A Festa da Boa Morte acontece na histórica cidade de Cachoeira. Localizada no Recôncavo baiano, resistiu bravamente as tropas portuguesas que daqui foram expulsas. A verdadeira independência do Brasil aconteceu lá!!!
A Irmandade da Boa Morte, está perto de completar 200 anos de existência. As irmãs, descendentes diretas de escravos, festejam nos dias 13, 14 e 15 de agosto a assunção de Maria, mãe de Cristo.
Fonte: Roberto Faria
01/08/2008 - 19:00
Irmandade da Boa Morte – a força da fé
Religiosas da Bahia perpetuam resistência da tradição
As ruas e becos de Cachoeira, cidade localizada no recôncavo baiano, a 110 quilômetros de Salvador, estão mais movimentados. Moradores e turistas dividem espaços estreitos com ônibus, carros, motos, bicicletas, cavalos e jegues. O tempo é instável - sol, calor e por vezes, uma garoa insistente. No comércio, há um notório aquecimento nas vendas. Chapéus e bonés para se proteger do sol, sandálias mais confortáveis, água, cerveja, refrigerante para matar a sede e comida para matar a fome. As opções são variadas. Pizza, macarronada, churrasco, feijoada, moqueca de peixe, sarapatel, caruru, vatapá e a tradicional maniçoba (folha de mandioca triturada, temperada e cozida com carnes de sertão, boi, porco e lingüiça). Seja na feira, nas pracinhas, nos restaurantes ou botecos, o assunto é um só: a festa de Nossa Senhora da Boa Morte.
O festejo é organizado há quase 200 anos por mulheres negras, todas religiosas de matriz africana. Os preparativos duram um ano inteiro, mas são nos três dias de agosto (este ano, de 13 a 15) em que há mais atividades a serem cumpridas. Ao ver aquelas 22 senhoras, ninguém imagina o quão grande é a fé, força, persistência e boa vontade na realização de inúmeras tarefas, além do elevado grau de memória para lembrar de detalhes minimalistas. Para quem apenas observa às vezes a tradução dos códigos não é tão fácil, pois se trata de sabedoria centenária, que não se revela com uma simples pergunta. Portanto, estar atento aos cânticos, gestos, cores, palavras ou até mesmo na formas de se portar das senhoras, ainda é pouco para desvendar alguns dos tantos mistérios envoltos nessa irmandade e na festa.
Leia o texto na íntegra em Correio Nagô
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