dezembro 14, 2011

Chacina da Lapa: com quantas vidas se fez a democracia brasileira?

PICICA: Dois anos depois da Chacina da Lapa, S. Bernardo do Campo-SP passa a ser palco da cena política de resistência à ditadura militar, que deságua na criação do Partido dos Trabalhadores. Olhando a história dos dois partidos PC do B e PT, nenhum deles é o mesmo depois da grande conciliação de classes arquitetada para garantir a governabilidade nos planos nacional, estadual e federal. Compromissos históricos cederam lugar a acordos duvidosos com setores sabidamente conservadores. Diz-se que no PC do B não há espaço para pensamentos divergentes, posto que suas relações são fiéis ao centralismo democrático. E que no no PT são as correntes majoritárias quem sustenta as novas relações com o poder. Culturas partidárias à parte, há algo em comum e assustador no perfil atual de ambos os partidos. Saiu de suas pautas a constituição do antagonismo de classe como força transformadora da realidade social. A tal conciliação entre classes foi longe demais. O novo Código Florestal, o futuro da Amazônia, para ficar nos exemplos que nos são mais próximos, estão entre os pactos perversos do neo-desenvolvimentismo vigente no país, depois do relaxamento do antagonismo que poderia  nos livrar da exploração e da dominação da economia e do mundo capitalista de hoje. Esperamos que as novas gerações não tenham que comer os mesmo caroços de pupunha como a geração que reinventou os valores de justiça e igualdade para depois cair em contradição. Debaixo dos narizes dos senhores e senhoras do poder, como abelhas em flores uma Multidão refunda o movimento revolucionário, e o faz com uma explosão de criatividade em todos os níveis da existência individual e coletiva. Vai ser impossível deixar de enxergá-los. Por ora, é tempo de homenagearmos a memória dos nossos mortos, que tombaram em defesa da liberdade. 


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