PICICA: "Todos os membros do governo italiano, sem exceção, da extrema-direita do norte do país aos socialistas, têm as mãos manchadas do sangue das centenas de italianos assassinados durante os anos do terror."
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O terror de Estado na Itália e Cesare Battisti
Enviado por luisnassif, seg, 03/01/2011 - 09:07Autor:
Tomás Rosa BuenoEm toda a Itália, a ordem reinava, mas não governava.
A este movimento perigosamente subversivo o Estado italiano, corrupto até a medula e infiltrado em todos os níveis pela máfia e por neofascistas, e cujos serviços de informação agiam sem qualquer controle, respondeu com o terror. Incitando inocentes úteis com a capa vermelha da “ação radical” ou conduzindo ele próprio as suas operações mediante os grupos clandestinos ligados à “operação Gladio” (informações mais completas aqui, em italiano, e aqui, em inglês), instaurou a chamada “estratégia da tensão” uma onda de atentados a bomba, assassinatos e sequestros que mataram centenas de italianos. A operação foi um sucesso e o movimento popular que tanto assustava os donos do poder no país (e que já começava a render frutos nos países vizinhos) foi dizimado e os serviços de informação puderam convocar as dezenas de agentes provocadores que haviam infiltrado (e muitas vezes até fundado) os grupos de “luta armada” a se “arrependerem”, passando a denunciar e acusar os seus ex-companheiros, que em pouco tempo estavam todos mortos ou atrás das grades, condenados com base em “provas” fornecidas pelos agentes do Estado infiltrados no movimento. Ou destruídos pela droga, cuja distribuição maciça pela polícia transformou Roma na capital europeia da heroína.
Os chamados “anos de chumbo”, que contaram com a plena e entusiasmada colaboração do partido dito comunista e com a cumplicidade dos “socialistas”, serviram para preparar a base social da tomada do poder do Estado italiano pelos grupos que até então tinham agido nas sombras da ilegalidade, promovendo a ascensão ao governo de indivíduos como o Silvio Burlesconi e outros ligados diretamente ao crime organizado, aos movimentos neofascistas e aos remanescentes da operação Gladio e da loja maçônica Propaganda Due, a P2. Todos os membros do governo italiano, sem exceção, da extrema-direita do norte do país aos socialistas, têm as mãos manchadas do sangue das centenas de italianos assassinados durante os anos do terror. É a esta paródia sinistra de “governo democrático” que a nossa direita tupiniquim e os seus aliados de ocasião querem entregar o Cesare Battisti.
Fonte: Luis Nassif Online
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