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Surdos lutam para que linguagem de Libras seja reconhecida
Em nome da identidade própria, comunidade protesta pela aplicação da linguagem de sinais nas escolas
26/06/2009
Pedro Carrano
de Curitiba (PR)
Faz cerca de dez meses que um casal de trabalhadores não pode ver os quatro filhos, sob risco de prisão, impedidos pelo Conselho Tutelar e pela Vara da Infância. Cláudia Cristina Mafra dos Santos e Marcos Antônio dos Santos fazem parte da comunidade surda e são praticantes da linguagem brasileira de sinais (Libras). O casal buscava transmitir a linguagem de sinais para os filhos para facilitar a comunicação entre eles, uma vez que eles não apresentam surdez. Porém, a mãe de Cláudia era contrária ao ensino e fez uma série de denúncias – de fundo falso – ao Conselho Tutelar. “É um direito meu ensinar a língua de sinais para os meus filhos”, defende-se Cláudia, ex-operária da fábrica de tratores New Rolland e hoje vendedora. O marido, ex-operário da Renault, foi demitido pelas faltas no trabalho, devido aos contratempos do processo judicial.
A história do casal é a mesma de tantos surdos em um ponto: a incompreensão da sociedade, avessa ao uso da língua de sinais. Fruto do não reconhecimento da Libras como a “língua mãe” dos surdos, logo vem a falta de educação bilíngue nas escolas, ao lado da falta de profissionais capacitados. A linguagem foi regularizada oficialmente em 2002 no Brasil e, antes, em 1998, no Paraná. Trata-se de disciplina curricular obrigatória em cursos de professores.
No dia 1º de junho, cerca de 400 surdos protestaram em Curitiba (PR), organizados em associações de deficientes auditivos filiadas à Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). Entre outras razões, o ato foi desencadeado pelo fato de que a escola especial para surdos Alcino Fanaia teve o pior desempenho no Paraná e o segundo pior no Brasil no Enem. A comunidade surda denuncia o não cumprimento de pontos que a lei já prevê.
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