julho 12, 2014

"“Tarja Branca” mostra que brincadeira é coisa séria" (Caros Amigos)

PICICA: "Tarja Branca, longa dirigido por Cacau Rodhen, que estreou no mês de junho, coloca questões que são tão difíceis de responder quanto necessárias. Como definir o “brincar”? Qual é sua função para o humano? Com isso, filme procura conceituar as dimensões do “brincar” para além da infância e da pedagogia."


“Tarja Branca” mostra que brincadeira é coisa séria

Filme aborda a importância do lúdico partindo de memórias da infância de vários personagens

Da Redação

Tarja Branca, longa dirigido por Cacau Rodhen, que estreou no mês de junho, coloca questões que são tão difíceis de responder quanto necessárias. Como definir o “brincar”? Qual é sua função para o humano? Com isso, filme procura conceituar as dimensões do “brincar” para além da infância e da pedagogia.

Relatos de pessoas e especialistas colhidos durante a fase de pesquisa de projeto acabaram se tornando a espinha dorsal do filme. Segundo o diretor, “na pesquisa nos deparamos com uma questão central para o filme, que era, ‘o que significa brincar? ’, por que nas tradições culturais brasileira se usa muito essa expressão: ‘vamos brincar a congada’, ‘brincar o maracatu’?  E paramos para pensar o que era esse espírito lúdico do brincar. Foi a partir deste espírito que aqui no Brasil tem essa peculiaridade de se intitularem brincantes, brincadores, que sentimos a necessidade de introduzir aos expectador a dimensão do brincar”.

Para responder esta questão, o filme parte do depoimento e rememorações da infância de pessoas comuns, que lembram como eram as brincadeiras e o que significavam para elas. Este é, no entanto, apenas o ponto de partida. “A gente faz uma pequena introdução sobre o brincar na infância, mas para mostrar como o espírito humano se relaciona com o lúdico, com a brincadeira, principalmente nos grandes centros. Nas grandes cidades a gente vê as pessoas muito insatisfeitas, vê as pessoas voltadas para o consumo, desenvolvendo uma sociedade triste”, afirma o diretor.

Produtividade

Para ele, a dimensão do brincar foi sendo subvertida durante séculos por um “espírito fabril, austero, retirando a força criadora do ser humano para torná-lo mais útil. É por isso que brincar se tornou sinônimo de zombaria, foi tirado o real significado do brincar porque brincar é algo absolutamente sério, a criança quando está brincando está levando aquela ação às últimas consequências”.

E é justamente por isso eu este é um filme para adultos, para que entendam que desde cedo preparando as crianças para uma vida baseada na produtividade e no consumo, iremos construir uma sociedade vazia de significado e triste. O filme foi feio com a preocupação de fugir de um discurso hippie, de  “entrar em contato com a natureza” e por outro lado, essencialmente voltado para o debate da infância e da pedagogia. A preocupação central, portanto, é mostrar como o potencial de liberdade humana, expresso neste conceito do brincar, é tolhido, desde a infância até o cotidiano adulto.

“Brincar é o que a gente devia fazer com nossa vida sempre. Brincar é como disse Einstein, a forma mais plena de fazer ciência. É fazer o mesmo que as crianças fazem, levar as ações às últimas consequências, com paixão”, afirma o diretor.

Fonte: Caros Amigos

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