junho 29, 2009

O velho senado

Velhinha de Taubaté
Nota do blog: Até a velhinha de Taubaté concorda com imortal Ribamar Bessa: o congresso brasileiro é um clube de sabidinhos, exceções de praxe.

TAQUI PRA TI

O VELHO SENADO

José Ribamar Bessa Freire

28/06/2009 - Diário do Amazonas

“O diabo sabe das coisas não por ser diabo, mas porque é velho”. Esse ditado popular considera que as pessoas de idade acumulam vivências, experiências e conhecimentos e que a velhice condensa sabedoria, maturidade. Por isso, na Roma antiga, só quem fosse velho (‘senex’ em latim) e, portanto, sábio, podia pertencer ao Conselho de Anciãos, que era chamado de senado. Lá, usava seus saberes em prol do bem comum.

No Brasil, o Senado está repleto de velhos, mas eles não conseguiram ainda demonstrar sabedoria. A crise pela qual passa a instituição está revelando que, com raras exceções, o Senado aqui não é bem um Conselho de sábios, mas um clube de sabidinhos e espertalhões, um antro de safadezas e falcatruas. Tal imagem constitui um sério golpe à democracia, porque desacredita as formas de representação popular e mata as esperanças coletivas.

A fina flor da malandragem, do embuste e da trapaça está ali representada: Renan Calheiros, Romero Jucá, Collor de Mello, José Sarney e tantos outros comprometidos até o último fio do cabelo com o nepotismo, o compadrismo, o fisiologismo, o clientelismo e a troca de favores, práticas comuns no Brasil dos grotões e dos coronéis, que foi potencializada pela ditadura militar e se arrastou até os dias de hoje. Representam o Brasil obscuro, incompatível com a modernidade.

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