(1'37'' / 380 Kb) - Começou nesta segunda-feira (16) o 7º Acampamento Terra Livre, que espera reunir mais 800 indígenas na Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande (MS). O acampamento acontece uma vez por ano e é a instância máxima de decisão dos indígenas brasileiros. Neste ano eles discutem, entre outras pautas, o impacto das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sobre as terras nativas a partir de projetos como a hidrelétrica de Belo Monte e a transposição do rio São Francisco.
Segundo o líder kaiguangue, Romancil Kretã, o acampamento servirá para reorganizar a luta do movimento indígena no Brasil.
“Até hoje entra e sai governo, o indígena continua morrendo, continua sendo perseguido, criança morrendo de desnutrição, acampados em beira de BR. A gente veio pra cá com o objetivo de mostrar para a sociedade brasileira que daqui pra frente indígena nenhum estará sozinho, e que o governo terá que nos ouvir.”
Outro eixo fundamental é a discussão da criminalização dos indígenas que lutam pela efetivação dos direitos dos povos tradicionais. Assim como ocorre com o movimento sem-terra, tornou-se prática constante a prisão de lideranças, principalmente no estado do Mato Grosso do Sul, onde a população indígena carcerária ultrapassa 400 pessoas.
“A principal criminalização é pela luta da terra. É cadeia na certa, é uma maneira de limitar as lideranças. Isso vai impedindo [a luta] porque cada vez que você se levanta para recuperar seu território é uma liderança a menos [para o movimento].”
Para fazer todas essas discussões, os indígenas ficam reunidos até quinta-feira (19).
De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso.
16/08/10
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