outubro 11, 2009

De como as patologias do saber comprometem a Reforma Psiquiátrica no Amazonas


De como as patologias do saber comprometem a Reforma Psiquiátrica no estado do Amazonas

Enquanto Fabiane Borges leva altas discussões sobre o uso do software livre, que como movimento inunda outras áreas do saber, em Manaus se faz festa no hospício público para comemorar o Dia Mundial de Saúde Mental. Já disse aqui, neste blog, que a Fiocruz não tem nenhuma responsabilidade por isso, sendo ela a principal referência em formação de pessoal no campo da saúde mental em Manaus (até agora 80 profissionais de várias áreas da saúde fizeram o curso da prestigiada instituição). Porém, alguma coisa tem que ser repensada. Recentemente, foi realizada a Marcha dos Usuários por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, em que usuários e trabalhadores de saúde mental sinalizaram pelo fim dos hospitais psiquiátricos no Brasil. O Amazonas teve a honrosa participação de seis representantes da Associação Chico Inácio (núcleo da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial). A Marcha serviu para conquistar o chamamento da IV Conferência Nacional de Saúde Mental. Nesse contexto, celebrar uma data como o Dia Mundial de Saúde Mental dentro do hospício só pode ser entendido como fruto das patologias do saber. É o retrato tosco do atraso imposto à Reforma Psiquiátrica no estado do Amazonas. Perdeu-se o espírito crítico. Lástima!

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Citei a Fabiane Borges acima, e você quiser conhecê-la mais acesse http://diplo.uol.com.br/2008-07,a2489

Fabiane Borges e Hilan Besunsan assinam a coluna Políticas Esquizotrans no Caderno Brasil de Le Monde Diplomatique. Leia as edições anteriores:

Por uma pornografia livre
Contra a mercantilização dos desejos e o patriarcado falocêntrico, queremos fazer uma pornografia com o odor de Walt Whitman. Oceano-sexual, via-láctea sexual, brisa-sexual, esperando-por-você-sexual. Uma pornografia livre como uma grafia do corpo livre, ou uma geografia da alma livre


Esquizo versus trans?
Não escolhemos um projeto, não precisamos. Podemos jogar na coluna do meio: a de quem não terminou de atravessar a rua, de quem está em transição — a matéria-prima, tia e sobrinhos de toda política. Queremos abrir uma picada para quem queira fugir dos fascismos do momento


Em busca do que é trans
Esta coluna quer percorrer o poder subversivo do desejo de irromper as ruas com o corpo errado, com a roupa errada, com o gesto errado, com a velocidade errada. Ali há desejos de romper amarras, de balançar os fascismos estabelecidos, há desejo mais forte do que a disciplina e o controle

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