agosto 31, 2010

A nebulosa história do mensalão dos parlamentares que votaram na emenda da reeleição de FHC

betokk2 | 30 de agosto de 2010
Jornal da Globo - Dilma Rousseff é entrevistada no Jornal da Globo. 30 08 2010

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Trecho do texto de Miguel do Rosário, no blog Óleo do Diabo:
A novidade desta entrevista é que Dilma partiu para o ataque. Com leveza, elegância, mas com munição de verdade. Ela lembrou que foram vazadas as dívidas de parlamentares com o Banco do Brasil durante os debates em torno da emenda para a reeleição. Eu não lembrava disso! Mais uma prova de que o verdadeiro mensalão foi a reeleição. Martelarei esse tema incansavelmente. O governo Lula não tinha porque "comprar" deputados durante seus primeiros anos de governo. Para votar o quê? A reforma da Previdência? Uma reforma que até hoje nem foi inteiramente regulamentada? Ou seja, não tem sentido. Já o governo FHC tinha um motivo fortíssimo para subornar deputados: precisava de votos para aprovar a reeleição e estender o mandato de Fernandinho por mais quatro anos.

Eu considero que é absolutamente injustificável que uma pessoa acuse outra sem apresentar provas. Nós temos pedido sistematicamente que apresente provas. Aliás, se essa situação for colocada dessa forma, eu queria dizer uma coisa: o partido do candidato meu adversário tem uma trajetória de vazamentos e grampos absolutamente expressiva. Por exemplo, vazamento das dívidas dos deputados federais com o Banco do Brasil nas vésperas da votação da emenda da reeleição. Os grampos que existiram no BNDES e também os grampos feitos juntos ao próprio gabinete, o secretário da Presidência da República. Eu jamais usei esses episódios pra tornar o meu adversário suspeito de qualquer coisa porque eu não acho correto.

Outra coisa que é preciso reiterar: FHC impôs restrições ao humor em época eleitoral, através da lei assinada pelo presidente da república em 1997, como parte do esforço para blindar o governo e ganhar as eleições em 1998. Esses humoristas de direita como Marcelo Madureira nunca falam disso. As críticas à lei anti-humor (que caiu há pouco por iniciativa de Ayres Brito) vem deliberadamente confundindo a opinião pública quanto a esse ponto, que é naturalmente fundamental: quem a criou e quem a assinou.
Fonte: Óleo do Diabo

Nota do blog:  A leseira-nossa-de-cada-dia é quem faz sumir da memória acontecimentos como a história do verdadeiro mensalão, aquele que ocorreu no governo FHC. Até o Miguel do Rosário havia esquecido do episódio. No Amazonas, por exemplo, todos sabem quem foi o "homem da mala preta", que levou dinheiro para ajudar a pagar os parlamentares que votaram na emenda da reeleição do FHC. Os que tem obrigações com a informação se fazem de lesos e omitem essa preciosa informação neste ano de eleição, que poderia auxiliar o eleitor a fugir dos democratas de fachada.

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