julho 26, 2010

Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo convida

O que os olhos não vêem, o coração financeiro de São Paulo não sente

Fórum Popular de Saúde do Estado de São Paulo

         Convidamos à todos interessados em afirmar o direito a um sistema de saúde público, estatal e de qualidade a participar da reunião do Núcleo do Fórum Popular de Saúde da Zona Oeste.
          Com objetivo de unificar trabalhadores, usuários, estudantes e movimentos sociais em uma perspectiva de saúde como direito de todos e amplificar a luta pela impossibilidade de se fazer lucro com a doença e o sofrimento das pessoas.  

          A reunião acontecerá no dia 26 de julho, segunda feira, as 19h. 
          Local: Sintusp - situado na Avenida Professor Luciano Gualberto, 374 travessa J, atrás da lanchonete da ECA (Escola de Comunicações e Artes).
          Divulgue e participe!
              www.forumpopulardesaude.com.br

 Abaixo texto sobre o Fórum Popular de Saúde na Zona Oeste

Fórum Popular de Saúde Zona Oeste

Os diversos indicadores de saúde e doença, tais como mortes e internação são profundamente desiguais mostrando claramente uma prevalência nos locais mais pobres.  Somos nós, os trabalhadores e as trabalhadoras, os desempregados, os jovens da periferia, que ficam com uma saúde precária, que morrem por doenças que poderiam ser evitadas. A desassistência é uma das maiores contradições do capitalismo frente ao paradigma da valorização da vida, do humano, existente em variadas culturas, religiões e ideologias.  Sob a lógica do lucro e da competição se impossibilita a saúde e realização das pessoas.


            Aqui na Zona Oeste, além da falta de profissionais de saúde, de uma rede organizada de atendimento, temos um hospital universitário sobrecarregado com uma demanda altíssima, cuidadosamente sucateado ao longo dos anos pela falta de investimentos  financeiros e profissionais, resultando em enormes filas e falta de atendimento para a população.. Governos enganam a população dizendo que a saída é a privatização, mas isto é parte de um processo de transformar a saúde em mercadoria e desviar recursos públicos para empresas e indústrias da saúde. Quem mais sofre com isso é a população, que tem seu atendimento prejudicado. Os funcionários ficam esmagados em um processo de superexploração do trabalho, fazendo com que um local de saúde se torne um ambiente ruim que dia a dia aumenta o número de doenças físicas e psíquicas dos próprios trabalhadores.


Quase 40% das pessoas da cidade de São Paulo, dado da própria prefeitura, vivem em condições de sofrimento psíquico. Quantas pessoas vocês conhecem que passaram a tomar antidepressivos? Depressão é sintoma da anulação do sujeito. Sujeito entendido como o humano realizador de projetos e desejos. Mais do que mercadorias, o capital tem produzido pessoas que não são sujeitos, impossibilitadas de suas realizações objetivas e subjetivas. Aqui na Zona Oeste a rede de saúde mental é insuficiente, está massacrada pela chegada dos terceirizados quem nem ao menos conhecem a realidade de nossa região, aonde os profissionais reconhecidos tecnicamente e pela população são lutadores para combater as falta de serviços diversificados e até mesmo atendimento que vai alem do psiquiátrico.


                O Sintusp tem lutado por salário e reconhecimento dos seus trabalhadores, mas também por melhores condições de saúde para a população da Zona Oeste, reivindicando ampliação do atendimento do Hospital Universitário, do atendimento odontológico e se manifestando contrário à privatização do Centro Saúde Escola. Na Lapa os trabalhadores querem mais profissionais de saúde e condições de trabalho no NGA (Núcleo de Gestão Assistencial) da Lapa, pois a prefeitura não realiza concursos e contratações com o claro objetivo de entregar o serviço público para o lucro da iniciativa privada. Nós do Fórum Popular de saúde convocamos estudantes, usuários, trabalhadores, moradores da região para seguirmos o exemplo dos trabalhadores de Osasco que uniram forças para impedir a privatização na cidade e lutar por um serviço de saúde público, estatal e de qualidade para a população, onde saúde seja mais do que ausência de doença, incluindo também condições dignas de moradia, de trabalho, de educação para uma vida de qualidade. 


Conscientes, ousemos a utopia, em vez de ceder e retroceder. Vamos avançar para além disto. Porque quando deixamos de propor o que fazer, nós já concordamos e nos tornamos cúmplices do que discordamos e causamos as mesmas lagrimas amargas que queremos combater. 



Nenhum comentário: