15/8/2008
SP: Gestão demo-tucana promove “guerra contra os pobres”
pt.org.br
Movimentos e organizações que atuam no centro de São Paulo reuniram-se na última sexta-feira (8) para denunciar injustiças e violações à dignidade humana promovidas pela gestão demo-tucana, contra a população pobre do centro, principalmente moradores de rua e catadores de material reciclável.
O seminário Políticas Sociais e Direitos Humanos no Centro de São Paulo foi promovido pelos mandatos do deputado federal Paulo Teixeira e do vereador Beto Custódio, na Câmara de Vereadores de São Paulo.
De acordo com Luiz Kohara, do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, a política que está em vigor busca a valorização imobiliária do centro com a expulsão dos pobres da região. “Há uma guerra contra os pobres executada pelo poder público”.
Existem dois projetos claramente colocados e em disputa na região, avalia o deputado Paulo Teixeira. Um deles carrega os interesses do capital imobiliário, que prega a revitalização do centro, “como se este não tivesse vida”, ironiza Teixeira. O outro busca reabilitar a região central de São Paulo sob a visão da inclusão social e do respeito à população pobre. “Um processo, pelo qual lutamos, é democrático. O outro é autoritário, não quer ver a cena social, porque ela choca”.
Os programas sociais colocados em prática pelo governo Marta Suplicy, exclusivamente para a população da região central, como o Bolsa Aluguel e o Locação Social, foram eliminados pelo governo demo-tucano. “Todas as portas que nos foram abertas com a gestão anterior agora estão fechadas”, afirmou Anderson Lopes, líder do Movimento Nacional da População de Rua.
O povo de rua, afirma Lopes, vê seu direito de ir, vir e ficar na cidade proibido pela política de repressão praticada pelo poder público municipal. “Além do spray de pimenta, chutes e pontapés, bancos, rampas e fossas antimendigos, estamos sendo mortos”. A Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar estão se prestando a este processo de “higienização social”, denuncia Ariel de Castro, do Movimento de Direitos Humanos.
De acordo com professora Aldaíza Sposati (PUC-SP), secretaria de Assistência Social na gestão Marta, há uma perda do espaço antes conquistado. “Será que estamos fazendo corpo mole? Por que não há uma reação com tamanha força à ação de descontinuidade de políticas que estamos sofrendo?”.
Para avançar, avalia Sposati, é necessário reconhecer até onde foi possível chegar. “A partir daí construir barricadas para que não haja perdas. Temos que continuar com o protagonismo que conquistamos na luta pelo centro de São Paulo”.
Para Tarcísio Faria, do Fórum Centro Vivo, é preciso que os movimentos se posicionem claramente entre os dois projetos em disputa.
O seminário foi composto por duas mesas. A primeira, Violação dos Direitos Humanos e a Política de Atenção à População em Situação de Rua, formada pela professora Aldaíza Sposati (PUC-SP), Ariel de Castro (Movimento de Direitos Humanos), Anderson Lopes (Movimento Nacional da População de Rua), Tarcísio Faria (Fórum Centro Vivo) e Luiz Kohara (Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos). A segunda, Iniciativas para a Geração de Trabalho e Renda, formada pelo deputado Paulo Teixeira, vereador Beto Custódio, Marelene de Souza Coelho (Organização do Auxílio Fraterno), Luciana Itakawa (Fórum Centro Vivo), Kazuo Nakano (Instituto Pólis), Renê Ivo (Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos).
Fonte: Informativo do Vacarezza - Deputado Federal - PT
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