Saber Tradicional terá universidade
Universidade Estadual do Saber Tradicional da Amazônia deverá reunir doutores e pesquisadores da Academia com representantes do saber tradicional
*04/07/2008* Uma universidade pública que reúna doutores e especialistas em diversas áreas - como antropologia, biologia e farmacologia, entre outras - com representantes do saber tradicional da Amazônia (pajés e feiticeiros das tribos da região, por exemplo).
A idéia é do senador Tião Viana (PT-AC), que esteve na Sede da Embrapa na tarde de quinta-feira (03/07), para apresentar ao diretor-presidente da Empresa, Silvio Crestana, o projeto da Universidade Estadual do Saber Tradicional da Amazônia.
"Essa Universidade poderia incorporar o conhecimento das ciências e das tecnologias mais avançadas na preservação e na divulgação do saber tradicional, mantido desde os tempos imemoriais pelos índios e outros povos da floresta", explicou o senador.
Segundo Viana, a proposta já conta com a parceria da Universidade Federal da Bahia e da Fiocruz, além da possibilidade de apoio de entidades internacionais, como a Fundação Bill Gates, e da simpatia de personalidades como o príncipe Charles, que conheceu o projeto durante uma visita do senador à Inglaterra, no mês de abril.
"Com a perspectiva de a comunidade britânica dispor nos próximos anos de até 10 bilhões de libras esterlinas para remunerar os serviços ambientais prestados pelas florestas mundiais, resguardando a soberania nacional dos países beneficiados, não vão faltar projetos para serem financiados na Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do planeta", destacou Viana, que durante a visita à Embrapa solicitou o apoio da Empresa à proposta, principalmente na formação de uma equipe de trabalho que atuaria na implantação da Universidade.
Em resposta, Crestana ressaltou que o projeto do senador está totalmente alinhado à missão da Embrapa e colocou a Empresa à disposição do parlamentar do Acre na concretização da idéia. Segundo Viana, a proposta final da Universidade será encaminhada às instituições parceiras nos próximos 15 dias para que cada uma delas possa definir a sua participação. "A expectativa é que no começo do próximo anos já tenhamos condições de dar os primeiros passos", afirmou.
Com a Universidade do Saber Tradicional, o Acre passaria a contar com duas instituições de ensino superior dedicadas a aprofundar o conhecimento dos saberes dos povos da floresta. A outra é a Universidade da Floresta, ligada à Universidade Federal do Acre, que vem sendo implantada no Vale do Juruá para reunir na mesma mesa pajés indígenas e cientistas, com a finalidade de acelerar o conhecimento científico sobre as riquezas naturais existentes naAmazônia.
*Por Eduardo Pinho, da Embrapa *
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