julho 06, 2009

Santo André demite técnicos experientes em saúde mental

Santo André - São Paulo
Foto by
drigoares
Nota do blog: Nem tudo é alegria na cidade de Santo André-SP como se vê na fotografia acima. Familiares que participam da associação "De Volta Para Casa"/Ass. José Martins de Araújo Júnior dessa cidade estão preocupados. Antes um breve histórico enviado pela autora da denúncia: "Em 2005, a associação iniciou o projeto "Jornal Vozes da Saúde Mental", que tem por missão divulgar o tratamento antimanicomial e distribuir 20 mil exemplares gratuitamente na região do Grande ABC (nos ônibus, pontos de maior circulação, etc). Isso foi possível porque em Sto André existia uma rede de serviços montada, formada por 3 CAPS 24 horas (sendo 1 AD), Residências Terapêuticas, geração de renda, CAPSi etc. E não existia mais o hospital psiquiátrico. Toda região do ABC também tinha CAPS, nem todos 24 horas, mas podíamos divulgar esses serviços. Divulgávamos os trabalhos artísticos dos usuários e informávamos a população sobre o que era conviver com um transtorno mental e como obter tratamento numa rede de saúde mental comunitária. No momento, devido à troca de gestão, estamos lutando para pressionar o governo a manter a qualidade desses serviços, o que não tem sido fácil". Ainda segundo o depoimento de EH, familiar que enviou essa denúncia para o grupo de discussão em-defesa-da-reforma, toda vez que vê a clínica do Dr. Castano, da novela Caminho das Índias, sente-se incomodada depois que saboreou a Reforma Psiquiátrica brasileira e o atendimento na comunidade em Sto André. Seu irmão, ainda adolescente ficou doente, em 2000 mais ou menos, e os psiquiatras da rede particular diziam que ele tinha esquizofrenia, mas cobravam muito caro e não conseguia prosseguir tratamento. Só dois anos depois passou a frequentar o NAPS (Núcleo de Atenção Psicossocial), até porque a família não sabia que esse serviço existia. "Hoje ele está melhor, as oficinas de geração de renda fizeram muito bem a ele. Além disso, o processo de tratamento teve que envolver a família, pois toda a família estava doente", afirma EH. Diz ainda: "Acredito que meu irmão teve sorte, pois nasceu numa época e numa cidade que avançou na área da Saúde Mental. No NAPS em que foi tratado, muitos outros jovens como ele - que tiveram a fortuna de nunca serem internados em hospitais psiquiátricos - melhorarem muito mais rápido: voltam a estudar, ou a trabalhar, ou a namorar, ou a conviver, enfim, a viver...". Finaliza denunciando: "Fico triste de pensar que os melhores técnicos, os mais experientes, os que seguravam as crises, os que faziam os grupos de família, estão sendo demitidos de Sto André. Precisamos de muita força aqui, acho que também em todo o Brasil, para defender os avanços da Reforma Psiquiátrica... e defender os CAPS!". Por essa e por outras que este blog defende a circulação da informação para que a solidariedade possa se manifestar: o problema de Santo André não é dos paulistas, é dos brasileiros. Perguntinhas que não querem calar: Até quando conviveremos com a precarização do trabalho? Os demitidos tinha contrato provisório ou eram contratados por Oscips / OS? Alô, tem alguém do Ministério Público Federal na linha?
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