agosto 24, 2011

John Lennon e a cultura do protesto: "Power to the People"

PICICA: O mundo desmorona e a maioria dos intelectuais e artistas da Manaus, versão cansada-de-lutar, continuam em suas tocas. Nenhuma questão ambiental ou social é capaz de lhes tirar da letargia profunda que sobreveio depois que uma parte da esquerda assumiu o poder. O que é isso companheiros? Estão aí as lutas contra a degradação ambiental, o caos urbano, o transporte, a luta antimanicomial, a descriminalização das drogas, a cultura livre, a banda larga, o respeito às religiões afro-ameríndias, a reforma agrária, o plano diretor da cidade, a economia alternativa ao modelo zona franca... caramba! tema é o que não falta; em compensação nunca dantes nesse país se viu tanta moleza para o avanço do capitalismo predatório encarnado no neoliberalismo, que, na verdade, está caindo de podre, porque a depender da vontade política dos omissos, mais cem anos de exploração virão pela frente. À lucta, companheiros! Vejam aqui o exemplo de engajamento de um homem e sua companheira nos desafios do seu tempo: John Lennon e Yoko Ono. Bom,  direis, eles são artistas. É fato de que aqui, na Zona Franca de Manaus, poucos deles ocupam o espaço público. As exceções dignificam a classe, num sinal de que nem toda inteligência foi cooptada. Mas é entre os intelectuais que o quadro é dramático. Estes, com raríssimas exceções, não tiram a bunda da cadeira. O que é isso companheiros? Façam como John Lennon ou como Michel Foucault, ou ainda como Jean Paul Sartre, pra usar um exemplo muito distante no tempo, ocupe a rua e deixe sua indignação contagiar a cidade. A lucta social agradece. Fique com uma das canções que fez de John Lennon um dos ícones da cultura do protesto. Volte a conjugar o verbo pro-tes-tar... Eu protesto, tu protestas, eles protestam... Vamos protestar, "people"! Viva a cultura protestante! (Uma frase destas há alguns anos passados me lançaria contra os fiéis da Igreja Católica. Pra minha sorte, os protestantes do passado viraram, genericamente falando, evangélicos. Só a minha geração viveu a maneira singular como se nomeavam os que seguiram Lutero. Bons tempos em que a fé ainda não tinha virado um negócio altamente rentável. Alías é a Igreja Católica é quem anda protestando contra o avanço dos evangélicos no Brasil, com a sua famigerada Teologia da Prosperidade. E pra piorar ainda mais o quadro, não sobrou aos católicos nem a Teologia da Liberdade, destruída por João Paulo II. Até mesmo os que agem até hoje em seu nome, tivera que renegá-la. Lástima!)

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