julho 02, 2009

AMAZONAS: artistas excluídos da programação cultural da SBPC


INDIGNAÇÃO

SBPC Cultural – “Amazônia: Ciência e Cultura”

AMAZONAS – A Exclusão Cultural

Os artistas, produtores, promotores e consumidores da cultura produzida em Manaus estão indignados com a indiferença e o descaso do Governo do Estado do Amazonas com a cultura aqui produzida.

Agora mesmo os artistas do Amazonas estão prestes a perder uma rara oportunidade de mostrar seus trabalhos a um público altamente qualificado, de todo o Brasil, que vem participar de 12 a 17 de julho, na UFAM, da 61ª. Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento vai reunir diariamente em Manaus cerca de 20 mil pessoas, sendo 5 mil pessoas entre cientistas, dirigentes de mais de 30 sociedades científicas, professores e alunos de todos os Estados do Brasil que se juntarão aqui aos mais de 15 mil universitários, professores, pesquisadores e alunos de 2º. Grau do Amazonas e Região. Por uma semana Manaus será sede do maior evento científico e cultural da América Latina, que, bem apropriadamente elegeu como tema para este ano o binômio “Amazônia – Ciência e Cultura”. Dentro da Reunião Científica a realização da Reunião Cultural.

O governador do Amazonas, na Reunião da SBPC de Belém em 2007, convidou a SBPC a se reunir em Manaus. A SBPC elegeu como mote para a Reunião de Manaus “Amazônia – Ciência e Cultura”. O Movimento Cultural Uakti, apoiado pela Associação dos Pesquisadores do INPA, acreditou no governador e no tema da SBPC e, ofereceu ao Governo Estadual, anfitrião do grande encontro, uma programação digna de representar a diversidade cultural de sua gente (veja grade em anexo e um resumo abaixo). Foram mais de 5 meses de intenso trabalho e mais de 500 artistas mobilizados. Literalmente os artistas estão prontos “invadir culturalmente” a principal universidade pública do Amazonas, mostrando a todos que a Amazônia não é só catástrofe, pobreza e queimadas - como sempre aparece na mídia - mas que também possui arte, 25 milhões de pessoas, e uma cultura digna de ser estudada, aprendida, copiada, divulgada.

No entanto, apesar dos apelos, cartas e reuniões, a menos de duas semanas do evento, o Governo do Estado continua indiferente. Nenhum centavo para os artistas locais. Se quiserem mostrar seus trabalhos, que o façam de graça, pois, artista não passa necessidade. É paradoxal que logo o governo do Estado do Amazonas, tão cioso em proteger a biodiversidade, ignore sua sócio-diversidade, deixando, mais uma vez, os artistas locais do lado de fora. A indignação é geral.

Não sabemos mais a quem apelar, para que essa oportunidade não seja perdida.

O que fazer para conscientizar nossos executivos da importância da Reunião Cultural?

A Programação

Para a elaboração da SBPC Cultural foi solicitado o apoio e a indicação de entidades de classe e produtores culturais que ajudaram a selecionar alguns dos melhores músicos instrumentistas do Amazonas (inclusive o violonista Sebastião Tapajós e dois grupos indígenas que querem mostrar instrumentos musicais fabricados por eles e bem diferentes daqueles nossos conhecidos); alguns dos melhores grupos de dança contemporânea; Show “O Encontro das Águas e dos Poetas” com músicas, poemas, compositores e intérpretes que trabalham com a temática água; Show “Os rios da minha aldeia” com os melhores músicos de cada Estado para cantar seus rios (Nilson Chaves, Pará; Zé Miguel, Amapá; Sérgio Souto, Acre; Eliakin Rufino, Roraima; e Bado, de Rondônia); performances teatrais super engraçadas e provocativas; alguns dos melhores grupos de expressão afro-brasileiras; as 10 melhores toadas do boi-bumbá de Parintins; os 10 melhores sambas-de-enredo das Escolas de Samba de Manaus (inclusive os que homenagearam o INPA, 50 anos e a UFAM, 100 anos); resgates culturais (como a música de beiradão); uma releitura/homenagem ao compositor amazonense Chico da Silva; uma mostra dos melhores grupos do Festival Folclórico do Amazonas (cangaço, quadrilha, boi-bumbá, ciranda e dança internacional); uma super coletiva de artes plásticas; exposição de fotografias; mostra de vídeos e cinema; culinária regional. Em resumo: quase 500 artistas mobilizados.

William Nazaré
Presidente da ASPI
Coordenador dos Projeto Uakti e Memória da Ciência e da Cutura na Amazônia
Membro da Comissão da SBPC Cultural

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Breve histórico da SBPC

Uma sociedade com princípios

Fundação e crescimento da SBPC

A SBPC foi fundada em 1948 com a missão de defender a ciência e os cientistas brasileiros e contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, tomando posição em questões de política científica e programas de desenvolvimento científico e tecnológico que atendam aos reais interesses do país.

Fazem parte da SBPC cientistas, técnicos, profissionais, amigos da ciência, estudantes, pessoas dos mais diversos interesses, mas que acreditam na importância da ciência.

Objetivo e missão da entidade

A SBPC é uma entidade civil, sem fins lucrativos com sede nacional em São Paulo, mas presente em outros Estados por meio de secretarias regionais que promovem encontros e atividades de difusão científica em todo o país.

A entidade organiza reuniões anuais com a participação de sociedades e associações científicas das diversas áreas de conhecimento, nas quais comparecem milhares de cientistas, professores, estudantes, profissionais liberais e demais interessados na discussão de temas ligados à ciência e tecnologia nacionais.

A SBPC publica livros e revistas entre as quais se destacam: Ciência e Cultura. A SBPC deu origem e tem vínculos com o Instituto Ciência Hoje, uma organização social de interesse público sem fins lucrativos, responsável pelas publicações "Ciência Hoje", "Ciência Hoje das Crianças", os livros da série "Ciência Hoje na Escola" e o site de divulgação científica "Ciência Hoje On-line". Além disso, a SBPC deu origem à "Comciencia", revista eletrônica de jornalismo científico e edita os "Cadernos SBPC".

O INPA – O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia foi fundado em 1954 e é um dos maiores instituto de pesquisas científicas e de defesa do meio-ambiente do Brasil.

A ASPI é uma entidade civil sem fins lucrativos criada em 1986 que desde seu início promove a integração entre cientistas e artistas, através de Projetos Culturais como o Uakti (1989) e Memória da Ciência e da Cultura na Amazônia (oito documentários em DVD). A ASPI está em dia com todas as suas obrigações fiscais e trabalhistas e recebeu recentemente uma moção de apoio da Assembléia Legislativa do Amazonas por seu projeto de memória. Todos os seus diretores são cientistas doutores.

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