Nota do blog: A propósito da postagem "O assanhamento da psiquiatria conservadora", recebi um comentário que vale reproduzir, sobretudo para a leitura daqueles que não sabem metade da missa que rezam os conservadores. E para cobrar, fraternalmente, a responsabilidade dos mais experientes para que não se ouça apenas a voz da serpente. Este blog tá à disposição. Trabalhadores piciqueiros, uni-vos!
Maria Helena Zamora
Já estava desconfiada com esse evento: Justiça e Doença Mental Loucura: O Insano Sistema de Saúde Mental.
Resolvi aleatoriamente escolher alguns palestrantes e saber o que eles faziam da vida, dando uma busca na internet. O primeiro sorteado foi... um deputado do DEMO, digo, do DEM, Germano Bonow. Pude então conhecer uma pérola crítica sobre os rumos da Reforma Psiquiátrica:
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a1824560.xml&template=3898.dwt&edition=9642§ion=101
Reconheço minha prevenção injustificada contra o pessoal do DEMO, digo, do DEM, que vem fazendo o lobby do que restou dos manicômios. Sorteei outro e caiu num professor de Psicologia Jurídica, professor da USP, de Psicologia Jurídica, Sergio Paulo Rigonati. Fiquei mais confortada com o auxílio da ciência e fui sem demora para o LATTES. Oh, surpresa!!! É outro brilhante crítico da Reforma, especialista em Eletroconvulsoterapia e em perfil forense de criminosos em série.
Então pensei: que tal vermos o próximo? Espetei o dedinho na tela e tava lá:
Valentim Gentil Filho, outro professor da USP, PhDeus e maravilhoso crítico da Reforma. Ele deu lindas entrevistas na revistinha óia, digo, na Revista Veja, mostrando a beleza de ser normal e os benefícios dos antidepressivos para quem não tem a indicação, que legal!!! http://veja.abril.com.br/020507/entrevista.shtml Todo mundo devia se drogar!!! Eu também quero meu tóchico!!!
Então cheguei em PICICA, no maravilhoso blog do Rogelio Casado.
Recobrei na leitura minha saúde e minha alegria, assinei petições, me informei de muita coisa.
Espero que possam estranhar os acontecimentos e reagir, na saudável loucura da indignação política, na contagiante loucura das Madres de la Plaza de Mayo, las abuelas, las locas, como sempre foram chamadas. E como hoje é Primeiro de Maio, mando a vocês um poema do grande Brecht, que mandava ver, em pleno eclodir do ovo da serpente nazista.
Que a gente possa fazer nossa parte, em tempos de grande hipocrisia, mas não menos maldade, nos tempos perversos em que vivemos.
Abraços,
MHZ
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Elogio da Dialética
A injustiça avança hoje a passo firme
Os tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma voz além da dos que mandam
E em todos os mercados proclama a exploração; isto é apenas o meu começo
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos
Quem ainda está vivo não diga: nunca
O que é seguro não é seguro
As coisas não continuarão a ser como são
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados
Quem pois ousa dizer: nunca
De quem depende que a opressão prossiga? De nòs
De quem depende que ela acabe? Também de nós
O que é esmagado que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca será: ainda hoje
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
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