junho 16, 2007

Encontro Nacional dos Povos da Floresta

II Encontro Nacional dos Povos das Florestas é lançado em Brasília

A primeira edição do encontro foi há 20 anos, sob a coordenação do ambientalista Chico Mendes

O II Encontro Nacional dos Povos das Florestas, que ocorrerá de 18 a 23 de setembro, em Brasília, será lançado nesta terça-feira (19). A cerimônia acontece às 15 horas, no Hotel Mercure Brasília, e terá a participação de lideranças da Amazônia e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

O encontro marca a retomada da Aliança dos Povos da Floresta. A entidade é composta pelas três principais redes sociais do Brasil e da Amazônia: a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), e o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

O objetivo do II Encontro é debater alternativas à implementação de políticas públicas e o desenvolvimento sustentável da Amazônia e das florestas brasileiras. Também visa a discutir ações de conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas, e a definir uma agenda para acelerar o processo de redução da pobreza entre as comunidades das florestas.

“Nesses 20 anos, a aliança não parou. Cada uma das organizações cuida de sua agenda e articula estratégias para definir um modelo adequado de proteção à Amazônia. Não queremos um desenvolvimento injusto, que leve ainda mais os povos que milenarmente protegem a floresta à pobreza”, diz Jecinaldo Barbosa Cabral, Coordenador Geral da Coiab.

Avanços

O Vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, Julio Barbosa de Aquino, afirma que os debates estarão focados nos temas ligados às mudanças climáticas. “Com o evento, vamos destacar a necessidade de fortalecer as políticas de proteção do nosso patrimônio natural”, acredita.

Barbosa destaca uma série de avanços obtidos nessas duas décadas de luta pela proteção aos povos da floresta: a criação de 59 reservas extrativistas; a demarcação de terras indígenas; a retomada da aliança, cujos protagonistas, os índios e os seringueiros, participam ativamente das discussões à implementação de políticas públicas; a criação da Câmara Técnica de Proteção ao Patrimônio dos Povos das Florestas e o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, iniciativa do governo e da sociedade brasileira, em parceria com a comunidade internacional.

Já o secretário Geral do GTA, Adilson Vieira, acha que o grande patrimônio deste encontro vai ser a troca de experiências entre diversos atores sócias da região que se encontrarão. Muitos terão o primeiro encontro com outros atores de outras partes da Amazônia. O movimento socioambiental sairá fortalecido desse encontro e unido para buscar melhorias para os povos das florestas.

Para os seis dias do evento, a organização espera mais de 10 mil pessoas. A idéia é reunir lideranças indígenas, quilombolas, seringueira e extrativistas; ambientalistas e dirigentes de movimentos sociais; além de empresários, autoridades e representantes das entidades de cooperação nacional e internacional.

O primeiro encontro foi realizado em 1987, na cidade de Xapuri, no Acre, sob a coordenação de Chico Mendes, líder seringueiro assassinado em 1988, naquele mesmo Estado. Na segunda edição, o evento conta com a parceria do governo federal, de diversas ONGs e fundações, além dos governos do Acre, Amapá e Amazonas.

Conheça as redes:

Coiab

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) surgiu em 1989, com objetivo de articular estratégias de luta desenvolvidas pelas organizações indígenas da Amazônia. A ONG tornou-se referência para o fortalecimento e consolidação do movimento em defesa dos direitos coletivos dos povos indígenas, conquistados na Constituição de 1988. A Coiab reúne hoje em sua base política 75 organizações regionais, que articulam centenas de outras entidades indígenas locais e 165 povos indígenas.

CNS

Criado em 1985, o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS) é uma organização de âmbito nacional, que representa trabalhadores agroextrativistas organizados em associações, cooperativas e sindicatos. A ONG luta pela melhoria da qualidade de vida, pelo uso sustentável dos recursos naturais da Floresta Amazônica e pelo direito a terra.

GTA

A Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) atua desde 1992 na Amazônia Brasileira. A ONG é formada por dezoito coletivos regionais em nove estados brasileiros. A GTA trabalha em experiências ligadas à mudança do paradigma de desenvolvimento humano na Amazônia e atua diretamente nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso, ou seja, em toda a Amazônia Legal.

Serviço:

Lançamento do 2º Encontro Nacional dos Povos das Florestas

Data: terça-feira (19/06).

Horário: 15 horas

Local: Salão Jequitibá do Hotel Mercure Brasília (SHN, Quadra 5, Bloco G, Brasília – Distrito Federal)

Informações: 61. 3036.6363 – 3033.3418

povosdasflorestas@hotmail.com

Adilson Vieira
Secretário Geral GTA

http://www.gta.org.br/
Rua Ramos Ferreira, 1189
Manaus- AM

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