maio 11, 2010

Novamente lança livros de MD Magno

A Rebelião dos Anjos: Eleutéria e Exousia
Em 2007, MD Magno, no Falatório que chega agora ao público, afirma que os Anjos somos nós, mensageiros que anunciam como Mundo todas as mensagens possíveis, por nossa condição de poder "topar toda e qualquer informação, conhecimento, idéia ou situação" em função da experiência de Real que é dada para cada Um. Situação precária essa: por efeito de recalque, somos anjos decaídos e, contudo, disponíveis ao angélico pela possibilidade de referência ao Real. Eis o ponto de partida para a reconsideração do problema do conhecimento, tema central deste livro.

A Gnômica, que é a teoria do conhecimento proposta pela Nova Psicanálise, parte do conhecimento absoluto da Pessoa como experiência de Haver, presença imanente do Real para cada Um em sua solidão e derrelição. Nesse sentido, a psicanálise é uma gnose. Mas o é também pela ampliação conferida ao que é da ordem do conhecimento, pois aquém do ponto de Real todo e qualquer conhecimento é válido como modo de lidar com esse mal-estar originário.

Donde a proposição do conhecimento compreensivo, abordado através da noção de formações do Haver, isto é, estruturas na realidade passíveis de descrição, aí incluída a conjetura da homogeneidade do campo. Estamos além do estruturalismo, do significante, do sujeito (do inconsciente), do objeto (do desejo), da heterogeneidade dos registros real, simbólico e imaginário, e da estrutura como elemento mínimo garantidor do conhecimento. Navegamos na dinâmica da polarização das formações, discerníveis e operáveis em zonas focais, mas se dispersando nas zonas franjais. Conhecimento é, portanto, resultante de transa entre pólos de formações, sempre precário, provisório e discutível, trazendo, por isso mesmo, a defesa de um instrumentalismo radical por parte da psicanálise.

Pessoas são pólos de formação que transam com outras formações e, a partir de sua experiência de Haver, produzem e transformam Mundo. Desta conseqüência gnoseológica se extraem outros questionamentos, dessa vez para o campo político. Quais os recursos possíveis da Pessoa diante da Lei, da Justiça, da Diferença, da Escolha e Afirmação na ordem sexual?

A "Rebelião dos Anjos" é não apenas o reconhecimento sereno da turbulência contemporânea por parte da psicanálise. É também a aposta na eficácia de seu aparelho clínico. De alguma maneira, a heresia está sempre presente.

Fonte: Novamente Editora

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Economia Fundamental, MetaMorfoses da Pulsão

Este livro, que transcreve o Falatório 2004 de MD Magno, trata da operação que Freud chamou de “economia das forças nervosas” quando nela se inclui a noção de quantidade. Isto, no sentido de reforçar que Freud tinha ambição de pensar mais o comum dos acontecimentos psíquicos do que a nosologia, esta sendo apenas o caminho para pensar como funcionamos.

Partindo de que “a base sobre a qual repousa a sociedade humana é, em última análise, de natureza econômica”, como diz Freud, a proposta de Magno é pensar sobre a Economia Pulsional, que constitui o fundo de toda a Psiconomia – nome que ele já sugerira para a psicanálise –, para depois retornar com mais recursos às formações progressivas, estacionárias e regressivas (anteriormente chamadas de nosológicas) presentes na lida com a clínica.

O foco está numa Economia Fundamental, reconfiguradora da Clínica como Economia das Formações no Mercado Pulsional. Nela vigora um Pensamento Perplexo, que valoriza a Indiferença, o Inumerável, e apregoa que a diferença e a multiplicidade, características do chamado pensamento complexo, se tornam aceitáveis e acolhíveis de fato só depois da Indiferenciação.

Falar em economia é considerar as composições do poder. Lacan já dissera que o inconsciente é capitalista, mas agora trata-se de partir de que o Haver é capitalista, pois o Inconsciente, para Magno, é o que se passa entre Haver e não-Haver. Será, pois, no contexto da Economia e do Inconsciente Capitalista que serão abordadas: a questão (trazida por Jean-Claude Milner) sobre os judeus e a democracia na Europa, aqui vista sob a ótica do Creodo Antrópico (conceito de 1995); as noções de alienação, apropriação e mais-valia, que se mostram dependentes do conceito de Transferência; os quatro tempos – composição, estatuação, catásfrofe e ruína – das Morfoses Regressivas (antes chamadas de psicoses), cujo efeito tem sido a generalizada difusão do processo de regressão sustentada, ou hipóstase firme, na vida das pessoas...

Sobretudo, é neste livro que o autor dá inicio à investigação direta dos conceitos de Pessoa e de Eu como formações constituídas de Primário, Secundário e Originário, e definidos como rede dotada de pólos, cada qual com uma região focal e uma região franjal infinita. Investigação esta que continuará nos anos subseqüentes com precisões importantes e necessárias, uma vez que as idéias de indivíduo e sujeito têm se evidenciado cada vez mais insustentáveis no mundo contemporâneo.

Fonte: Novamente Editora

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