maio 04, 2010

O protagonismo dos usuários de saúde mental


RogelioCasado 2 de maio de 2010 — Nivaldo de Lima fala do trabalho fotográfico com a população de rua.

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Nota do blog: Nivaldo de Lima, o fotógrafo dos esquecidos, assim nomeado numa matéria de jornal assinada pela jornalista Vera Lima, participou da I Conferência Municipal de Saúde Mental. Seu objetivo era entrevistar os usuários dos serviços de saúde mental da cidade de Manaus. Para sua surpresa, quase todos os usuários eram da Associação Chico Inácio - filiada à Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, num total de 6 pessoas. Ora, é sabido que a reforma psiquiátrica é composta de três segmentos: familiares, usuários e técnicos de saúde mental. Estes últimos eram maioria. Quanto aos familiares, apenas duas mães se faziam presentes, e, mais uma vez, ambas filiadas à Associação Chico Inácio. Para uma Conferência que foi conquistada nas ruas de Brasília pela Marchas dos Usuários, em 30 de setembro de 2010, o nível de politização dos usuários de saúde mental do Amazonas ainda é um dos mais baixos do país. Concorre para isso uma visão alienante do protagonismo dos usuários na Reforma Psiquiátrica Antimanicomial que queremos. As esperanças se voltam para a II Conferência Estadual de Saúde Mental. Com a palavra os usuários de saúde mental.

Um comentário:

LOUCA PELA VIDA disse...

Infelizmente meu caro psiquiatra antimanicomial, essa situação não é exclusiva do Amazonas. O Piaui conta hoje com 32 CAPS e muitos municípios lutando para conseguir sua implantação. O interesse não vem de usuário ou familiar não, vem de técnicos sensíveis a causa. Precisamos valorizar estes técnicos, nossos aliados e um novo usuário com identidade mista que são técnicos que vivem com transtorno mental ou são familiares. É que temos. Surdo anda junto, cegos e deficientes físicos tem até time de futebol de cadeirantes, mas nós loucos ainda não percebemos que existe um caminho para uma melhor quelidade de vida vivendo com o transtorno mnetal, que é a união e a luta coletiva. Estamos lá no CAPS, no consultório ou ainda no hospital psiquiátrico achando que o colega do lado é que é louco. Muitos ainda precisam do atestado de normalidade.Mas a lida continua.