agosto 15, 2011

Segundo a Folha, Ministro da Saúde defende internação involuntária para usuários de droga

PICICA: Se liga aí! Tem ruído na comunicação. A Folha diz que o Ministro da Saúde defende internação involuntária para usuários de drogas (o objeto do mal-estar não seria a internação compulsória, meus prezados?). A Coordenação Nacional de Saúde Mental nega e diz que a Folha distorceu a fala do Ministro. Seria um contrasenso. Afinal o Colegiado de Coordenadores de Saúde Mental reuniu-se nos dias 9 e 10 de agosto justamente para discutir e avaliar a política pública sobre álcool e outras drogas, contando com a presença do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ao final do encontro foi produzido um documento contrário ao financiamento público de comunidades terapêuticas, entendidas como lugares de exclusão e totalitarismo e, além disso, houve a aprovação de uma moção de repúdio às internações compulsórias, conforme notícia divulgada pelo Conselho Federal de Psicologia. A militância da luta por uma sociedade sem manicômios está ávida por ouvir Roberto Tykanori sobre a posição do Ministério da Saúde neste imbróglio que já envolve três estados da federação na prática de internação compulsória: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O Amazonas ameaça por as asinhas de fora. Vixe!

Segundo a Folha, Ministro da Saúde defende internação involuntária para usuários de droga

Faremos debate com Tykanori no próximo domingo por Equipe do Blog Na última quinta-feira, a Folha de São Paulo publicou matéria com o título “Ministro da Saúde defende internação ‘compulsória’”. Segundo o jornal essa possibilidade seria admitida na opção de modelo...
Faremos debate com Tykanori no próximo domingo
por Equipe do Blog

Na última quinta-feira, a Folha de São Paulo publicou matéria com o título “Ministro da Saúde defende internação ‘compulsória’”. Segundo o jornal essa possibilidade seria admitida na opção de modelo assistencial que está em debate no Ministério da Saúde.


Como já afirmado aqui anteriormente, convidamos Roberto Tykanori para participar de um debate no blog. Pré-agendamos o debate para o próximo domingo (21/08), quando será exposto o ponto de vista da coordenação de Saúde Mental o Ministério da Saúde.


Segundo a coordenação de Saúde Mental, a Folha distorceu a fala do ministro. Tentamos contato com o Ministro Alexandre Padilha, mas não obtivemos a resposta.


Abaixo, a reportagem da Folha.




Para Alexandre Padilha, em casos de dependência extrema de crack, pode faltar discernimento na busca por ajuda


Ministério quer dar recursos a governo que investir em política de internação, amparada em avaliação individual
 

VERA MAGALHÃES

ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA


O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defende a internação de dependentes de crack como forma de “proteção à vida”.

O ministério pretende transferir recursos para governos e prefeituras que investirem em políticas de internação de viciados, desde que amparadas em protocolos clínicos e depois de avaliação individual.

“Defendo a internação como ação de proteção à vida, desde que haja profissionais de saúde e de assistência social e após avaliação in dividual dos dependentes, como recomenda a própria OMS.”

A posição do ministro é conflitante com a da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Em entrevista à Folha em maio, a secretária Paulina Duarte disse que falar em epidemia era “uma grande bobagem”.

A internação também é controversa no Departamento de Saúde Mental do próprio ministério.

Padilha já se reuniu com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), que anunciaram recentemente o recrudescimento do combate ao crack e têm defendido a internação compulsória de dependentes, desde que mediante avaliação prévia.

O ministro evita usar o adjetivo “compulsória”, mas concorda com a avaliação de que, em casos de dependência extrema, pode faltar ao viciado discernimento para decidir buscar tratamento.

Nesses casos, ele defende a utilização de uma abordagem multidisciplinar que pode decidir pela internação.

O governo pretende ajudar Estados e municípios a investir em rede de equipamentos para ajudar no tratamento. Haveria unidades móveis de avaliação em áreas de grande aglomeração de viciados. Nessas unidades haveria psicólogos, médicos e enfermeiros aptos a medicar usuários em caso de risco imediato e a encaminhá-los à internação.

Além dessas unidades, o governo pretende investir em enfermarias especializadas para álcool e drogas, e alas específicas para internação em hospitais.

O ministro defende a criação de unidades específicas para crianças e adolescentes, em que sejam oferecidas aos usuários em tratamento, além de apoio psicológico, atividades -como esportes, cultura e lazer- para que ele não tenha recaída tão logo tenha alta da internação.


CONSELHO DE MEDICINA

O CFM (Conselho Federal de Medicina) defende internações involuntárias e compulsórias de dependentes de crack, me diante cumprimento de exigências legais, segundo o vice-presidente do órgão, Emmanuel Fortes .

Nas involuntárias, o Ministério Público deve atuar e compartilhar da responsabilidade, diz o conselho.

O CFM também é favorável à internação compulsória de menores de idade, como é feito desde maio pela Prefeitura do Rio. “É um conflito entre liberdade e direitos humanos. O Estado deve agir para impedir que essas crianças morram. Elas devem, sim, ser levadas a centros de tratamento”, disse Fortes.

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