Ilustração postada em www.vermelh0.org.br
Terça-feira, 2 de Junho de 2009O bairrismo ridículo do caderno CRAQUE, do jornal A Crítica
Por Daniel Jordano Miranda*
Um dia depois do anúncio da Copa de 2014 em Manaus, toda a festa da população, sejam amazonenses ou não, foi ofuscada pela capa maldosa (e é um amazonense escrevendo) do caderno CRAQUE do jornal A Crítica. A capa, que dizia “chora, paraense”, vinha com uma figura representando a estrela da bandeira do Pará e a lágrima representado a bandeira do Amazonas.
A capa foi de um péssimo gosto, primeiro porque bandeira, por lei, deve ser respeitada (e não estou aqui lembrando do patriotismo da era dos militares), é símbolo do estado ou nação. Num país onde tantos órgãos públicos colocam um farrapo no mastro, fazer uma caricatura como esta equivale ao mesmo desrespeito e irresponsabilidade dos gestores públicos que deixam as bandeiras apodrecerem.
O segundo ponto: apesar de TODAS AS RIXAS E RIVALIDADES, nada justifica o bairrismo exagerando mostrado na capa. Terceiro: há muitos paraenses vivendo no Amazonas e por certo são (ou eram) leitores do referido caderno do jornal. Portanto, caros leitores deste blog, fica aqui o meu repúdio à capa, uma vez que não acrescenta em nada para sociedade, apenas acentua um sentimento bairrista que pode inclusive incitar a violência, como vemos na Europa, com os Hooligans. A linha entre a rivalidade saudável e a irresponsável é muito tênue e deve ser bem conhecida por quem pensa uma capa de jornal.
Quem trabalha na imprensa deve abordar de maneira equilibrada os fatos, principalmente quando mexem com sentimentos. Quem comenta futebol, por exemplo, deve manter o equilíbrio. Não é o torcedor que está ali, é o narrador ou repórter. A mesma coisa deve ser seguida por quem escreve ou pensa as capas dos cadernos de jornais impressos. Não é minha intenção “dar aula” de jornalismo, longe de mim. Mas o que foi feito foge ao bom senso.
Não é hora de separar, mas unir. Que as autoridades saiam agora do discurso (uns não mudam há 20 anos) e adotem políticas sociais e econômicas para que a Copa sejam feita por amazonenses, paraenses, acreanos, roraimenses, cearenses e outros povos que sempre contribuíram para a economia do estado.
Que a população se prepare para o maior evento esportivo do planeta e que políticas públicas, na área de educação, saúde, transporte, dentre outras, sejam feitas para evitar ou minimizar o lado B da Copa, o inchaço da cidade de Manaus e todas as suas mazelas que nós, amazonenses, conhecemos bem. Que esta frase não seja jargão de época eleitoral. Vamos todos ao trabalho.
*Daniel Jordano Miranda é estudante finalista de jornalismo.
Nota do blog: Em memória de Rogelio Casado Marinho, meu pai - nascido em Belém do Pará -, que contribuiu para o desenvolvimento do estado do Amazonas como comandante dos navios da Booth Line, e aqui criou e educou seus cinco filhos amazonenses, minha solidariedade ao povo paraense.
Um comentário:
A verdade é que a rivalidade só existe por parte do Amazonense, as poucas vezes que eu vi falar no Amazonas no Pará, foram nos dias que antecederam a escolha das sub-sedes e alguns dias depois.
A maioria dos cargos de liderança no Amazonas não são ocupados pelos Amazonenses inclusive o de governador. Talvez esteja ai o motivo para tanta mágoa revertida em forma de discriminação.
A verdade é que a rivalidade só existe por parte do Amazonense, as poucas vezes que eu vi falar no Amazonas no Pará, foram nos dias que antecederam a escolha das sub-sedes e alguns dias depois.
A maioria dos cargos de liderança no Amazonas não são ocupados pelos Amazonenses inclusive o de governador. Talvez esteja ai o motivo para tanta mágoa revertida em forma de discriminação.
Visite também meu blog. La eu tiro onda com a situação em que enfrentamos com o desgoverno. Querem dividir o Pará.
http://www.mtsd.blogger.com.br
La tem link para outro blog meu.
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