Foto: Hudson Lima
MP pedirá quebra do sigilo das investigações sobre rede de pedofilia
O Ministério Público pedirá a juíza Melissa Sanches Silva da Rosa, da 2ª Vara da Comarca de Parintins, a quebra do sigilo das investigações dos processos contra as pessoas indiciadas na rede de pedofilia. O pedido é do promotor André Virgilio Belota Seffair, nomeado pela força tarefa para responder por todos os processos chegados ao MP.
Qualquer processo, diz o promotor André Seffair, tem a obrigatoriedade de correr livre ao público e não deve ser mantido em sigilo “essa é a normalidade”, diz.
Para o processo entrar em segredo de justiça, comentou o promotor, deve haver uma exceção de motivo e a exceção no caso da rede de pedofilia na cidade de Parintins “já não existe mais”, afirmou Seffair.
O pedido de quebra de sigilo será realizado nos primeiros dois processos já encaminhado a juíza, dos oito inquéritos enviado da polícia, chegado no MP. Esses processos estão na fase das alegações finais. O primeiro envolve o vereador João Nascimento Pontes, PTD, e o outro mais três pessoas. João Pontes preso há 65 dias, teve um habeas corpus dia 31 de maio, concedido pelo desembargador Aristóteles Thury, no entanto o vereador foi recolhido no mesmo dia ao Quartel em razão de um segundo processo. “Infelizmente foram poucos os políticos de Parintins e da região que não se envolveram ou não saíram em defesa desses crimes. Algumas pessoas acham isso normal porque foi com os filhos de pessoas pobres. Agora pense se um grande empresário ou um político tivesse uma filha e soubesse que a virgindade dela foi comprada por 50 reais qual seria a reação dele? Todos envolvidos aqui nesse trabalho de desbaratar essa lamaceira estiveram numa trincheira”, desabafou o promotor André Seffair, não escondendo o desapontamento com alguns segmentos que tentaram desqualificar o trabalho dos investigadores, delegados, conselheiros tutelares, promotores e até juízes do caso. “Sabe por que a defesa ainda não recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)? Porque não irão conseguir nada. As pessoas que forem presas apenas sairão caso a defesa consiga habeas corpus em algum plantão randômico no Tribunal Regional de Justiça”
Caso a juíza Melissa Sanches Silva da Rosa aceite o pedido da quebra do sigilo do processo, o Ministério Público convocará uma coletiva de imprensa, na qual os promotores irão apresentar cada passo das investigações e os conteúdos apurados com as imagens, fotos, depoimentos e exames, não revelando os dados das vítimas. A coletiva de imprensa será montada pela jornalista Daniela Sena, da assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual e deverá ocorrer no auditório Marcus Zagury, no fórum de Justiça Desembargador José Batista Vidal Pessoa. “Não iremos fazer nada de exclusivo para ninguém todos terão oportunidade de realizar as perguntas e fazer o material de acordo com a credibilidade e inteligência de cada veículo”, afirmou o agente ministerial.
A rede de pedofilia na cidade de Parintins teve mais de 25 pessoas indiciadas desde empresários, políticos, polícias e comerciantes. O principal operador do esquema conhecido como Pingo, teve a prisão decretada há dois meses e continua foragido.
Texto: Hudson Lima
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