Núcleo do Cebes em Mato Grosso reinicia atividades com 23 novos associados
Em clima de festa e comemoração dos 20 ANOS DO SUS, 23 de julho de 2008 torna-se um marco histórico para a saúde pública em Mato Grosso. Nesse dia, 52 pessoas reuniram-se para reorganizar as atividades do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES) no Estado, com 23 novos associados.
A reunião foi convocada e organizada pelos professores do ISC/UFMT, Júlio Muller Neto e Maria Angélica Spinelli (na foto acima, ao lado de Sonia Fleury, ao centro), apoiados por profissionais da Saúde, COSEMS MT e Rede de Apoio ao SUS, organizações não governamentais e movimentos populares e ocorreu no anfiteatro do Hotel Fazenda, às 19 horas, durante o XIV Encontro de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso, promovido pelo COSEMS/MT, em parceria com o ISC/UFMT, entre 22 e 25 de julho. A presidente da entidade, Sonia Fleury, recuperou a trajetória da entidade e sua contribuição para o desenvolvimento da Reforma Sanitária brasileira, apresentou os principais eventos e publicações do CEBES e os principais pontos da plataforma da atual diretoria nacional, salientando o papel da entidade no movimento social para o avanço da democracia no Brasil. Ana Costa, diretora nacional do CEBES, enfatizou a importância da organização e funcionamento dos núcleos nessa etapa de fortalecimento institucional, como propositores políticos e fomentadores de debates no nível local. Estiveram presentes no ato de (re)criação André Luiz do Ministério da Saúde, Souto Júnior do CONASEMS e Roseni Pinheiro da UERJ/LAPPIS.
Leia o texto na íntegra no blog do CEBES
Nota do blog: Em 1978, quando fazia residência médica em psiquiatria social na Comunidade Terapêutica Enfance, em Diadema-SP (uma das entidades que patrocinou a vinda de Franco Basaglia ao Brasil), junto com meu amigo Humberto Mendonça fomos dar com os costados numa reunião do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - CEBES, fundada em 1976 pelo jovem médico sanitarista David Capistrano Filho e vários outros companheiros, a quem admirávamos desde Manaus por nos colocar em contato com a realidade de saúde do país através de uma revista que tinha como objetivo a luta pela democratização da saúde e da sociedade brasileira. Em 32 anos, profissionais e estudantes fizeram do CEBES um espaço de produção de conhecimentos, com repercussões na prática política, nos movimentos sociais, nas instituições e no parlamento. Sua revista é fonte obrigatória de pesquisa e consulta, além de constituir um veículo fundamental para a construção das políticas de saúde no Brasil. Nessa época, fazia parte do Conselho Editorial Ana Maria Segall Corrêa, Dalmo Herrera Feitoza, David Capistrano Filho, Emerson Elias Merhy, José Ruben F. Alcântara e Sandra Roncali Mafezolli. Creio que José Rubem e Davizinho ainda não haviam alcançado a casa dos trinta anos de idade quando já mereciam o respeito de suas categorias. Saí de lá com a incumbência de fazer associados no Amazonas. Numa viagem de férias a Manaus, no final de 1978, quando iniciava-se o processo de redemocratização da Universidade Federal do Amazonas - UFAM, num dos encontros ocorridos na casa do médico Nelson Fraiji (que dividia o acolhimento do movimento com a casa do médico Marcus Barros), filiei os seguintes companheiros: Tancredo Castro, Sinésio Talhari, Silas Guedes, Nelson Antunes, Nelson Fraiji e Marcus Barros (dois deles tornar-se-iam reitores da UFAM, outros dois foram Secretarios de Estado da Saúde, e mais dois ocupariam importantes cargos na gerência de serviços). A expectativa era contribuir no processo de produção do conhecimento. Não obtivemos êxito por incapacidade de superação das divisões político-partidárias que afetaria as relações entre todos indistintamente no decorrer dos anos 1980. Com exceções de praxe, esses queridos companheiros viraram inimigos cordiais, politicamente falando. Lástima!
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