PICICA: Todos os anos, entre dezembro e janeiro, os terreiros se agitam em Manaus. É tempo de preparar os cavalos que irão incorporar dezenas de entidades que um dia frequentaram o Bar do Armando. Já vi um deles baixar sem ajuda da cambona em pleno bar do Armando, num desse cavalos indomáveis. Assim nascem as letras das marchinhas ansiosamente esperadas pelos biqueiros - como são chamados os foliões da Banda Independente da Confraria do Armando. É isso mesmo, tudo é psicografado. Foi a solução encontrada para não ferir sensibilidades na aldeia. Afinal, política à parte, são todos amigos que se encontram ao longo do ano num dos bares mais badalados da cidade de Manaus, cada qual com suas preferências político-ideológicas. São artistas, petistas, comunistas, juristas, umbandistas, humoristas, periodistas e os mudancistas de sempre - sempre mudando de lado. O tema deste ano versa sobre um tucano que fez a esquerda engolir um ovo, assim sem choro nem vela, na eleição de 2010. Sábio é o velho Armando que enviou uma mensagem do astral: "Quem com ovo fere, com ovo será ferido!"
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