junho 12, 2010

Conheça o líder espiritual do Serra

Cartum do GADE
Ontem, antes de entrar num restaurante no centro, passei numa banca em frente e comprei a Hora do Povo, pensando em alguma coisa divertida para ler logo após a refeição. É um excelente jornal que merece um pouco mais de atenção da blogosfera. A manchete ao pé da página arrancou-me risadas:

Fui até a página 3 e li a matéria, bem escrita e bem documentada:

Serra quer Uribe como seu guia espiritual

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, voltou a atacar a Bolívia e fez rasgados elogios ao governo da Colômbia, que tem várias denúncias de envolvimento com o tráfico de drogas. Suas declarações foram feitas na terça-feira em São Paulo onde participou de um debate. Ele disse que o governo Uribe, ao contrário do da Bolívia, “não faz corpo mole” no combate ao fornecimento de drogas para o Brasil.

Logo a Colômbia, que é campeã mundial da cocaína, segundo destaca a UNODC – United Nations Officer on Drugs and Crime, em seu relatório de 2009, apontando esse país como o maior exportador da droga no mundo, sendo responsável por 51% de toda a produção mundial. Em 2008, o órgão já apontava o aumento do tráfico de drogas a partir da Colômbia e Afeganistão. “Os grandes aumentos registrados ultimamente da oferta de narcóticos procedentes da Colômbia e Afeganistão podem fazer com que as taxas de consumo de drogas subam por causa da queda dos preços e da maior pureza das doses”, explicou o diretor do UNODC, Antonio Costa.

Cerca da metade dos integrantes do governo (Colombiano) - membros da família Uribe, inclusive - foram denunciados, e alguns até presos, por terem campanhas eleitorais financiadas pelo narcotráfico. Serra havia dito na semana passada que o governo do presidente Evo Morales era “cúmplice” no tráfico de drogas para o Brasil.

Mas não é só Uribe que fascinou o candidato tucano. Ele revelou também simpatias pelo ministro da Defesa da Colômbia, e atual candidato à presidência daquele país, Juan Manoel Santos. A administração de Manoel Santos ficou marcada pelo escândalo de jovens assassinados por militares, que apresentavam orelhas de pessoas mortas como se fossem guerrilheiros abatidos em combate para receber benefícios, tais como folgas nos finais de semana, no caso conhecido como “falsos positivos”.

Além disso, segundo a revista Newsweek, em artigo de agosto de 2004, Álvaro Uribe, o queridinho de Serra, tinha ligações com o narcotráfico e com o Cartel de Medellín. “Um relatório liberado pelos serviços de inteligência do Departamento de Defesa dos EUA, datado de setembro de 1991, mostra uma lista que inclui o cabeça do cartel de Medellín, Pablo Escobar. O número 82 da lista é ninguém menos do que Alvaro Uribe Velez – ‘político e senador colombiano dedicado à colaboração com o Cartel de Medellín a partir dos altos escalões governamentais”, diz o artigo. Essas são as referências de José Serra.

S.C. 

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