abril 10, 2008

Notícia de interesse público (Manaus)

Prefeitura de Manaus (divulgação)
Prefeitura intensifica os serviços do SOS Igarapé (em vermelho, leitura crítica)

Para conter os focos de lixo nos igarapés e córregos que cruzam a extensão urbana e rural da cidade (é fato que o atual Prefeito de Manaus herdou dos antecessores igarapés e córregos povoados intensamente em décadas de ocupação desordenada do solo; é fato também que os poderes públicos não chegam a um acordo quanto a um plano diretor da cidade; quase tudo - inclusive as ações divulgadas atualmente pela Prefeitura - são medidas que não alcançam a natureza do problema do lixo nos igarapés e córregos) bem como prevenir doenças a Prefeitura de Manaus vem realizando de forma intensa devido as freqüentes chuvas na região o serviço SOS Igarapé em conjunto com as duas empresas concessionárias (Tumpex e Enterpa) .

A partir de agosto, quando tem ínicio o período da vazante dos rios fica mais fácil de recolher o lixo despejado inadequadamente (o enunciado permite a leitura de que há um sujeito responsável por esse atentado aos bons costumes; seria o caso de pensar que esse povo é mesmo mal-educado ou que a falta de educação tem outras raízes?) dentro dos igarapés que cortam a cidade, incluindo a bacia de Educandos e de São Raimundo, e no rio Negro, no trecho em frente ao Porto de Manaus e nas proximidades da Feira Manaus Moderna.

Nas bacias de Educandos e São Raimundo e na frente da cidade a Prefeitura utiliza uma equipe de 15 garis que atuam dentro d'água retirando o lixo e nas margens dos igarapés, inclusive das "pernas" das palafitas (acaso os garis que aparecem na fotografia estão usando equipamentos e roupas adequadas neste tipo de coleta, para proteção da sua saúde?).

Para o trabalho de retirada do lixo desses igarapés e do rio Negro são utilizadas uma retro-escavadeira hidráulica, uma balsa medindo 35 metros de comprimento e quatro caçambas coletoras. A balsa percorre os rios enquanto há condições de navegabilidade por 15 dias. É o período em que ela é cheia de lixo. Em seguida, a embarcação aporta no terminal de São Raimundo e é esvaziada. Todo o lixo é passado para as caçambas, que transportam o material até o aterro sanitário.

Serviço semelhante é realizado nos demais igarapés da cidade, como o do Mestre Chico, o do Franco, o do Mindu, Manaus 2000 e igarapé do 40, entre outros. Mas como estes igarapés são estreitos a balsa não é utilizada. Os garis atuam tanto na área terrestre quanto dentro d'água. O lixo é amontoado e retirado por caçambas e também levado para o aterro.

De acordo com o assessor técnico da Gerência de Limpeza, Ronei Fleury, cada empresa concessionária mobiliza 60 trabalhadores divididos em equipes para fixar uma rotina diária de limpeza nos igarapés. Ele acrescenta que deve haver também conscientização por parte da população em não jogar lixo nos igarapés devido aos riscos de enchentes em determinados trechos (quais os agentes envolvidos no processo de conscientização da população, para que não se pense que trata-se de uma resposta unilateral; e se por acaso a resposta venha sendo construída de modo bilateral, quais são os limites impostos pela realidade da populacão ali residente?).

"A melhor solução para conter as alagações é a prevenção e para isso é necessário respeitar o meio ambiente", observou (nesse tipo de universalismo, as responsabilidades não estão bem desenhadas).

Em caso de emergências ou programação de limpeza ligue para o'Disk Limpeza' da Semulsp, 3625-2424 (constata-se que não se consegue sair das operações conhecidas como "apagando incêncio").

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO - SEMULSP
3673-5348

*****
Nota: É tarefa para ontem a construção de espaços para debates públicos que envolvam a sociedade civil, com ampla publicidade dos seus resultados. Caso contrário a formação de opinião pública fica sujeita a deformacões que impedem o surgimento de uma consciência crítica e cidadã (desculpem a redudância). Desnecessário argumentar sobre os compromisso éticos com a informação num governo socialista.
Posted by Picasa

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro companheiro, parabens pelo blog. Sempre tenho passado por aqui e recomendado aos meus alunos.

Sobre o lixo nos igarapés, penso que Manaus precisa se dar conta de que possui centenas de milhares de pessoas morando na beira, assim ela precisa incorporar esta parcela da população a cidade e não excluí-las ainda mais. Para tanto seria muito facil intalar uma série de coletores de lixo em estruturas fluturantes e perto das casas, de modo q um morador nao tenha que levar seu lixo até a pista mais proxima (o q acaba por nao fazer, optando por joga-lo no rio).
Estes coletores seriam recolhidos e substituidos diariamente por um barco adapitado para isto (um tipo de "caminhao de mixo" fluvial. Coisa simples e de fácil implantação.
Um abraço
Luiz Antonio N. de Souza
Prof. UFAM
Sociólogo

PICICA disse...

Meu querido professor Luis Antônio, o que me surpreende é que sendo de uma simplicidade franciscana a implantação desses coletores fluviais de lixo as autoridades não o tenham implantado. O que estaria faltando? Falta de motivação (aqui caimos no mundo da psicologia) ou falta de visão política (aqui fala mais alto o saber sociológico)? Zefofinho de Ogum, sociólogo, irritado com tanta leseira, costuma simplificar dizendo que é falta de vergonha. Obviamente uma descarada simplificação.