No dia da assinatura da Lei de Saúde Mental do Estado do Amazonas pelo governador Eduardo Braga, no dia 10 de Outubro - Dia Mundial de Saúde Mental -, o auditório da Universidade do Estado do Amazonas foi pequeno para conter aqueles que ali compareceram para testemunhar um dos fatos mais importantes ocorrido nos últimos trinta anos na história da saúde mental, depois da construção da Reforma Psiquiátrica em solo amazonense, cujo marco remonta o início dos anos 1980.
Entre os presentes estavam os companheiros do Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, tendo à frente da caravana, Dra. Ivone, sua diretora, e os companheiros da Associação Chico Inácio - ONG de defesa dos direitos civis e políticos dos portadores de transtorno mental, filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, com toda sua diretoria: Aderildo Guimarães, presidente; Nivya Valente, secretária e Isabel Gouveia, tesoureira. Eles ocuparam toda extensão da segunda à quinta fileira do lado direito do auditório.
Todos estavam de alma lavada, passadas as 72 horas mais tensas que antecederam o ato governamental, que pouco por pouco não foi adiado, enquanto se apurava que eram os agentes envolvidos com a moção de repúdio à Lei aprovada na última Conferência Estadual de Saúde do Amazonas, atribuída equivocadamente a um grupo de anarquistas anacrônicos. Na verdade, os autores da façanha são servidores da Secretaria Estadual de Saúde, historicamente descomprometidos com a saúde pública, que sairam do bonde da história, retornando como reformistas de araque, sempre prontos a confundir a opinião pública.
Como disse em meu pronunciamento, antes do discurso do governador, parodiando o poeta gaúcho (Eles passarão / eu passarinho): "Eles passaram, eu continuo passarinhando".
Fique de olho, entre o dizer e o fazer, um abismo separa o reformistas autênticos dos reformistas de araque. Para mim, estes últimos são piores do que os "contras", porque esses fedem, cheiram mal, enquanto os primeiros tentam se apossar dos perfumes que florescem em nossos jardins.
Um comentário:
Nenhum de nós é imune aos transtornos mentais, ainda mais quando vivemos, num fogo cruzado, entre a miséria e a opulência, quando a ética e os valores se desmoronam diante a corrupção e a impunidade, por isso parabenizamos a atitude corajosa do Governador, estimulada e acompanhada pela Associação Chico Inácio Aderildo Guimarães e o Pro-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade do Estado do Amazonas, Rogelio Casado, decretar a Lei de Saúde Mental do Estado do Amazonas em favor de todos os cidadãos amazonenses sejam ricos ou pobres.
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