PICICA: "Não me Abandone Jamais, do diretor Mark Romanek, é uma espécie de embuste deliberado sobre o abandono social"
Sofrer inútil
Não me Abandone Jamais, do diretor Mark Romanek, é uma espécie de embuste deliberado sobre o abandono social
Esta obra a partir de livro homônimo de Kazuo Ishiguro jamais dará esperanças a quem nela mergulhar. É feita com sóbria crueldade, destinada a quem consome a energia adolescente em dilacerantes enfrentamentos. Não fosse o modo convencional que tem este diretor para conduzir a narrativa, e talvez as impressões de Ishiguro sobre sua eleita Europa se tornassem mais claras. Do jeito que está, contudo, Não me Abandone Jamais é uma espécie de embuste deliberado sobre o abandono social.
Duas belas atrizes, Carey Mulligan e Keira Knightley, e um ator no caminho célebre, Andrew Garfield, são como robôs em ficção científica, androides à espera do caçador, expressando angústias contemporâneas. Carey é a melhor intérprete, Keira, um magro desastre, e Garfield se move exageradamente, como nos quadrinhos. Eles representam adultos que vieram de um internato inglês onde nada é o que parece. Informados sobre seu destino terrível desde meninos, quase nada farão para mudar o rumo da vida. Este é o território do adestramento social representado por qualquer escola. Mas, nele, a magia de Harry Potter, que lida tão bem com os dilemas da instituição, não aparece.
Em sua melhor apreensão, é um filme sobre a imobilidade de classes, sobre o confronto entre as tradições inglesas e a esperança empreendedora americana, além de óbvio libelo contra o sufocamento da juventude em favor dos velhos e poderosos. Não me Abandone Jamais faz crer que a Europa, vítima de abalos sinistros, afundará logo mais, sem que a aproximação de um tsunami seja necessária.
Esta obra a partir de livro homônimo de Kazuo Ishiguro jamais dará esperanças a quem nela mergulhar. É feita com sóbria crueldade, destinada a quem consome a energia adolescente em dilacerantes enfrentamentos. Não fosse o modo convencional que tem este diretor para conduzir a narrativa, e talvez as impressões de Ishiguro sobre sua eleita Europa se tornassem mais claras. Do jeito que está, contudo, Não me Abandone Jamais é uma espécie de embuste deliberado sobre o abandono social.
Duas belas atrizes, Carey Mulligan e Keira Knightley, e um ator no caminho célebre, Andrew Garfield, são como robôs em ficção científica, androides à espera do caçador, expressando angústias contemporâneas. Carey é a melhor intérprete, Keira, um magro desastre, e Garfield se move exageradamente, como nos quadrinhos. Eles representam adultos que vieram de um internato inglês onde nada é o que parece. Informados sobre seu destino terrível desde meninos, quase nada farão para mudar o rumo da vida. Este é o território do adestramento social representado por qualquer escola. Mas, nele, a magia de Harry Potter, que lida tão bem com os dilemas da instituição, não aparece.
Em sua melhor apreensão, é um filme sobre a imobilidade de classes, sobre o confronto entre as tradições inglesas e a esperança empreendedora americana, além de óbvio libelo contra o sufocamento da juventude em favor dos velhos e poderosos. Não me Abandone Jamais faz crer que a Europa, vítima de abalos sinistros, afundará logo mais, sem que a aproximação de um tsunami seja necessária.
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