novembro 11, 2014

"A guerra na periferia" (Lúcio Flávio Pinto - A Agenda Amazônica de um Jornalismo de Combate)

PICICA: "O texto anônimo a seguir reproduzido já circula pela internet. Seria mais um dentre centenas ou milhares que tratam das execuções praticadas entre os dias 4 e 5. A diferença é que aponta informações exatas e faz considerações com verossimilhança com os fatos. E é muito grave. Decidi publicá-lo como desafio às autoridades para que ajam com eficiência e celeridade na identificação e prisão dos responsáveis pelas mortes. Dirijo-o também aos cidadãos para que se manifestem e façam suas denúncias. A inércia, a passividade, a omissão e a conivência são atitudes contrárias ao interesse público num caso de tal gravidade."

A guerra na periferia

O texto anônimo a seguir reproduzido já circula pela internet. Seria mais um dentre centenas ou milhares que tratam das execuções praticadas entre os dias 4 e 5. A diferença é que aponta informações exatas e faz considerações com verossimilhança com os fatos. E é muito grave. Decidi publicá-lo como desafio às autoridades para que ajam com eficiência e celeridade na identificação e prisão dos responsáveis pelas mortes. Dirijo-o também aos cidadãos para que se manifestem e façam suas denúncias. A inércia, a passividade, a omissão e a conivência são atitudes contrárias ao interesse público num caso de tal gravidade.

Tudo começou pela ganância financeira dos envolvidos nessa sangrenta “guerra do tráfico”.


Há muitos anos o tráfico tem se prevalecido na saudosa cidade de Belém do Pará. Junto com o tráfico, cresce também o número de pessoas que morrem, conviventes ou não com o mundo das drogas.

O ponto X, onde tudo começou, foi no bairro da Terra Firme, precisamente na Passagem Lauro Sodré, próximo ao Tucunduba, local onde Zé da Moto residia. Ali surgiu a macabra ideia de formar a Liga-da-Justiça, nome dado ao grupo de mercenários.

A Liga-da-Justiça tinha em mente dominar o tráfico de drogas na cidade, mas, seus planos foram frustrados pela organização Crime da Capital.

Jax, lider da Liga-da-Justiça e seus comparsas foram eliminados.  Os anos se passaram e uma nova milícia surgiu no Bairro do Guamá, muito mais forte, e liderada pelo cabo de polícia da Rotam, conhecido como Pet, e patrocinada por alguns empresários e traficantes excluídos da Crime da Cidade.

Eis alguns membros dessa organização:

Pet – Cabo da Rotam e líder da milícia.
  1. – policial militar e parceiro de Pet.
  2. – policial militar e parceiro de Pet.
Cabo Louro– policial militar.
Cananá – policial militar.
Dinho– vulgo Pit, empresário patrocinador de milícia.
João da M.– Empresário e patrocinador de milícia.
  1. A. – Conhecido como Zé da Moto, líder da Galera da Moto.
Montanha – Policial militar e membro da Galera da Moto.
LEA – Dá apoio político e de mídia.
JC – Apoio idêntico.
  1. da Sucata – patrocinador de armas, carros e motos.
  2. do P. – Empresário patrocinador.
  3. – Empresário patrocinador.
Principais objetivos dessa guerra sangrenta: dominar o tráfico de drogas na cidade, eliminar aqueles que não concordam em traficar as drogas apreendidas e trabalhar para a milícia,  além de extorquir empresários de bem, prometendo uma falsa proteção.

Toda vez que a milícia vai executar alguém,  naquela mesma área, policiais corruptos se afastam do local do crime, encobertando os mercenários.

Zé da Moto elaborou a morte de A. Narigudo e Dedé, ambos irmãos.


Os planos de Zé da Moto é dominar o tráfico de drogas no bairro da Terra Firme, para isso, contou com a ajuda dos milicianos e colocou seu macabro plano em prática. Zé da Moto é também fundador de um grupo de motoqueiros conhecidos por Galera da Moto. As motos usadas no ataque que vitimou 10 pessoas em uma única noite eram de membros da Galera da Moto e um dos carros preto utilizados naquele mesmo ataque, era dirigido por Zé da Moto.

Zé da Moto sempre temeu a A. Narigudo e seu irmão Dedé.  Certa vez, Zé da Moto que trabalhava em campanhas políticas,  convidou seu intermediário na política e na mídia, para um encontro entre Dedé,  irmão de A. Narigudo e Pet, líder da milícia,  ali, fizeram um ‘tratado de paz’, que foi quebrado com a morte de A. Narigudo. Desde, então, uma segunda guerra foi declarada.

As mortes de duas pessoas dentro de um veículo vermelho no semáforo, na Avenida Gentil Bitencurt, também foram elaboradas por Zé da Moto, e executadas por J.,  policial militar reformado e um policial que reside no Guamá.  Zé da Moto tem como principais aliados, Dadam e Gordo do Aurá, ambos irmãos e traficantes excluídos da Crime. A milícia se fortalece tanto dos crimes por encomenda como também das drogas que são apreendidas e devolvidas às ruas através de policiais corruptos.

Umas das provas que vinculam milícia e policiais corruptos é que 25 minutos após a morte do Cabo Pet da Rotam o sargento R. fez um comunicado no Facebook convocando policiais corruptos a se vingarem pela morte de Pet.

Fonte: Luís Flávio Pinto

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