Enfermeiros e Psiquiatras para o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS III Sapopemba
O projeto do CAPS Sapopemba de se tornar CAPS III é um sonho recente, e ao mesmo tempo um tanto antigo, idealizado por várias pessoas que por ali passaram e está prestes a ser concretizado. Trata-se de um momento ímpar, o qual tem contado com atores comprometidos com os princípios da Reforma Psiquiátrica e do SUS. Além do desafio que significa implantar um serviço de saúde mental 24h, substitutivo à internação psiquiátrica, está em jogo toda uma reestruturação cultural daquilo que se entende por sofrimento, doença mental, loucura e a maneira como a sociedade responde às estas situações. O grande desafio é desmontar o aparato sócio-cultural dos modos de lidar com o sofrimento e com a loucura e produzir outras formas de cuidado compartilhadas pelos diferentes atores e socialmente legitimadas. No CAPS Sapopemba tem-se construído junto à equipe CAPS e os atores da rede local (da atenção básica, dos NASF, dos usuários e familiares do CAPS e outros atores; e logo mais com a emergência psiquiátrica) um processo reflexivo sobre esta disponibilidade e atenção 24 horas em saúde mental para o território, o que serão as camas não-manicomiais, a acolhida diurna e noturna para as pessoas em situação de sofrimento, o acompanhamento e concretização dos projetos terapêuticos singulares, e, principalmente o envolvimento cultural e afetivo das pessoas no projeto. Enfim, muito trabalho e muitas coisas a fazer e para compartilhar. No momento estamos necessitando de enfermeiros e psiquiatras para completar o quadro de funcionários e gostaria que os interessados entrassem em contato comigo para maiores detalhes do projeto e propostas de trabalho. O processo seletivo e a contratação se dá pela OS SPDM.
Rosangela
Gerente do CAPS Sapopemba
Para quem estiver interessado, segue um texto que estamos construindo para discutir com a rede a proposta do CAPS Sapopemba: "Centro de Atenção Psicossocial - CAPS III Sapopemba"
O CAPS II Sapopemba está passando por uma reorganização para iniciar suas atividades como CAPS III, ou seja, iniciar o funcionamento 24h. Assim estamos recapitulando e informando a toda a comunidade a finalidade de um CAPS, o público alvo, a forma de admissão no serviço, o tratamento oferecido e as estratégias de articulação com a rede. Solicitamos que as informações abaixo sejam divulgadas para os trabalhadores das Equipes de Saúde e Equipes de Saúde da Família, nos AMAs, Hospitais da região, aos usuários dos serviços de saúde, nos Conselhos Gestores etc. A equipe do CAPS visitará as unidades de saúde para auxiliar no esclarecimento do modo do funcionamento CAPS III, e também estaremos à disposição por telefone ou pessoalmente para eventuais dúvidas.
O que é um CAPS?
Um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço de saúde aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. Apesar de estratégico, o CAPS não deve ser o único tipo de serviço de atenção em saúde mental, esta deve ser feita dentro de uma rede de cuidados, a qual inclui o CAPS, os serviços de saúde da atenção básica e todos os recursos do território. (Ministério da Saúde, 2004).
Quem pode ser atendido nos CAPS?
As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que apresentam intenso sofrimento psíquico, que lhes impossibilita de viver e realizar seus projetos de vida. São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com grave comprometimento psíquico e/ou social (Ministério da Saúde, 2004).
Como se faz para ser atendido nos CAPS?
A Atenção Básica é o contato preferencial dos usuários com a saúde constituindo-se na porta de entrada do sistema (PMSP, 2005). Desta forma, a pessoa para ser atendida no CAPS, deve preferencialmente ser encaminhada/referenciada por profissionais da Atenção Básica, e, onde houver equipes NASF, com o apoio destas. É importante que a pessoa tenha sido escutada por profissionais da atenção básica, com os quais ela tenha construído algum vínculo e contado algo de sua história de sofrimento.
Como funcionará o acolhimento do CAPS Sapopemba?
Ao chegar no CAPS a pessoa será acolhida e escutada em seu sofrimento, e os profissionais tentarão compreender a situação, de forma mais abrangente possível. O objetivo é construir e compartilhar um projeto terapêutico singular com o maior número possível e necessário de atores da rede social e de suporte da pessoa: por princípio ela mesma, seus familiares e/ou cuidadores, os profissionais da rede de saúde, da comunidade e outros.
