João Pessoa - PB
Foto postada em www.fisica.ufpb.cbr
Nota do blog: Mais denúncias sobre o hospício de João Pessoa. Chiii! Debaixo desta ponte, muita água ainda vai rolar. Enquanto isso, a diretora do hospício diz que não se pode dar ouvidos a pessoas que tem "delírios". A essa pérola some-se outra, a que atribui aos usuários de drogas as agressões ocorridas no interior do hospício, a quem ela chama de "criminosos". Se usuários de drogas são criminosos e pessoas com transtorno mental não merecem ser ouvidas... Caramba! Voltamos ao século XVIII. Segundo Dênis Petuco - que repassou a informação abaixo - "se fosse personagem da literatura, diria que é maravilhoso... Pena que é de verdade..."
***
Mulher que esteve internada no Complexo Juliano Moreira disse que já havia informado direção sobre o caso
Priscylla Meira // Priscyllameira. pb@dabr.com. br
Priscylla Meira // Priscyllameira.
"As marcas da violência que eu sofri ficaram no meu corpo e na minha alma# e eu sei que pode passar mais de 100 anos, eu nunca vou esquecer". Foi com estas palavras que uma ex-paciente do Complexo Hospitalar Juliano Moreira, cuja identidade manteremos em sigilo, relatou o trauma que ainda carrega dos dias que ficou internada na unidade - responsável pelo atendimento a pessoas que sofrem de transtornos mentais -, no ano de 2008.
De acordo com a ex-interna, as denúncias que ganharam repercussão na mídia paraibana - de que pacientes estariam sofrendo agressões físicas e abusos sexuais por parte dos funcionários da unidade de saúde - são verdadeiras e relatam apenas um pouco da realidade que os internos sofrem dentro do Juliano Moreira. "Eu digo que é verdade porque eu senti na minha pele o que estou dizendo. Assim que fui internada e fiquei sem meu marido por perto, fui amarrada e espancada por funcionários. As agressões aconteceram duas vezes, até que eu não suportei mais e consegui fugir do hospital", revelou.
Segundo a antiga paciente, o principal autor das agressões seria um funcionário - nome preservado pela reportagem - que teria agredido a mulher várias vezes, quando ficava irritado "Ele (funcionário) é o pior de todos. Me jogava no chão e me espancava. Ameaçava dizendo que não adiantava eu falar nada porque ninguém acreditaria. Se eu falasse e mostrasse as marcas da violência, ele ia alegar que eu tinha apanhado dos loucos", contou a ex-paciente.
A diretora do complexo hospitalar, Clélia Lucena, confirmou a existência do funcionário citado pela ex-paciente, mas alega que não pode expor seus funcionários a uma denúncia de uma pessoa cuja identidade ela não conhece. "Eu não posso acreditar no que diz uma pessoa que pode ter delírios e estar sofrendo dúvidas existenciais e não vou expor meus 450 funcionários a denúncias que para mim são anônimas", rebateu.
Clélia Lucena não descartou a possibilidade de as agressões relatadas pelos pacientes terem realmente acontecido, mas acredita que as denúncias não condizem com a verdade. "Se estas denúncias fossem verídicas, a gente já teria ficado sabendo, mas eu nunca tive conhecimento de que situações como estas estivessem ocorrendo dentro do Juliano Moreira", defendeu.
A paciente que alega ter sofrido agressões físicas no hospital rebate a defesa de Clélia Lucena e diz que telefonou várias vezes para a administração do Juliano Moreira - dirigido em 2008 pela médica Maria Alexina Bezerra -, para comunicar o caso. "Eu revelei o que estava acontecendo, mas sei que as agressões continuam", concluiu.
Fonte: O Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário