Nivaldo de Lima, 47 anos, pernambucano de Recife, trabalhou como garçom, vendedor atacadista, vendedor ambulante. Já foi cordelista, e há quinze anos trabalha com fotografia. Praticante de capoeira. Eleito duas vezes líder comunitário do Conselho de Moradores do Córrego do Eucalipto do bairro Nova Descoberta, subúrbio da capital de Pernambuco.
Antes de ser líder comunitário, participou de vários movimentos populares e estudantis. Teve curta passagem pelo Partido Comunista do Brasil, sem filiação, abandonando-o por divergir do radicalismo de algumas propostas. Sofreu perseguições, como líder comunitário, no final da ditadura militar, conseguindo livrar-se de várias tentativas de prisão. Mora em Manaus desde 1996.
No momento, dedica-se a fotografar a população de rua que vive em abandono, fora do alcance das políticas públicas de saúde, educação, moradia etc.
Seu Nivaldo, com este belo exemplo de currículo em prol da cidadania, foi internado 13 vezes em vários hospitais psiquiátricos do Recife. Durante mais de 10 anos usou e abusou de bebidas alcoólicas para dominar uma depressão recorrente. Por 5 vezes foi-lhe aplicado eletrochoque. Era “praticamente um garoto” quando este fato aconteceu.
É filiado da Associação Chico Inácio – ong de usuários, familiares, técnicos de saúde mental e cidadãos de boa vontade. Participa, como usuário do ambulatório do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro – Manaus/AM, de duas importantes atividades por ele escolhida: a musicoterapia (confecção de instrumento musical) e do coral “Viva Voz”, nome por ele escolhido e votado democraticamente. Na ong supracitada, para não perder o embalo, participa de trabalho com artesanato.
Em tempo: Nivaldo de Lima está fotografando a população de rua com uma modesta máquina fotográfica cedida pela secretária da Associação Chico Inácio, psicóloga Nivya Valente. Motivo: roubaram seu equipamento fotográfico há mais de um ano. O pão-de-cada-dia era garantido pelo seu instrumento de trabalho. Se você tem uma máquina usada, aceita-se doações.
Veja neste blog o registro fotográfico da população de rua, feita por Nivaldo de Lima.
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