PICICA: O antropólogo Alfredo Wagner, através da Universidade Federal do Amazonas e da Universidade Estadual do Amazonas, realiza um trabalho cujo alcance social vem deixando marcas profundas na vida do que antes era conhecido genericamente como povos da floresta, e que fazem dos recursos naturais as condições para sua reprodução física e cultural. São seringueiros, castanheiros, povos indígenas, quebradores de côco de babaçu que passaram a se apropriar de inovações tecnológicas, permitindo que seus coletivos produzam a delimitação do seu território de referência. Graças a este trabalho, uma comunidade indígena de Rio Preto da Eva conseguiu a demarcação das suas terras, impedindo a expansão da urbe em direção ao seu território. A comunidade do Jatuarana, cujo território passou a ser "ocupado" pela prática de "Guerra na Selva" pelos militares, passou a ter um instrumento que garante a defesa do seu direito territorial das comunidades tradicionais. Taí um trabalho acadêmico digno da universidade que queremos: ao tempo em que pedagogicamente atua na formação, assume compromissos com a produção de conhecimentos que tenham efetiva repercussão na vida social. Com escritórios em São Luís, Belém e Manaus, mais de 25 doutores participam do Projeto de Mapeamento, liderado pelo eminente professor Alfredo Wagner, a quem tive o prazer de ter na banca de qualificação da minha inconclusa dissertação de mestrado sobre a espacialização da "doença mental" em Manaus. Problemas de saúde acabaram por me impedir de concluir, com o rigor que essa tarefa impõe, a referida dissertação. Restou o prazer do convívio com meus colegas e professores, sobretudo os diálogos que tive com Alfredo Wagner, a quem rendo minhas homenagens por resgatar uma universidade como que há muito não via.
Portal Acritica.com entrevista o antropólogo Alfredo Wagner
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