Os casos a serem referenciados para o CAPS - ou seja, aquelas pessoas que já foram atendidas e escutadas por profissionais da Atenção Básica e pré-avaliadas com possível indicação para acompanhamento no CAPS - deverão ser preferencialmente ser encaminhadas/referenciadas portando um documento que contenha as informações coletadas pela equipe da atenção básica que contribua para o diagnóstico médico e diagnóstico situacional da pessoa em situação de sofrimento; a equipe de saúde poderá fazer contato com a equipe CAPS para assegurar a qualidade da informação e a necessária acolhida do usuário no CAPS. Orientar os usuários a comparecer no CAPS nos seguintes dias e horários abaixo mencionados:
Horários do acolhimento referenciado para pessoas encaminhadas pela Atenção Básica e/ou outros serviços de saúde e equipamentos da rede.
segunda-feira: as 9h00 e as 1400; quarta-feira as 9h00; quinta-feira as 9h00; sexta-feira as 14h00.
Fora dos horários acima mencionados sempre haverá profissionais de plantão que receberão os usuários que procurarem o CAPS. Ou seja, as pessoas - que por diferentes motivos, ou, por se encontrarem num momento de intenso sofrimento psíquico - não podem ou não conseguem se organizar para comparecer nos horários acima mencionados serão escutadas, orientadas, e atendidas.
Como será o funcionamento 24h?
O acolhimento noturno e a permanência nos fins de semana devem ser entendidos como mais um recurso terapêutico, visando proporcionar atenção integral aos usuários dos CAPS e evitar internações psiquiátricas. Ele poderá ser utilizado nas situações de grave comprometimento psíquico ou como um recurso necessário para evitar que crises surjam ou se aprofundem. O acolhimento noturno deverá atender preferencialmente aos usuários que estão vinculados a um projeto terapêutico no CAPS, quando necessário, e no máximo por sete dias corridos ou dez dias intercalados durante o prazo de 30 dias (Ministério da Saúde, 2004).
CAPS III Sapopemba e a rede básica de saúde
Os CAPS têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território, e, em conjunto com as equipes NASF dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica (Ministério da Saúde, 2004). Neste processo de articulação os profissionais da equipe CAPS, em parceria com as equipes NASF do território, têm realizado discussões de caso com as equipes de saúde da família, visitas domiciliares, atendimentos compartilhados e construção coletiva dos projetos terapêuticos. Estamos oferecendo um espaço para discussão de casos com a Atenção Básica, os quais poderão ser agendados previamente por telefone ou por email (4 períodos de 2h por mês; dois às terças-feiras das 7h as 9h, e dois às quintas-feiras das 15h as 19h).
Venha passar um dia no CAPS III Sapopemba! Estamos abrindo nossas portas aos profissionais da rede de saúde de Sapopemba para conhecerem nosso serviço, passar um dia com os pacientes, conhecer as atividades desenvolvidas no CAPS e conversar com nossos profissionais. Agende um dia conosco!
Referências Bibliográficas:
Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, 2004.
PMSP. Documento Norteador: compromisso das unidades básicas de saúde com a população. São Paulo, 2005.
Centro de Atenção Psicossocial - CAPS III Sapopemba
capsadultosapopemba@yahoo.com.br
telefones: 2013 0795 ou 2019 7080"
O Documento acima ainda está em construção!
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Nota do blog: O regime de contratação via OS, na cidade de São Paulo, vem sendo duramente criticado por militantes antimanicomiais. Essa espécie de "privatização branca" é demonstração cabal de que saúde mental não é prioridade nas políticas públicas do município de São Paulo. O enredo desse filme é conhecido: os contratos são temporários, sujeito a "meia vida", a depender do humor do próximo prefeito. Resumo da ópera: empregos provisórios à vista.
PICICA - Blog do Rogelio Casado - "Uma palavra pode ter seu sentido e seu contrário, a língua não cessa de decidir de outra forma" (Charles Melman) PICICA - meninote, fedelho (Ceará). Coisa insignificante. Pessoa muito baixa; aquele que mete o bedelho onde não deve (Norte). Azar (dicionário do matuto). Alto lá! Para este blogueiro, na esteira de Melman, o piciqueiro é também aquele que usa o discurso como forma de resistência da vida.
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