PICICA:
"A caridade, de acordo com Ziźek,
acaba por impedir as pessoas de realizarem que a saída para os
problemas é uma mudança radical no sistema. Em um ponto de vista
socialista, de qualquer maneira que tentarmos reformar o capitalismo,
ele ainda possuirá uma face desumana que precisa acabar, e ela se
expressa na propriedade privada — “É imoral usar a propriedade privada
para aliviar os males ocasionados pela instituição da propriedade
privada”. Porém, é lógico que não devemos virar as costas para as
pessoas necessitadas, mas sim entender que apenas a caridade não irá
resolver os problemas delas a longo prazo."
Da tragédia à farsa
Existe uma tendência de algumas empresas
em dizer que possuem “compromisso social”, ou seja, ao comprar seus
produtos, elas estarão investindo dinheiro em projetos de caridade,
fazendo o consumidor pensar que ao comprar seus produtos, eles estarão
ajudando a salvar o planeta ou alimentar crianças carentes. É preciso
entender que isso pode fazer mais mal do que bem para a sociedade. A
ideia da caridade, embora nobre em si, nunca irá por um fim ao problema
que tenta solucionar, pois as pessoas ainda estarão presas na mesma
relação de dependência, ou seja, elas ainda estarão morando mal, ou
trabalhando em condições degradantes.
A caridade, de acordo com Ziźek,
acaba por impedir as pessoas de realizarem que a saída para os
problemas é uma mudança radical no sistema. Em um ponto de vista
socialista, de qualquer maneira que tentarmos reformar o capitalismo,
ele ainda possuirá uma face desumana que precisa acabar, e ela se
expressa na propriedade privada — “É imoral usar a propriedade privada
para aliviar os males ocasionados pela instituição da propriedade
privada”. Porém, é lógico que não devemos virar as costas para as
pessoas necessitadas, mas sim entender que apenas a caridade não irá
resolver os problemas delas a longo prazo.
A solução seria que nós reconstruíssemos a
sociedade de forma que a pobreza deixasse de existir, e isso só
acontecerá com o fim da instituição da propriedade privada e do capital.
Fonte: Colunas Tortas