panorama, antes tão encantador”.
Observa Renan o confronto entre duas cidades. Os sentimentos do visitante estão divididos, mas parece que estão mais próximos da cidade que deixara de existir, “daqueles elementos de Manaus que a identificavam mais claramente como uma cidade amazônica, com um modo de ser impregnado de elementos mais locais do que cosmopolitas”.
Nessa mesma linha insistem dois autores que passaram por Manaus em 1970: Fernando Sabino e Ziraldo. Sabino comparece com uma crônica, onde apresenta as palavras de um presidente africano como diretrizes ideais para Manaus:
“A herança que nos legaram nossos antepassados é a beleza natural de nosso país. São os nossos caudais, nossos rios, nossas florestas, nossas montanhas, nossos animais, nossos lagos, nossos vulcões e nossas planícies. Em uma palavra: a natureza é parte integrante, inseparável e real da nossa essência peculiar”.
O livro reproduz desenhos de Ziraldo, que converteu a floresta amazônica em formas geométricas e coloridas. Ele fala de sua experiência: “Quando, enfim, pude conhecer de perto o rio e a mata colossal que o contém, descobri que era preciso inventar outro jeito de contar para todo o mundo o susto do meu olhar. As cores da Amazônia são as do começo do mundo!”. Será? Vamos ver. Fala, Márcio Souza!
Vê bem, Maria
Num livro de Marinho não podia faltar seu parceiro de sempre, o escritor Márcio Souza, com seu estilo ferino e provocador. Ele critica prefeitos e administradores da capital amazonense e sobra pra quem enfiar a carapuça:“Manaus é a cidade mais odiada do mundo, cidade acostumada a apanhar na cara, a ser violentada, a ser roubada vergonhosamente pelos seus amantes. Cidade puta”.
O ator Ediney Azancoth lembra “os anos em que vivemos na escuridão”, no final da guerra, os bondes que paravam com o corte de energia, as lanternas, os lampiões apagados nos postes de ferro, as lamparinas de querosene, o som inaudível do rádio, as manifestações teatrais e, finalmente, o oásis de luz, único refúgio de alegria e diversão: os cinemas que tinham gerador próprio.
O mais amazonense de todos os paraenses, José Seráfico defende: “Manaus, a despeito das sucessivas tentativas de desfigurá-la, é uma cidade bela” – diz, mas condena a violência ambiental: “Se ontem aterrar igarapés e promover o sacrifício de espécies florestais não significava mais que adequar-se aos padrões de modernidade admitidos, desde a reunião de Oslo (1972), isso se tornou cada dia mais questionado”.
Vale a pena ler a carta escrita por Tenório Telles ao poeta Quintino Cunha, autor do poema ‘Encontro das Águas’. Tenório suspeita que o poeta estava apaixonado quando escreveu esse poema: “Vê bem, Maria, aqui se cruzam: este / é o Rio Negro aquele é o Solimões./ Vê bem como este contra aquele investe,/ Como as saudades com as recordações”. O poema termina: “Se esses dois rios fôssemos, Maria / todas as vezes que nos encontramos,/ Que Amazonas de amor não sairia / De mim, de ti, de nós que nos amamos”.
Os outros autores são: João Bosco Araújo, Domingos Demasi, Tricia Cabral, Ulisses de Azevedo Filho, além dos poemas de L. Ruas, Aldisio Figueiras e Ornan Correa, todos eles sobre Manaus. Vale a pena conferir.
Os textos são de qualidade. Nada que lembre o deputado Josué Filho, que num comício no bairro Alvorada II, em 1992, comparou Manaus a “uma linda mulher, uma noivinha de véu e grinalda, que durante as eleições procura um noivo perfeito para se casar”. Diante dos pretendentes à mão da noiva, só resta lembrar o irreverente escritor irlandês Bernard Shaw: “O primeiro homem que comparou a mulher a uma rosa era um poeta. O segundo, um perfeito imbecil”.